terça-feira, 24 de setembro de 2013

CÚMULO DA EXIGÊNCIA II


Eis o futebol do qual os adeptos do FC Barcelona se queixam!

Cúmulo da exigência



Nos últimos tempos, a prova de que o futebol é tremendamente injusto vem da Catalunha, onde o treinador do FC Barcelona (Tata Martino) tem sido insistentemente criticado e posto em causa, por aquilo que é considerado como o fim do Tiki-Taka. Acontece que o FC Barcelona joga um futebol de estilo diferente, mais rápido e incisivo na procura da baliza adversária. É um futebol que privilegia menos a posse de bola e mais a velocidade e imprevisibilidade dos seus jogadores. Pela primeira vez em muitos anos, o FC Barcelona teve menos posse de bola do que o seu adversário e, apesar de ter goleado (4-0), os adeptos não perdoam tamanha "traição" à já quase tradição do futebol culé... 

A verdade é que, acredite-se ou não, com as novas ideias impostas pelo treinador argentino, o futebol do FC Barcelona tem sido agradável de ver e (espante-se) tem-se traduzido no melhor arranque de sempre da equipa da Catalunha com 15 pontos em 5 jogos e 18 golos marcados (média superior a 3 golos por jogo). Apesar de tudo, Tata Martino é fortemente contestado... Isto sim são adeptos exigentes!!!

Fernando: problema ou solução?



Os tri-campeões nacionais, talvez desiludidos com o futebol pouco entusiasmante da equipa de Vítor Pereira e ainda mais desiludidos com as prestações europeias da mesma, decidiu apostar na juventude de Paulo Fonseca para dar um passo em frente no futebol do FC Porto. Se é verdade que os adeptos não se podem queixar do percurso da equipa até ao momento (7 jogos oficiais, 6 vitórias, 1 empate e 1 supertaça conquistada), não será menos verdade que o futebol da equipa portista não tem entusiasmado minimamente os adeptos... e não há resultado que o consiga esconder!

O FC Porto treinado por Paulo Fonseca conta com um plantel mais equilibrado do que o da época passada, mas ao mesmo tempo sente-se, jogo após jogo, orfão da organização e inteligência de João Moutinho e da magia de James Rodriguez (as duas principais vendas do clube) e começa a ser frustante para qualquer adepto perceber que o melhor Lucho dos últimos anos (está numa forma impressionante) tem sido desperdiçado no meio de tanta falta de consistência e tantas indefinições. A meu ver, Paulo Fonseca está a cometer no FC Porto um erro que lhe pode custar caro, erro esse que se desenha em torno de um dos maiores nomes do núcleo duro azul e branco: Fernando.

O médio defensivo brasileiro é, sem qualquer dúvida, um dos melhores pivôs defensivos do futebol mundial, um jogador com uma inteligência táctica defensiva incrível, com uma capacidade de ler os movimentos dos adversário muito acima da média e com uma abrangência de jogo defensivo simplesmente assombrosa (por alguma razão lhe chamam Polvo). O grande problema para Paulo Fonseca e para o FC Porto é que Fernando é isso e nada mais. Apostando num meio campo em que existem dois jogadores mais defensivos a jogar em linha, o treinador do FC Porto "obriga" Fernando a desempenhar funções para as quais não está de todo talhado, abdicando de um pivô de topo para ganhar um médio pouco mais do que banal, que tem dificuldades em partilhar o seu espaço defensivo com outro jogador e que raramente consegue sair a jogar com qualidade. Este é, na minha opinião, um pormenor que faz toda a diferença na consistência e qualidade do futebol portista. Neste caso e, em beneficio do próprio clube, parece-me que Paulo Fonseca precisa de tomar uma de duas decisões: ou abdica do "seu" duplo pivô, entregando a posição "6" a Fernando e montando o meio campo portista à imagem do de Vítor Pereira, ou por outro lado, abdica de Fernando e descobre alguém capaz de interpretar de outra forma o seus sistema de jogo (é aqui que eu pergunto o que é feito de Herrera). Só assim o meio campo do FC Porto poderá ganhar consistência (que se estende ao sector defensivo) e equilibrar o seu jogo... o futebol portista precisa disso e, verdade seja dita, Lucho Gonzalez e a qualidade do seu futebol merecem-no! Depois há ainda que encontrar espaço para um talento como o de Quintero, mas aí a música é outra e sobre esse tema falaremos mais tarde...

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Época 2013/2014



Nova época, esperanças renovadas, objectivos bem definidos e a ambição em alta pra triunfar. Os três grandes do nosso campeonato estão renovados (uns mais do que outros) para encarar de frente os novos desafios que aí vêm. FC Porto e SL Benfica são, uma vez mais, os grandes candidatos à conquista do título nacional, mas apontam igualmente à conquista das taças nacionais (Taça de Portugal e Taça da Liga) e a uma passagem honrosa pela mais prestigiada prova do futebol mundial (UEFA Champions League). Com orçamentos muito superiores a todos os outros clubes do nosso campeonato, FC Porto e SL Benfica têm a obrigação de fazer a dois a caminhada do titulo, mas atenção ao clube leonino, que depois de uma época para esquecer, surge renovado a todos os níveis e com gente de muito talento que promete crescer e dar que falar. Os leões estão apenas focados nas competições nacionais (ficaram fora das provas europeias) e mesmo não sendo óbvios candidatos às vitórias finais, são com toda a certeza um adversário a ter em conta pelos "crónicos" favoritos.

Esta promete ser mais uma época de luta a dois pelo principal titulo nacional, com Sporting CP e SC Braga à espreita de toda e qualquer oportunidade para se envolver nesta autêntica luta de titãs. Uma época que promete bom futebol e muitas emoções.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Que Viva España



A Espanha é, de há uns anos a esta parte, a melhor escola de futebol do mundo (pode ser uma opinião controversa mas é a minha). As selecções espanholas, desde a formação até aos seniores, apresentam uma qualidade de futebol impressionante, cheia de talentos, repleta de jogadores extraordinariamente evoluídos a todos os níveis e com uma típica garra latina que apaixona qualquer adepto. O futebol espanhol é sinónimo de perfume e ao mesmo tempo combatividade e ver a Espanha jogar é sinónimo de espectáculo e de 90 minutos de puro prazer. 

Aquilo que vi acontecer ao longo dos últimos dias no campeonato europeu de Sub-21, fez-me perceber que realmente a supremacia espanhola no futebol mundial não é apenas e só fruto de um acaso ou de um "vento" de inspiração passageira. É fruto de trabalho, de competência, de qualidade e de uma enorme aposta na formação. A supremacia da Espanha enquanto potência máxima das selecções de futebol está mesmo para durar.

Se por um lado é maravilhoso ver a Roja jogar e é delicioso deixarmo-nos embalar pelo bailado que Iniesta, Xavi e companhia desenham no relvado, por outro, ver as selecções jovens de nuestros hermanos não é, em nada, menos prazeroso (do ponto de vista do amante do futebol) e ao mesmo tempo assustador (do ponto de vista do adversário). De repente, percebemos que a Roja dos mais pequeninos tem a mesma capacidade para espalhar classe e talento pelo campo e para construir um autêntico carrossel futebolístico com o talentoso Thiago Alcântara e o fabuloso Isco ao comando de uma autêntica armada de estrelas.      

