segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Este país também é para velhos



Depois de alguma especulação em torno do negócio, FC Porto e CR Flamengo acertaram a transferência que trará de novo o luso brasileiro Liedson a Portugal, desta vez para jogar de dragão ao peito. Com um curto contrato de seis meses, os campeões nacionais garantem uma alternativa a Jackson Martinez, oferecendo à equipa treinada por Vítor Pereira um jogador que é significado de golo, experiência e maturidade. Numa fase em que a época já segue a um ritmo elevado e as decisões vão começar a qualquer momento (o jogo com o Málaga para a Champions League está já aí à porta), o FC Porto precisava de um jogador para o imediato, que fosse capaz de ser uma alternativa para o presente e não um jogador pra aprender, para se adaptar, para crescer e ser aposta no futuro (como disse e bem Vítor Pereira). Assim sendo, e partindo do principio que o jogador se apresenta fisicamente apto (em Portugal há sempre um enorme complexo com jogadores acima dos 30 anos), o FC Porto pode ter garantido com o "levezinho" um verdadeiro reforço de peso. 

A transferência de Liedson para o FC Porto, assim como a insistência de Jorge Jesus em continuar a contar com Aimar, mostram uma face do futebol português à qual os adeptos não estão habituados: a importância e valorização dos jogadores experientes. Pelo mundo fora, sem querer estar a comparar a qualidade dos atletas, vemos jogadores de enorme qualidade a espalhar o seu futebol e a sua experiência em campo nas principais ligas, sem que a idade seja um problema (Ryan Giggs, Zanetti, Totti, Del Piero, Lampard, Terry, Gerrard, Drogba entre outros). Infelizmente no nosso país há o triste hábito de considerar velho todo e qualquer profissional que ultrapasse os 30 anos de idade e desperdiçam-se (só não completamente porque há clubes mais pequenos que fazem deles referências) jogadores como por exemplo João Tomás. Houve durante estes últimos anos algum ponta de lança português que provasse ser melhor opção do que João Tomás para a selecção? Eu não me lembro, mas mesmo assim o "velho" João não veste a camisola das quinas desde 2007 (até lá só o tinha feito por quatro vezes), pese embora a excelente marca de golos que vai conseguindo época após época! 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Um Don Juan em Piraeus



Segundo dizem as más línguas lá para os lados da velhinha Grécia, o português Leonardo Jardim não só orientou bem a equipa do Olympiacos - liderava confortavelmente a Liga grega - como também se orientou a si no que a amores diz respeito. O problema foi tê-lo feito - supostamente - com a mulher do presidente do clube que orientava.

A estranheza provocada pelo despedimento de um treinador que liderava o campeonato com 10 pontos de vantagem e se mantinha na luta pela Europa League e Taça da Grécia foi de tal ordem, que a imprensa grega tratou de procurar - ou inventar - justificações para tamanho acto de loucura do senhor Vaggelis Marinakis. Foi então que chegaram à "maravilhosa" conclusão de que o que levou à saída do madeirense do comando técnico da equipa de Piraeus foi, nada mais nada menos, que o transbordar das suas competências para fora do balneário da equipa e, ao que parece,  a entrada das mesmas pela casa do seu presidente, onde dormiu - não será bem este o verbo - com a mulher do "patrão".

No meio de uma profunda crise grega, o português Leonardo Jardim conseguiu, na sua curta passagem pela Grécia, manter os adeptos e corpo directivo do Olympiacos satisfeitos com a boa campanha desportiva do clube e, segundo reza a história, o seu poder para satisfazer terceiros não parou por aí... erga-se uma estátua deste Don Juan português no porto de Piraeus!

