domingo, 2 de setembro de 2012

E tudo o James mudou



SC OLHANENSE vs FC PORTO (2-3)

Numa deslocação sempre difícil ao Algarve, o FC Porto conquistou três importantes pontos. Os portistas foram justos vencedores numa partida em que a equipa se ressentiu do ausente Fernando e necessitou de uma arma secreta para abanar o jogo e garantir a vitória. O FC Porto começou a perder, soube dar a volta e quando já ninguém esperava, acabou a sofrer desnecessariamente.
O jogo de Olhão pode ser perfeitamente dividido em duas partes. Uma sem James Rodrigues e a outra com James Rodriguez. Sem o colombiano, a equipa de Vítor Pereira foi facilmente amarrada pela armadilha defensiva montada por Sérgio Conceição. Durante esse período de jogo, faltou ao FC Porto mobilidade, imprevisibilidade e eficácia para furar a concentrada e organizada equipa algarvia - a velocidade do ganês Atsu não era a arma ideal. O SC Olhanense jogava confortável com dez homens atrás da linha da bola e, aproveitando a velocidade de um dos seus alas, - Abdi - acabou mesmo por marcar contra a corrente do jogo num lance de contra ataque.
A partir do minuto 36, James Rodriguez entrou e o jogo mudou. O colombiano, não conseguindo ficar preso ao corredor até porque se sente mais à vontade a jogar pelo meio - ao contrário de Atsu -, confundiu as marcações dos seus adversários e destruiu a organização algarvia fazendo do FC Porto cada vez mais perigoso e dono do jogo. Não foi preciso esperar muito para se provar que James era o elemento que faltava ao futebol portista e, ainda antes do intervalo, o Colombiano marcou um grande golo com que empatou a partida.
Não satisfeito com o que já tinha produzido, o número 10 do campeão nacional entrou na segunda parte a todo o gás - aliás como toda a sua equipa - e serviu na perfeição o compatriota Jackson Martinez para que este consumasse a cambalhota no marcador. O domínio do FC Porto era total e os lances de perigo sucediam-se pelo que não surpreendeu que a 15 minutos do fim Hulk marcasse o terceiro golo após excelente trabalho de Alex Sandro. O FC Porto tinha o jogo na mão e os três pontos no bolso. O SC Olhanense não tinha força nem arte para contrariar a superioridade azul e branca e o jogo parecia decidido. Nada mais errado! Quando já ninguém esperava, os algarvios, aproveitando uma desatenção e perda de bola no meio campo portista - que perdeu organização defensiva após a saída do lesionado Defour - conseguiram reduzir para 2-3 por intermédio de Targino a apenas cinco minutos do fim. O FC Porto que parecia dono e senhor do jogo sentiu o golo, perdeu o norte e teve que sofrer até ao apito final. Os campeões nacionais adormeceram-se a si próprios e sujeitaram-se a um sofrimento escusado e que podia ter custado pontos. Nessa fase, valeu a capacidade de sofrimento e a entrega da equipa de Vítor Pereira para segurar uma importante e justa vitória.
A estratégia montada por Vítor Pereira para este jogo revelou-se falhada, mas verdade seja dita, o treinador portista soube ler bem o jogo e corrigir o erro a tempo de vencer. Ao contrário de outras ocasiões, desta existiu um plano B. James Rodriguez assinou uma fabulosa exibição coroada com um golo e uma assistência, numa partida onde se destacaram também Alex Sandro - excelente exibição manchada apenas com a perda de bola que deu o primeiro golo aos algarvios - e Jackson Martinez que voltou a mostrar bons pormenores, boas movimentações e, mais importante ainda, voltou a marcar - tem três golos em quatro jogos.
No SC Olhanense, o destaque vai para o extremo Abdi que volta a fazer uma excelente exibição - coroada com um golo - e promete ser jogador para outros voos. Também Maurício foi um elemento importante no comando da sua equipa e na organização defensiva. Apesar dos dois golos marcados, a estratégia de Sérgio Conceição acabou por cair aos pés da maior capacidade dos jogadores do FC Porto. Os algarvios foram organizados e sólidos durantre 36 minutos mas depois da entrada de James pareceram não estar preparados para as novas abordagens do ataque portista. Ainda assim, tiveram o mérito de complicar a vida do campeão nacional até ao apito final.

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