Perceber que o futebol espanhol não morre na equipa A e terá continuidade assegurada com esta maravilhosa fornada de miúdos que agora se mostram ao mundo, é uma delicia para qualquer amante da modalidade. Por outro lado, para um adversário, é doloroso perceber que depois de um Xavi e um Iniesta haverá um Thiago ou um Isco e que depois destes ainda haverá um Denis Suárez, um Jesé ou um Deulofeu. É angustiante perceber que, se há uns anos o futebol eram onze contra onze e no fim ganhava a Alemanha, o presente e aquilo que promete ser o futuro (pelo menos o mais próximo) oferece-nos um período em que no fim desse onze contra onze ganham e irão ganhar os Nuestros Hermanos. Mas verdade seja dita, basta vê-los jogar para perceber que trabalharam para isso e bem o merecem.

Nos últimos seis anos a selecção espanhola venceu sete troféus internacionais (dois europeus e um mundial de seniores, dois europeus de sub-21 e dois europeus de sub-19) e isso é o fruto colhido pelo árduo trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no país.  Se a Espanha está na posição que está no que a futebol diz respeito, deve-o à sua competência e à capacidade que teve para fazer desabrochar e evoluir o talento que existe nos seus jovens futebolistas. Um trabalho impressionante que merece o respeito e o aplauso de qualquer amante do futebol! 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Olheiro: Georginio Wijnaldum



Georginio Wijnaldum... eis um nome que os mais distraídos devem começar a fixar. O extremo de 22 anos formado no Feyenoord Rotterdam e que agora veste as cores do PSV Eindhoven é provavelmente um dos mais talentosos e promissores jogadores da tão famosa escola holandesa. Wijnaldum é um extremo incrivelmente habilidoso e imaginativo que pode actuar em qualquer um dos flancos com a mesma eficácia. É um jogador de grande velocidade e capacidade técnica muito acima da média, que fazem dele um perigo, quer a ganhar a linha de fundo, quer nas diagonais que faz para o centro do terreno. Wijnaldum é daqueles jogadores que garantem verticalidade e profundidade à equipa, não resumindo o seu futebol à velocidade estonteante que possui. Mostra-se como um jogador bastante objectivo, capaz de perceber e antecipar os movimentos do adversário e ler as jogadas na perfeição. Com a bola nos pés é imprevisível, capaz de servir os companheiros na perfeição ou progredir na direcção da baliza levando o pânico à defesa adversária. 

Georginio Wijnaldum impõe respeito a qualquer defesa. Neste momento, é a figura que mais brilha na selecção sub-21 do seu país e uma das grandes referências (se não a maior) do futebol do PSV Eindhoven. Dificilmente alguém o tirará da Holanda por menos de 15 milhões de euros. 

É certo que o campeonato holandês é um autêntico viveiro de extremos (são muitos e de grande qualidade) mas este é, sem dúvida, aquele que mais me enche as medidas!


GEORGINIO WIJNALDUM

Nacionalidade: Holanda/Suriname
Posição: Extremo (dir/esq)
Idade: 22 anos
Pé Preferencial: Direito
Altura: 173cm
Peso: 69kg
Clube Actual: PSV Eindhoven

Percurso:
2006/2007 - Feyenoord Rotterdam
2007/2008 - Feyenoord Rotterdam
2008/2009 - Feyenoord Rotterdam
2009/2010 - Feyenoord Rotterdam
2010/2011 - Feyenoord Rotterdam
2011/2012 - PSV Eindhoven
2012/2013 - PSV Eindhoven


Novo rosto do Dragão



Foram vários os rumores e muitos os dias de espera mas, finalmente, Paulo Fonseca foi confirmado como treinador dos dragões. O jovem técnico que em 2012/2013 orientou o FC Paços de Ferreira e qualificou a equipa da capital do móvel para a pré-eliminatória da UEFA Champions League é a mais recente aposta de Jorge Nuno Pinto da Costa para chegar ao tetra campeonato e, quem sabe, ao tão desejado penta. A escolha do presidente portista não surpreende e mesmo sendo considerada como uma aposta de risco, vai de encontro a outras escolhas que tanto sucesso tiveram no reino do Dragão: um treinador jovem, sem grande currículo, ambicioso e com novas ideias para o futebol azul e branco. 

No fundo, o presidente dos dragões aposta numa lavagem de rosto da sua equipa profissional. Numa fase em que era clara a saturação (principalmente por parte dos adeptos) para com o treinador bi-campeão e em que se processa uma remodelação do plantel (James e Moutinho já saíram e outros poderão seguir o mesmo caminho), Pinto da Costa aposta também num novo treinador que seja capaz de comandar o projecto portista e de manter o clube na senda de vitórias a que tem habituado os adeptos. Terá Paulo Fonseca capacidade e competência para tamanho desafio? A resposta está nas mãos do treinador...

Nota: Não sei se as contratações ja oficializadas pelo FC Porto têm o aval do novo treinador, mas uma coisa é certa, todas elas (Josué, Carlos Eduardo, Licá, Ricardo, Tiago Rodrigues) têm a sua cara.

domingo, 9 de junho de 2013

Um Vítor das Arábias



Muito se falou em campeonato inglês, muito se falou numa suposta renovação (que sempre pareceu impossível), muito se falou em campeonato russo mas, na verdade, Vítor Pereira (e toda a sua equipa técnica) ruma à Arábia Saudita para liderar o Al-Ahli a troco de um principesco salário.

Desportivamente gostava de ver o treinador bi-campeão nacional numa liga diferente, mais competitiva, mais valiosa e mais interessante. Gostava de ver Vítor Pereira provar (ou pelo menos tentar) o seu valor noutras paragens e sem a pressão e o olhar desconfiado que cedo ganhou em Portugal e do qual nunca se conseguiu livrar, nem mesmo depois de vencer por duas vezes a nossa liga (com apenas uma derrota no total). Gostava de perceber se Vítor Pereira era capaz de crescer fora de Portugal e chegar  a uma equipa de grande estofo para, como o próprio disse, tentar um dia vencer a Champions League. Infelizmente nada disso vai acontecer!

O espinhense parte para uma aventura em paragens estranhas, para se dedicar a um futebol habitualmente pobre e a uma liga que não terá muito para lhe dar e muito menos para o melhorar. Em contrapartida, assina um contrato milionário num valor quase dez vezes acima do que auferia no FC Porto. Três milhões de euros por ano são sempre três milhões de euros por ano e percebe-se que no mundo do futebol (assim como em todos os outros) por vezes o dinheiro faz com que seja fácil colocar as aspirações e os sonhos de lado por algum tempo.

Se esta aposta foi um passo atrás na carreira de Vítor Pereira ou não só o futuro o dirá, mas uma coisa é certa: na vida há objectivos e sonhos que nem o dinheiro pode comprar!

sábado, 8 de junho de 2013

Olheiro: ALADJE



Passando os olhos pelo torneio de Toulon (com especial atenção para a nossa selecção) ficou-me na retina um talento que até agora me tinha passado completamente despercebido: Aladje.