Depois da História reconhecer os gregos como "mestres" do teatro e da tragédia, tudo aponta para um franco crescimento na arte da imprensa cor-de-rosa ao melhor estilo pasquim. A Grécia bem precisa destas animadas noticias/novelas para, no meio de tanta desgraça, poder finalmente esboçar um tímido sorriso. 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Tiki Taka alemão



A partir da próxima temporada, Pep Guardiola vai ser o treinador principal do FC Bayern Munich. Depois de ganhar tudo o que havia para ganhar ao serviço do FC Barcelona (FCB) e de ter estado algum tempo afastado da competição, o técnico catalão decidiu aceitar o desafio de treinar o maior representante do futebol alemão, num projecto ambicioso que visa voltar a fazer do FC Bayern Munich (FCB) um dos grandes colossos do futebol europeu. 

Se o campeonato alemão já é um dos que mais me seduz (repleto de excelentes jogadores, grandes equipas, bom futebol, estádios cheios e um ambiente fabuloso), na próxima temporada com uma luta que promete ser de titãs, entre dois dos três melhores treinadores do mundo (Jurgen Klopp e Pep Guardiola) a coisa vai aquecer e de que maneira. A Bundesliga 2013/2014 promete!

Será possível fazer tiki taka na Baviera? Eu estou ansioso por descobrir a resposta.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

20 minutos de loucos!



SL BENFICA vs FC PORTO (2-2)

Num jogo que colocava frente-a-frente as duas melhores equipas do futebol português e as grandes - únicas - candidatas ao título de campeão nacional, SL Benfica e FC Porto fizeram questão de não desiludir os respectivos adeptos e entrar no jogo com uma vontade gigante e uma garra de guerreiro. Foram 20 minutos completamente loucos e de enorme qualidade, recheados de grandes momentos, muitos golos - Mangala aos 8, Matic aos 10, Jackson aos 15 e Gaitan aos 17 minutos - e uma constante incerteza sobre quem iria ser capaz de rir por último e melhor. Foram 20 minutos de pura magia e de um futebol capaz de fazer qualquer amante do desporto rei não portador de bilhete, roer-se de inveja por não ter marcado presença numa das vermelhas cadeiras do Estádio da Luz. É destes grandes momentos que se faz o futebol. 

Após este alucinante período, o jogo foi perdendo alguma da sua intensidade - era impossível aguentar sempre assim - e a velocidade com que se desenhavam as jogadas de encarnados e azuis e brancos não era a mesma. Ainda assim, a qualidade do jogo, a inteligência técnica e táctica dos protagonistas nunca deixou de marcar presença e, apesar do coração começar a bater a um ritmo mais normal, foi com um misto de sentimentos que os adeptos viram chegar o intervalo. Os sorrisos no rosto espelhavam bem o prazer de fazer parte deste grande espectáculo, mas por dentro, ninguém duvidará que se escondia uma profunda tristeza por não ser possível prolongar ainda mais este pequeno momento de "apenas" 45 minutos. 

Após o merecido descanso, SL Benfica e FC Porto entraram em campo com intensidade reduzida. Quem acompanhou a primeira parte sem conseguir manter o "rabo" colado à cadeira começou a achar estranho o conforto com que se ia "enterrando" no lugar. A emoção foi-se - em parte - perdendo e as equipas assumiram uma estratégia de minimização de riscos e de mútuo respeito. Nesta fase, jogou-se muito mais no meio campo e o jogo tornou-se mais físico. Cresceu o número de faltas, aumentaram os erros e os passes falhados e diminuiu o interesse pelo clássico. Começava-se a desenhar "nas estrelas" o justo empate final. Com o jogo instalado a meio campo, foi o FC Porto quem se mostrou mais confortável conseguindo-se superiorizar aos encarnados no controle do jogo, no domínio do meio campo e na ocupação dos espaços. Os dragões usavam a inteligência e capacidade da sua reforçada linha média - ao contrário do que eu esperava, Defour foi aposta acertada - para amarrar o futebol do SL Benfica, obrigando mesmo Jorge Jesus a abdicar do reforço ofensivo para povoar o miolo com Aimar e Carlos Martins. Apesar de tudo, verdade seja dita, a principal oportunidade de desbloquear o jogo pertenceu à equipa da casa, que teve nos pés de Cardozo a chave para os três pontos, mas viu a ponta dos dedos de Hélton afastar a vitória para canto e manter o resultado num justo 2-2. O paraguaio mostrou que não estava nos seus dias e o brasileiro aproveitou para ao vivo "responder" a Luís Filipe Vieira e mostrar que sozinho pode mesmo valer pontos. 