O miúdo natural de Guiné-Bissau e filho de portugueses é um avançado de enorme qualidade e extraordinária margem de progressão, que tem tudo para se tornar referência da nossa selecção principal num futuro a médio prazo. Para que tal seja possível precisa de ter cabeça, saber crescer, estar disponível para aprender, mas também precisa de ter sorte e alguém que aposte nele.

A verdade é que naquele jovem de 1,87m está um talentoso avançado com características que não enganam ninguém. Aladje tem um enorme poder físico e sabe usá-lo, tem inteligência de jogo, tem capacidade de desmarcação e sabe ocupar os espaços com mestria, aparecendo com facilidade no sítio certo para fazer o golo (é o que se pede a um ponta de lança). Apesar do físico e do aspecto algo desengonçado, o luso-africano não é o típico pinheiro que fica "plantado" na área à espera da bola e, muito menos, é um jogador tosco e trapalhão. O avançado que actualmente milita no Asprilia das divisões inferiores italianas é um jovem com raça, disponibilidade (várias vezes aparece encostado às linhas para abrir espaços aos colegas) e com uma boa capacidade técnica, capaz de segurar bem a bola, servir com qualidade os companheiros de ataque e finalizar. Tem tudo para, bem acompanhado, crescer, evoluir e tornar-se um caso sério no futebol português.

Quando vejo as equipas B dos nossos grandes clubes apostarem tanto em jovens estrangeiros, que muitas vezes apenas vêm comprovar que não possuem mais qualidade do que os jovens da nossa formação, fico sem perceber como andam miúdos com este talento "perdidos" nos escalões secundários de outros países. Aqui está uma boa oportunidade para recrutar um jogador bastante promissor que, ainda por cima, já manifestou o desejo em vestir a camisola de Portugal e do FC Porto. 


ALBERTO ALADJE

Nacionalidade: Portugal/Guiné-Bissau
Posição: Avançado/Extremo Esquerdo
Idade: 19 anos
Pé Preferencial: Esquerdo
Altura: 187 cm
Peso: 77kg
Clube Actual: Asprilia

Percurso: 
2010/2011 - Padova (Jun.)
2011/2012 - Padova 
2012/2013 - Asprilia
                   

quarta-feira, 5 de junho de 2013

E se fosse a sua equipa?




Como se não bastassem as paupérrimas épocas dos últimos anos, os adeptos do Liverpool FC ainda são obrigados sofrer a humilhação de ver a sua equipa "vestir" assim...

terça-feira, 4 de junho de 2013

Onze do Ano (Nacional)




A escolha deste onze não foi nada fácil e, na verdade, ficaram muitos jogadores de fora que merecem reconhecimento pela excelente época que fizeram. Nomes como Josué (Paços de Ferreira), Vítor (Paços de Ferreira), André Leão (Paços de Ferreira), Jefferson (Estoril Praia), Enzo (SL Benfica), Ruben Ferreira (Marítimo), Filipe Augusto (Rio Ave), Fernando (FC Porto) ou Ghilas (Moreirense) podiam perfeitamente fazer parte desta equipa. 

segunda-feira, 3 de junho de 2013

De pequenino...



Aquilo a que se assistiu no Olival após o jogo que colocou frente-a-frente FC Porto e SL Benfica no escalão de juvenis (meninos de 16 anos), foi uma demonstração terceiro-mundista do que é (ou no que se está a transformar) a formação de jogadores em Portugal. A vergonhosa batalha campal na qual participaram os jogadores de ambas as equipas demonstra que, para estas crianças de apenas 16 anos, o futebol já não é apenas um desporto e a rivalidade já não é (se é que alguma vez foi) uma coisa saudável que motiva e faz avançar os clubes. O futebol, principalmente nas camadas jovens, deve ser acima de tudo formação desportiva e pessoal. Nestes escalões e nesta fase precoce de uma possível carreira futebolística, deve ser incutido nos atletas o respeito pela modalidade, o respeito pelo adversário e o respeito por si próprio, devem ser ensinados valores e devem-se formar (ou pelo menos tentar) não só jogadores mas também homens. 

Os miúdos devem saber estar no desporto e na vida de forma saudável e isso só lhes pode ser incutido por aqueles que no dia-a-dia lhes servem como modelo. Pais, treinadores e dirigentes têm que assumir a responsabilidade dos seus papeis e reflectir sobre aquilo que pode estar a correr mal na educação dos seus filhos e atletas. O que aconteceu no Sábado foi uma demonstração vergonhosa de não saber ganhar por parte dos vencedores e de não saber perder por parte dos vencidos. Foi, acima de tudo, uma preocupante demonstração de falta de educação, respeito e desportivismo de miúdos que não têm mais de dezasseis anos. A continuar assim, podemos estar a criar gente com habilidade para jogar futebol mas não estamos, de modo algum, a formar homens.

O futebol jovem do nosso país precisa de uma profunda reflexão e, quem sabe, uma profunda renovação. É preciso perceber que os clubes não estão nisto sozinhos e que os pais não podem simplesmente entregar os seus filhos e depositar nas instituições desportivas todas as responsabilidades. A base da educação de cada um destes atletas vem de casa e dos valores que os pais transmitem e, verdade seja dita, também aí o trabalho deixa muito a desejar. 

domingo, 2 de junho de 2013

Negócio ou futebol?



Nova época em perspectiva e novo bilionário que, não sabendo o que fazer para gastar tanto dinheiro (já comprou casas e mansões e ainda assim se achou com muito), decidiu investir no AS Monaco FC, neste regresso da equipa do principado ao escalão máximo do futebol francês. 

Ainda a época 2012/2013 não arrefeceu e o senhor Dimitry Rybolovlev já viu sair da sua imensa conta bancária mais de 100 Milhões de Euros para garantir o concurso de alguns dos melhores jogadores da actualidade (70 Milhões em James e Moutinho do FC Porto e 45 Milhões em Falcao do Atl. Madrid), mas a coisa não fica por aqui e, depois de ter acrescentado o veterano Ricardo Carvalho a este trio, começam a vir a lume nomes de grandes estrelas como Tevez ou Hulk. Esta tem sido uma prática cada vez mais comum em clubes que teimam em não atingir um determinado patamar de sucesso ou em não conseguir regressar a um passado de glória que em tempos tiveram. Uma prática que, cada vez mais, tem feito deste desporto um negócio de transacções de homens e talentos, onde o amor à camisola e o futebol pelo espectáculo são cada vez mais uma ilusão. É certo que este tipo de investimento tem a capacidade de tornar mais fortes e mediáticos alguns campeonatos que se vão perdendo na mediocridade (o francês é um exemplo disso) e só assim é possível que alguns dos melhores jogadores do mundo troquem projectos ambiciosos em grandes clubes europeus (em certos casos clubes de topo) por uma vida de luxo num "paraíso" qualquer. Mas poderá alguém criticar um homem que quer viver e desfrutar de todo o luxo (ao alcance de muito poucos) que um principado como o Mónaco tem para oferecer? 

O futebol deixa, cada vez mais, de ser futebol para se tornar num negócio e numa forma de investimento. Triste é que tudo isto vá acontecendo à sombra do tal Fair-Play financeiro com que o senhor Platini tanto gosta de encher a boca, mas que não passa de uma grande treta!


nota: tendo em conta alguns dos jogadores já contratados pelo clube do principado assim como o seu passado desportivo (James, Moutinho, Falcao e Ricardo Carvalho) e tendo em conta alguns dos rumores de futuras transferências (Hulk, Álvaro Pereira), poderá o AS Monaco trocar o vermelho pelo azul e branco?

terça-feira, 28 de maio de 2013

Vitor Pereira... Que futuro?



Apesar dos dois títulos conquistados nos dois últimos anos, a verdade é que o treinador do FC Porto não consegue convencer os adeptos da sua própria equipa (a maioria pelo menos) e não consegue deixar de ser uma espécie de patinho feio, um mal amado no reino do dragão. Verdade seja dita que, em parte, isso acontece por culpa própria. 

Se é verdade que ao longo da época o FC Porto teve jogos em que demonstrou enorme qualidade no seu jogo e se viu elogiado por todo o mundo (lembro os jogos com Guimarães e Málaga), não é menos verdade que momentos houve de puro tédio, em que a equipa assumiu um jogo de posse que se resumia em jogar para os lados e para trás, sem conseguir ser capaz de criar qualquer situação emotiva para quem acompanhava a partir das bancadas ou da televisão. Pelo meio dos méritos de Vítor Pereira (que com certeza os tem) surgem falhas que os mais exigentes adeptos (e os do FC Porto são do mais exigente que por cá se encontra) não conseguem perdoar. A equipa é irregular a nível exibicional, a gestão do jogo e até mesmo do plantel é deficiente (se bem que na parte do plantel a culpa não é apenas do treinador) e, digam o que disserem, a verdade é que o FC Porto perdeu nos últimos anos um pouquinho da sua imagem e dimensão europeia. 

Pode parecer que vencer dois campeonatos é bom, mas para uma equipa da dimensão do FC Porto isso não chega. Não é bom vencer apenas duas ligas e ser eliminado prematuramente da taça por duas vezes (uma delas por 3-0 em Coimbra)... Não é bom vencer apenas duas ligas e ser eliminado prematuramente da Champions League por duas vezes (uma delas em plena fase de grupos). Se é certo que o treinador português, apesar das saídas de jogadores chave (Falcão e Hulk), mostrou competência suficiente para fazer do FC Porto campeão nacional contra um dos adversários mais fortes do últimos anos (o SL Benfica 2012/2013), não é menos verdade (na minha opinião) que o FC Porto necessita de mais e precisa de alguém que lhe devolva a enorme dimensão europeia que foi conquistada ao longo dos últimos vinte anos e, sinceramente, não me parece que seja Vítor Pereira o treinador capaz de o fazer.

Os últimos meses, apesar da conquista do principal objectivo da época (titulo nacional) mostraram um cenário de desgaste entre o treinador e alguns dirigentes e, principalmente, entre o treinador e a maioria dos adeptos (apesar de algumas manifestação na hora de festejar poderem fazer crer o contrário). Além de tudo mais, o FC Porto precisa de renovar a sua equipa técnica, precisa de tornar o seu futebol mais eficaz e atractivo, precisa de injectar sangue novo (o que não significa contratar um treinador jovem) e apostar em alguém que não esteja tão perto da critica logo à primeira falha, porque isso, a acontecer, afectará sempre o plantel e a própria estrutura azul e branca. 

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Könige von Europa



Num ano em que a Alemanha manda na Europa a todos os níveis, o futebol não podia ser excepção e a final da Champions League 2012/2013 veio provar a supremacia de uma liga muitas vezes desvalorizada mas, na minha opinião, das mais interessantes do mundo. Uma final entre as duas principais equipas da Bundesliga estava longe de ser desejo dos senhores do futebol, mas se há coisa bonita que estes desporto tem, é precisamente essa de ir (muitas vezes) contra os interesses de quem vive à custa dele e faz dele o seu negócio. Ainda não foi desta que o senhor Platini teve direito ao seu Real Madrid CF vs FC Barcelona, mas como isto da Uefa Champions League não é o seu recreio privado, temos pena!

Desde o início da temporada que vi no FC Bayern Munchen uma equipa de enorme qualidade, defendendo sempre que os bávaros eram, sem sombra de dúvidas, um dos grandes favoritos à vitória final da prova e, já agora, que os seus adversários (Borussia Dortmund) poderiam ser uma das grandes surpresas... felizmente não me enganei, a final foi totalmente alemã e o vencedor foi talvez a equipa que mais merecia o triunfo nestes últimos anos. O crescimento da equipa da Baviera tem sido extraordinário. O colosso alemão foi a pouco e pouco reconquistando o seu espaço na Europa do futebol à custa de treinadores de enorme competência e de planteis construídos com régua e esquadro. Tal como defendi no inicio da temporada, se o FC Bayern Munchen já era uma equipa de enorme valor no ano passado (mesmo tendo perdido quase tudo), este ano era sem dúvida uma equipa ainda melhor. Não tenho reservas em afirmar que, mesmo não tendo um Ronaldo, um Messi ou um Iniesta, o campeão alemão é, nesta altura, a equipa da Europa mais bem apetrechada de talentos, mais homogénea,  mais equilibrada e consistente. Depois de alguns anos de reconstrução, depois de um crescimento sustentado e feito passo a passo, depois de três presenças em finais de Champions League nos últimos quatro anos, eis a afirmação do gigante alemão como rei da europa.

Este título europeu é também um prémio justo para um treinador de enorme qualidade e muitas vezes "injustiçado" no mundo do futebol. Jupp Heynckes soube criar uma equipa que joga com uma qualidade e um rigor impressionantes, soube criar um grupo coeso onde não faltam opções de grande valor, soube fazer evoluir os jogadores que tinha ao seu dispor e soube gerir os egos de tanto talento na perfeição (por vezes é mesmo a tarefa mais difícil). É certo que quando se conta com Ribéry, Robben, Muller, Mandzukic, Gomez ou Schweinsteiger a tarefa até pode parecer mais fácil, mas a história já provou que nem sempre é assim. O treinador alemão é um dos grandes obreiros deste novo FC Bayern Munchen e grande responsável pela enorme temporada da sua equipa. Estando a partir do final da época no "desemprego", parece-me que será um dos técnicos mais cobiçados do mercado europeu... bem merece! 

Livre de derrotas



Surpreendente ou não, a verdade é que o FC Porto treinado por Vítor Pereira conquistou a vitória na liga portuguesa e mais ainda, fê-lo sem qualquer derrota. Digo surpreendente porque, na verdade, muitos não acreditavam em tal reviravolta no desfecho da liga... eu, por exemplo, não acreditava. A verdade é que uma vez mais os comandados de Vítor Pereira foram capazes de se manter focados e fortes enquanto caminharam penosamente no segundo lugar atrás do SL Benfica e no momento decisivo, quando a equipa de Jorge Jesus escorregou, não vacilaram e foram capazes de vencer ao sprint um dos mais emocionantes campeonatos dos últimos anos. 

A liga venceu-se nos pormenores e nisso o FC Porto foi mais forte. Nos duelos entre primeiros o FC Porto não vacilou (empate na Luz e vitória no Dragão) e na altura de maior desgaste emocional e físico foi capaz de se manter unido e compacto no caminho dos seus objectivos. O SL Benfica foi a equipa que durante mais tempo apresentou melhor futebol ao longo da época (disse-o aqui várias vezes) mas, talvez fruto do excesso de frentes em que esteve envolvido, tremeu nos últimos jogos e viu-se surpreendido em casa pelo Estoril quando já ninguém esperava (nem mesmo a própria equipa como mostrara os festejos do jogo anterior na Madeira). Se este foi para muitos o jogo que decidiu o título, o que lhe seguiu carimbou definitivamente o símbolo de tri-campeão nos portistas. O SL Benfica visitou o Dragão a três dias de defrontar o Chelsea FC na final da Europa League e fê-lo com uma postura que não agourava nada de bom. Tendo a consciência de que o empate seria resultado suficiente para manter as aspirações intactas e querendo-se poupar para a final europeia que estava para vir, viu-se um SL Benfica defensivo, lento, a perder tempo e a lutar pelo resultado que lhe era conveniente. A verdade é que o desejado resultado esteve a segundos de ser uma realidade, mas costuma-se dizer que quem joga para o empate está mais perto de perder e mais uma vez foi isso que aconteceu. A inconsciência de um miúdo irreverente de apenas 19 anos mudou por completo a história do campeonato e o momento em que Jorge Jesus se "ajoelha" perante o grande golo de Kelvin fica para a história como a grande imagem desta competição. Perante a derrocada das forças anímicas dos encarnados, o FC Porto acelerou para o titulo nacional sem abrandar ou sequer olhar para trás. 

Vítor Pereira teve o mérito de ser capaz de manter a sua equipa unida e focada no objectivo mesmo quando este parecia impossível e foi capaz de, mesmo tendo menos opções que o rival (em termos ofensivos) se manter na luta até ao fim, não desistindo do seu estilo de jogo, da sua identidade e nunca alterando o seu futebol em função dos outros. Se este é ou não um estilo de jogo bonito e eficaz é conversa para outros "debates", a verdade é que Vítor Pereira se manteve fiel a si mesmo e mais uma vez (contra todos os prognósticos) acabou por vencer. 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Fatídico minuto 92!



Infelizmente escrevo para lamentar a derrota do SL Benfica aos pés do Chelsea FC e não para parabenizar a equipa de Jorge Jesus pela conquista europeia. Se houvesse um vencedor neste jogo teria de ser o SL Benfica (concordo em absoluto com Jorge Jesus) e, por tudo aquilo que a equipa portuguesa fez ao longo da competição assim como nesta final, não tenho dúvida nenhuma de que deveria ter sido assim. 

Ao contrário do que aconteceu no fim de semana passado, o SL Benfica entrou no jogo de forma personalizada, com pressão alta, forte, rápido e com vontade de vencer, reduzindo o Chelsea FC a uma insignificância à qual não está habituado mas, talvez fruto dos nervos ou da pressão, pecando imenso na hora da finalização. Não é normal ver o ataque do SL Benfica desperdiçar tantas jogadas, tantas oportunidades e tantos lances de golo eminente. Sinceramente, ao fim dos primeiros 15 minutos de jogo pensei que o SL Benfica vencesse o jogo com relativa facilidade. O Chelsea FC, por sua vez, foi sempre uma equipa retraída, cínica e com um futebol triste que tenta apostar no erro do adversário, ou seja, apresentou um futebol à imagem do seu treinador Rafa Benitez, talvez um dos mais sortudos (e já agora mal amados) treinadores do mundo. Se neste momento Jorge Jesus ainda deve estar a tentar perceber como perdeu este jogo, Rafa Benitez estará certamente a tentar perceber como o ganhou. Não merecia o primeiro o sofrimento da derrota e certamente não merecia o segundo a felicidade da vitória, mas o futebol é isto mesmo, é um jogo onde não há justiça ou injustiça e onde a lógica não impera. O futebol é esta coisa maravilhosa onde só reina a paixão. 

Por tudo aquilo que mostrou até ao apito final deste jogo, a equipa encarnada merece ser recebida em Lisboa debaixo de uma enorme ovação dos seus adeptos. É certo que perdeu e é certo que regressa sem a tão desejada taça mas, mesmo sabendo que o que fica são os resultados e os títulos,  mesmo sabendo que as finais são para ganhar, os jogadores do SL Benfica merecem o calor dos seus adeptos e não merecem que uma final perdida apague todo o brilhantismo de uma excelente temporada desportiva (principalmente nesta competição).  

Os jogadores do SL Benfica jogaram com alma, lutaram e carregaram com orgulho o escudo que ostentam e defendem, merecendo por isso os parabéns dos seus adeptos e dos adeptos portugueses em geral.

Parabéns à equipa do SL Benfica por tudo o que fez na prova!


nota: Se há jogador que não merecia mesmo perder este jogo era Matic. Mais uma enorme exibição de um jogador extraordinário.  

Uefa Europa League (final)



Que comecem os pontapés na bola

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Importa-se de repetir?



Ao passar os olhos pela nota (3,7) atribuída pelo observador da liga (um tal de Luis Ferreira) ao árbitro João Capela pelo trabalho (miserável diga-se) do passado final de semana no clássico da capital, fiquei de repente com a ligeira sensação de que a única "desculpa" plausível para tal descalabro seria uma mudança de regras na liga, assim como o alargamento da escala de avaliação dos árbitros para uma nota máxima de 10 valores! Afinal nada disto aconteceu, os árbitros continuam a ser avaliados numa escala de 0 a 5 e o senhor João Capela acaba de receber um 3,7 equivalente a "Bom Mais"!!! Das duas uma, ou o observador Luis Ferreira assistiu ao jogo da Luz nos lugares reservados a deficientes invisuais (e esses lugares existem mesmo), ou muita coisa tem que mudar na arbitragem portuguesa, a começar na avaliação dos árbitros e nas pessoas a quem essa tarefa é confiada. 

Com estes critérios e com estas avaliações irrisórias, começa a ficar explicado o porquê de determinados árbitros chegarem tão rápido à primeira categoria e mais tarde a internacionais, quando não se vislumbra neles qualquer tipo de qualidade para as funções que desempenham. Os observadores, que cada vez mais contribuem para a descredibilização do sector da arbitragem, são quem tem o papel fundamental na promoção e despromoção dos senhores do apito. Até agora tem sido o descalabro que se vê...

Não se trata de defender ninguém e muito menos de acusar o senhor Capela de propositadamente beneficiar um clube em detrimento de outro (ou outros), mas dizer que a arbitragem do passado fim de semana é positiva só pode mesmo ser anedota. Infelizmente é real e sucede com tanta frequência que já há muito tempo perdeu qualquer piada que pudesse ter!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Regresso



De volta à escrita futebolística e ao meu "querido" blogue depois de bastante tempo ausente e sem inspiração... e haveria melhor dia para estar de volta do que o feriado (e que feriado) do 25 de Abril? Dificilmente...

Para melhorar ainda mais o timing deste meu regresso, estou de volta depois de uma extraordinária jornada da Champions League, uma primeira mão de meia final estrondosa que veio provar o poderio do futebol alemão e, de certa forma, dar-me razão quando há uns tempos defendi o FC Bayern Munchen como um dos mais fortes candidatos ao título europeu e o Borussia Dortmund como uma das equipas mais bem treinadas do mundo e com capacidade para ser a grande surpresa da prova. Sinceramente não estava à espera que o Real Madrid CF sofresse como sofreu (até porque as arbitragens não têm permitido tal coisa), mas a verdade é que os alemães meteram num bolso a equipa de Mourinho e humilharam por completo a companhia de estrelas que veste de branco... e para ser ainda mais saboroso, tudo isto aconteceu pouco tempo depois de verem o seu grande rival resgatar o título alemão e levar-lhes também o melhor jogador. A equipa de Jurgen Klopp ainda não está na final de Wembley mas estou a torcer para que assim seja (desculpem a sinceridade). O Borussia Dortmund depois do incrível crescimento dos últimos anos merece esse prémio, o futebol alemão, que apresenta uma das melhores ligas do mundo, merece esse reconhecimento e o treinador Jurgen Klopp merece estar onde estão os melhores. 

Na outra meia final, o FC Bayern Munchen limitou-se a mostrar o porquê de ser um dos grandes favoritos à conquista da prova. A equipa bávara apresenta um dos melhores planteis do futebol mundial, recheado de gente com garra e um inesgotável talento. Dá um enorme prazer ver esta equipa tão bem montada por Jupp Heynckes jogar. Apesar do adversário ser o FC Barcelona, que no seu Camp Nou é muito difícil de defrontar (o AC Milan que o diga), parece-me certo que o FC Bayern Munchen vai marcar presença na final da prova mais importante do futebol europeu pelo segundo ano consecutivo. Depois de no ano passado perder o troféu em casa para o Chelsea FC de Di Matteo, este ano, o já consagrado campeão alemão, tem a oportunidade de resgatar o tão desejado caneco na cidade do clube que há um ano atrás lho "roubou"... um pequeno pormenor que certamente não passa ao lado dos adeptos alemães. Já os catalães, por seu lado,  vão falhar uma final europeia pelo segundo ano consecutivo e, apesar de todas as atenuantes desta época, começam a mostrar que vivem um final de ciclo e precisam de uma enorme reciclagem. Nos últimos anos houve uma generalizada tendência de afirmar que o argentino Messi nunca seria o mesmo sem os seus "fieis escudeiros" do meio campo, mas este jogou veio mostrar uma realidade um pouco diferente pois a verdade é que sem Messi, ou com ele a meio gás, este Barcelona FC é (neste momento) uma equipa inacreditavelmente frágil e o seu futebol torna-se (apesar do enorme talento de gente como Xavi ou Iniesta) demasiado previsível e fácil de anular. 

Depois de tudo o resto, a Alemanha volta a dominar também o futebol europeu!

sexta-feira, 22 de março de 2013

Eterno fado da matemática



Passar os olhos pelas convocatórias de Paulo Bento e por todos os seus equívocos é um exercício de pura comédia. Assistir a uma partida de futebol desta equipa de amigos que o seleccionador português criou é um autêntico desperdício de tempo, um martírio apenas ao alcance do mais radical sadomasoquista. Não há uma coerência e nem mesmo uma lógica nas convocatórias (até há mas pela negativa), não existe a mínima organização dentro do campo, não se vê fio de jogo e, verdade seja dita (nunca pensei escrever tal coisa) até o espirito guerreiro, a garra e a paixão pelo desafio incutido pelo sargentão brasileiro se perdeu. O problema da selecção portuguesa é de tal forma grave, que nas mão de Paulo Bento até fenómenos como Cristiano Ronaldo ou João Moutinho se parecem com jogadores vulgares e isso é trabalho que não está ao alcance de qualquer um. 

A equipa das quinas até poderia ter vencido o jogo em Israel (seria tremendamente injusto) que não apagava a miserável exibição com que destruiu o almoço de milhares de portugueses. Assistindo a 90 minutos de jogo desta equipa, percebe-se perfeitamente o porquê de 5 jogos consecutivos sem vencer, ficando apenas por perceber o porquê de tanta teimosia por parte de Paulo Bento e, tal como em tempos escrevi aqui em relação ao mesmo senhor, a teimosia em excesso não é mais do que estupidez. 

É verdade que falar depois do jogo é sempre mais fácil e eu corro esse risco, mas não é menos verdade que depois de ver uma convocatória a todos os níveis ridícula (os mesmos critérios desajustados de sempre) e depois de ver um 11 talhado para o insucesso não era de esperar melhor fim para o primeiro jogo desta dupla jornada de qualificação. O resultado (3-3), tendo em conta as incidências do jogo, até pode parecer um mal menor, mas quando damos por nós a "festejar" um empate tardio contra esta "poderosa" selecção de Israel, está tudo dito... ao ponto a que isto chegou! O apuramento para o Mundial do Brasil está cada vez mais dependente das habituais contas, mas a verdade é que Portugal ainda não mostrou nada para merecer lá estar!


Dúvida: Como se explica que Paulo Bento tenho ignorado Varela nos seus melhores momentos de forma, fazendo dele eterno suplente do pouco inspirado Nani e agora, no momento em que o Drogba da Caparica atravessa a pior fase da sua carreira, lhe entregue a titularidade para um jogo tão importante como este tendo Pizzi, Vieirinha e Danny no banco? Há coisas que nem o seleccionador é capaz de explicar!

segunda-feira, 18 de março de 2013

JJ agradece e desembrulha



VITÓRIA SC vs SL BENFICA (0-4)

Ao contrário do FC Porto, o SL Benfica de Jorge Jesus soube lidar com a pressão e o esgotamento físico de um jogo a meio da semana, para cimentar ainda mais a liderança isolada do campeonato português. Depois da desgraça da época passada em que uma má gestão dos jogadores disponíveis empurrou os lisboetas para fora de todas as competições (excepção feita à Taça da Liga), Jorge Jesus vai mostrando que aprendeu com os próprios erros e faz agora uma gestão criteriosa dos seus principais atletas, sem nunca retirar competitividade e qualidade à equipa. Quando assim é, torna-se muito mais fácil atingir objectivos. 

Depois de mais uma vitória nas competições europeias que colocou o SL Benfica nos quartos de final da Europa League (é sem dúvida um dos mais fortes candidatos à vitória final), os encarnados subiram ao relvado de Guimarães cientes da possibilidade de aumentar para quatro pontos a vantagem sobre o FC Porto. Quem pensava que esse "pormenor" aumentaria a pressão sobre os jogadores enganou-se redondamente pois, mais uma vez, os comandados de Jorge Jesus entraram em campo com uma enorme disponibilidade mental e física, um jogo ofensivo de grande qualidade e uma enorme tranquilidade para saber esperar o golo, que mostra bem a forma adulta como a equipa se comporta. Não espantou por isso que o SL Benfica fosse tomando conta do jogo e "apertando" a jovem equipa do Guimarães até a massacrar com uma chuva de golos. O jogo da cidade berço, deu para golear, entusiasmar os adeptos, aumentar a vantagem sobre o segundo classificado e ainda para passear durante largos minutos, gerindo o esforço físico com a bola nos pés. Pode não ter sido uma exibição brilhante da equipa de Jorge Jesus, mas foi sem qualquer dúvida uma mostra de maturidade, profissionalismo e enorme auto-confiança. 

Depois de mais uma escorregadela azul e branca, o SL Benfica mostrou estar mais preparado para enfrentar a fase decisiva da época e respondeu com quatro golos, tendo agora tudo a seu favor para chegar ao tão desejado título. Mas atenção, além do campeonato nacional há ainda uma Taça de Portugal e uma Europa League para disputar. Esta pode muito bem ser uma época histórica para os encarnados da Luz.    

VP embrulha o título



CS MARÍTIMO VS FC PORTO (1-1)

Depois de uma eliminação inesperada em Espanha, o FC Porto deslocou-se à Madeira com o objectivo de assegurar os três pontos, esquecer o trauma das competições europeias, manter-se na luta pelo título nacional e colocar pressão no SL Benfica, ganhando um novo ânimo para o que resta da época. Aconteceu tudo ao contrário e a verdade é que os portistas vão regressar ao continente em muito pior estado do que estavam. Terá Vítor Pereira força para sair disto "vivo"? Dificilmente! 

Depois de uma poupança de esforços mal calculada ter afastado os dragões da Taça de Portugal, Vítor Pereira conseguiu a proeza de, em apenas 5 dias destruir o que restava da época azul e branca e quase de certeza das suas esperanças num futuro de dragão ao peito. Após o falhanço redondo que foi a preparação, o jogo e o pós-jogo dos oitavos de final da Champions League, o FC Porto entrava em campo com margem reduzida para errar. Os adeptos sabiam disso, os jogadores sabiam disso, o treinador sabia disso, mas ainda assim o que se viu na Madeira foi um FC Porto sem ideias, sem mobilidade, abatido psicologicamente, sem força, sem garra, fisicamente desgastado (são inúmeras as lesões e quase não há jogador que se mostre fisicamente disponível) e pior ainda sem qualidade para dar a volta às contrariedades do jogo. Durante 90 minutos o campeão nacional voltou a mostrar uma enorme percentagem de posse de bola que raramente consegue transformar em lances perigosos ou jogadas de golo iminente. A equipa perde-se em passes laterais e para trás que mais não significam do que um mastigar de jogo enfadonho. Se a tudo isto juntarmos a gritante falta de eficácia da equipa, facilmente se chega à conclusão de que o resultado dificilmente poderia ser outro que não uma escorregadela, que estende uma enorme passadeira vermelha para o título. 

Vítor Pereira voltou a falhar na construção da sua equipa, voltou a não ser capaz de montar uma estratégia que derrubasse a muralha defensiva dos madeirenses e falhou redondamente na leitura que foi fazendo ao longo do jogo. Só assim se explica o 11 inicial, a forma como a equipa se movimentou dentro do campo, as substituições e as palavras proferidas depois de tão miserável exibição. Como se explica que o FC Porto adquira um ponta de lança (Liedson) no mês de Janeiro e num jogo em que precisa de marcar golos esse mesmo avançado não se levante do banco nem mesmo para aquecer? Será que Liedson não está em condições físicas? Mas se não está, como se explica que esteja no banco de suplentes apenas para ocupar lugar? Tem sido desastrosa a gestão feita pelo treinador do FC Porto, assim como desastrosa parece ser a preparação física da sua equipa (tantas lesões musculares numa época só?). São demasiados erros e equívocos que vão custando objectivos (a Taça de Portugal e a Champions league já foram... o campeonato vai a caminho) e que no futuro custarão certamente (espantaria-me o contrário) o futuro de Vítor Pereira no Dragão. 

quarta-feira, 6 de março de 2013

UEFA: negócio ou futebol?


Imagem retirada do site: www.abola.pt
Em Old Trafford, o Manchester United FC sentiu na pele a importância e o peso que representa para a UEFA ter um dos grandes clubes espanhóis na final da Champions League. Depois do acidente da época passada que fez cair aos pés de Chelsea FC e FC Bayern Munchen os catalães e madrilenos respectivamente e, numa altura em que a equipa de Messi e companhia está com um pé fora da competição, era de um enorme prejuízo para a UEFA deixar cair também o campeão espanhol, correndo o risco de deixar Espanha sem qualquer representante nos quartos de final (Valência está praticamente eliminado e o Málaga FC em desvantagem). Pela lógica, e pelo que estava a acontecer dentro do campo, a derrota do Real Madrid CF seria mesmo o final mais previsível, mas num único segundo tudo muda e uma decisão que tem tanto de ridícula como suspeita (expulsão de Nani numa altura em que a sua equipa estava em vantagem) atirou borda fora os ingleses. 

Infelizmente, este tipo de coincidências vêm-se arrastando ao longo das últimas épocas sob o olhar atento e cúmplice do senhor anti-corrupção, esse exemplo de honestidade e integridade que dá pelo nome de Platini. O negócio ainda é o negócio, pelo que a presença de um clube de classe média numa final da Champions League (como aconteceu com o FC Porto em 2004 por exemplo) não passa de uma enorme ilusão!

Na próxima semana o AC Milan que se cuide porque, afinal de contas, a final de sonho do manda-chuva francês continua a ser - ele próprio o admitiu - o Real Madrid CF vs FC Barcelona!

segunda-feira, 4 de março de 2013

Clássico(zinho)



SPORTING CP vs FC PORTO (0-0)

O FC Porto vs Sporting CP que se jogou no fim de semana não passou de um "clássicozinho", um jogo quase banal e sem grandes motivos de interesse, onde nenhuma das duas equipas fez por merecer a vitória ou por dignificar a qualidade do futebol português.

Sem João Moutinho - baixa de última hora - o FC Porto entrou em Alvalade da mesma forma que entrou em muitos dos jogos da presente temporada, ou seja, a uma velocidade de tal forma reduzida que chega a dar sono ao mais ferrenho adepto de futebol. Com uma posse de bola que teve tanto de notável como de inútil - jogando para o lado e para trás - a equipa de Vítor Pereira - não se percebe a ideia de "colar" Defour a Fernando - não só se adormeceu a si própria no jogo como manteve o Sporting CP instalado na sua zona de conforto - atrás do meio campo -, explorando o pontapé para a frente onde Wolfswinkel se envolvia numa luta desigual com os centrais portistas. Se o FC Porto tinha tudo para conquistar uma grande vitória e dar um passo importantíssimo rumo ao tri-campeonato - não são muitos as oportunidades de defrontar um Sporting CP de tão pouca qualidade -, a verdade é que deu uma enorme sapatada nas suas aspirações - apesar de depender apenas de si - e mais ainda, praticou um futebol de tão baixo nível que deixou os seus adeptos à beira de um ataque de nervos. Se João Moutinho e Mangala já seriam baixas de vulto, um varela limitado a duas velocidades - lento e parado - um Jackson estranhamente apático e longe do jogo, um Alex Sandro apagado e um Lucho sozinho a tentar segurar o meio campo, são ingredientes mais do que suficientes para um jogo de sofrimento que acabou com um resultado negativo. Não poderia ser de outra forma. Ao dragão faltou garra e atitude!

Por seu lado, o Sporting CP fez o jogo que se esperava, mantendo a sua equipa sempre atrás da linha da bola e defendendo da forma como podia, lançando de quando em vez a corrida desenfreada mas inconsequente de Wolfwinkel que sozinho no meio de dois centrais portistas não desistia de tentar fazer a diferença. Se de um lado não havia consequência do outro não havia sequer fio de jogo e não fossem as falhas de atenção dos defesas portistas a permitir as melhores chances de golo aos da casa e certamente eu teria mesmo adormecido. No meio de tudo isto, nota positiva para Jesualdo ferreira que percebeu e bem as limitações do futebol portista sem João Moutinho e fez questão de encostar o "matulão" Dier ao único construtor portista -Lucho Gonzalez - limitando e muito as suas acções. O argentino ainda deu trabalho e manteve o meio campo da sua equipa vivo mas, verdade seja dita, com 32 anos a sua força já não pode durar 90 minutos.

No final fica o registo de um clássico do mais fraco que se viu nos últimos anos, entre duas equipas que, apesar de tudo, podiam e deviam fazer muito mais!


Destaques:

Dier: O jogador inglês foi surpresa no meio campo leonino mas cedo mostrou que era o homem certo para a tarefa. Soube segurar e limitar as acções de Lucho Gonzalez e, pese embora, o argentino tenha sido o melhor dos azuis e brancos, só não foi mais perigoso porque Dier não permitiu.

Patrício: Depois da noite infeliz no Estoril e da reprimenda do treinador, o guarda redes leonino mostrou que podem e devem contar com ele. Esteve sempre atento e seguro na baliza, matando toda e qualquer oportunidade de golo portista.

Lucho Gonzalez: O capitão argentino foi a alma e o coração da equipa portista. Foi ele que segurou o meio campo, que pressionou as saídas dos leões e que tentou levar com sucesso a bola para o ataque. Esteve sempre bem marcado pelo inglês Dier mas a sua classe acabou por vir ao de cima. Infelizmente já não dura 90 minutos em ritmo elevado e a sua equipa sentiu essa quebra.

Hélton: O guarda redes brasileiro acabou por ter mais trabalho do que estava a espera mas mostrou-se sempre rápido, eficaz e seguro. Salvou o FC Porto de um amargo de boca maior por duas vezes, negando o golo a Wolfswinkel.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Crescer à pedrada



Nos últimos tempos tem-se assistido no futebol português a um fenómeno que nada prestigia o desporto em geral e muito menos o clube que acaba por ser colocado em causa por comportamentos menos próprios dos seus adeptos. Em menos de um mês, elementos da claque do SC Braga, que sinceramente até ao inicio desta "bola de neve" de maus comportamentos eu nem sequer sabia o nome, foram protagonistas em quatro episódios de violência que envergonham qualquer apaixonado pelo desporto rei e ainda mais deveriam envergonhar aqueles que estiveram envolvidos.

Depois do que todo o país viu na recepção ao Paços de Ferreira FC - obrigou mesmo a um pedido de desculpas por parte de António Salvador -, depois da forma vergonhosa como os adeptos matosinhenses foram tratados na visita do Leixões SC ao SC Braga B e depois de mais um espectáculo deprimente nas bancadas do D. Afonso Henriques - e aqui não são os de Braga os únicos culpados -, eis que hoje a comitiva do SL Benfica foi brindada com valentes pedradas no autocarro que se preparava para conduzir a equipa rumo à capital. O SC Braga tem sido um clube em tremendo crescimento, tem lutado ombro a ombro com os maiores clubes do futebol português, tem marcado constantemente presença nas principais provas da UEFA e tem, com enorme mérito, escrito o seu nome na história do futebol. É pena que alguns dos seus adeptos não saibam crescer da mesmo forma que o clube. O SC Braga merece muito mais e melhor. 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Humiliació



O Real Madrid CF foi a Barcelona para em pleno Camp Nou derrotar o FC Barcelona por 1-3 e afastar a equipa da Catalunha da Taça do Rei - os catalães são os actuais detentores do título. Desde o início do jogo se percebeu que a equipa de José Mourinho estava a todos os níveis mais fortes e que este FC Barcelona é uma pequena sombra do que em tempos foi, numa prova clara de que para ganhar não basta ter os melhores do mundo dentro das quatro linhas se no banco não existir um treinado à altura. 

Ao longo dos 90 minutos, a equipa da capital espanhola foi dona e senhora do jogo e, mesmo oferecendo a posse de bola aos catalães - como eles tanto gostam -, percebeu atempadamente os possíveis problemas para de forma eficaz os saber resolver. A estratégia montada por José Mourinho resultou na perfeição e deixou um lotado Camp Nou de boca aberta, espantado com o banho de bola a que se assistia no relvado. Os papeis inverteram-se e desta vez Xavi - uma nulidade no jogo -, Fabregas - sempre deslocado da sua posição -, Iniesta - escondido do jogo numa linha lateral - e Messi - onde andou o pequeno Messi? - andaram 90 minutos de olhos trocados a ver o Real Madrid pressionar alto, preencher de forma inteligente os espaços e sair a uma velocidade alucinante para o ataque - foi assim que surgiram os primeiros dois golos que resolveram a eliminatória. 

É certo que o jogo era pra a taça e que no campeonato - o clássico é já daqui a 4 dias - o FC Barcelona vai destacado na frente e sem ninguém que apresente qualidade suficiente para lhe causar problemas, mas a verdade é que a equipa que era de Guardiola, passou para o seu adjunto Tito e entretanto para o adjunto do adjunto já vem dando sinais de desgaste e de quebra qualitativa e emocional há bastantes jogos e, se no campeonato vais disfarçando com vitórias mais ou menos sofridas, nas provas europeias bateu de frente num AC Milan matreiro e tacticamente adulto e o estrondo foi de tal forma que as debilidades ficaram todas à mostra. O FC Barcelona não tem plano B - já na época anterior padecia da mesma "doença" - e neste momento é de tal forma previsível que, apanhando pela frente uma equipa inteligente, adulta e de grande qualidade como o Real Madrid FC acaba por se tornar uma presa fácil. 

Cristiano Ronaldo foi a principal estrela do jogo, assinando uma exibição de encher o olho, coroada com dois golos que deixaram as bancadas de Nou Camp à beira de um ataque de nervos. Quanto a José Mourinho, voltou a vergar o FC Barcelona e deixou-me com a enorme curiosidade de perceber que tipo de insultos e críticas lhe serão lançados esta semana pelos jornais da capital espanhola e por alguns do "supostos" adeptos madrilenos. Eu tenho a certeza que há pelo menos um famoso casal que - no fundo no fundo - terá desanimado um pouco com esta excelente e tranquila vitória do português!