No final, o resultado acaba por ser justo - mais favorável ao FC Porto que jogava fora de casa - por aquilo que ambas as equipas fizeram em campo. Pelo trabalho, pela motivação, pelo empenho, pela garra e pela enorme qualidade daqueles inesquecíveis 20 minutos iniciais, nenhuma das equipas merecia perder. 


Destaques:

Mangala: Um miúdo de 21 anos transformado num senhor defesa central. Enorme exibição do central francês tanto a defender, como a atacar. Marcou o primeiro golo da equipa, meteu os avançados do SL Benfica num bolso - excepção ao lance em que Cardozo se isola - e foi o patrão do sector defensivo do FC Porto. Por vezes é demasiado duro na forma como aborda os lances - Cardozo que o diga - mas limando essa pequena aresta terá tudo para ser um dos grandes centrais do futebol europeu. 

Alex Sandro: Alguém se lembra quem era o lateral esquerdo do FC Porto antes dele? O brasileiro adaptou-se de tal forma à sua nova realidade que se está a transformar num caso sério. Ontem voltou a fazer um enorme jogo. Sempre cheio de vontade conseguiu "secar" Salvio durante grande parte do jogo e ainda soube aproveitar o momento menos bom de Maxi Pereira para criar desequilibrios na defensiva encarnada. Está em grande forma.

Matic: Tal como o lateral portista também o sérvio do SL Benfica tem feito tudo para que os adeptos não sintam saudades de Javi Garcia... e de certeza que não sentem. Matic encheu completamente o campo. Foi enorme a defender e a apoiar o ataque. Tem uma inteligência táctica apurada e uma capacidade técnica muito acima da média o que lhe permite sair a jogar com facilidade. Mais uma excelente exibição, desta vez coroada com um golo digno de registo, que será sem sombra de dúvidas candidato a golo do ano. Matic bem o mereceu. 



sábado, 12 de janeiro de 2013

O Clássico - Parte II



SL BENFICA: Com o grupo praticamente na máxima força - apenas Rodrigo é baixa - Jorge jesus não tem razões para mexer demasiado na sua equipa. Sendo certo que muito pouco - ou mesmo nada - mudará no SL Benfica, acredito que o treinador se veja tentado a mexer ligeiramente no ataque. Uma vez que o FC Porto joga com três homens de grande qualidade e intensidade no meio campo, jogar apenas com Matic e Enzo na zona mais central poderá não ser o suficiente. Os alas não têm características nem capacidades defensivas pelo que deixar uma zona tão importante do jogo entregue a apenas dois jogadores poderá traduzir-se num risco de perder o jogo a meio campo. Para que essa posição fosse reforçada seria necessário abdicar de um avançado - Lima seria a meu ver o escolhido - e colocar um médio que fizesse a dupla função de apoiar Cardozo nos momentos ofensivos e apoiar os médios no momento defensivo. Aimar seria o elemento perfeito para essa pequena mudança no onze encarnado, mas o argentino não tem neste momento a condição física para ser titular e muito menos para o fazer num jogo destes. Sobram Bruno César, que dificilmente será opção tendo em conta o seu momento de forma e Gaitan - na minha opinião a melhor opção - que embora não seja um "expert" nos movimentos defensivos é um jogador de enorme inteligência e que pode desequilibrar na hora de atacar. Na minha opinião a colocação do argentino por trás do ponta de lança paraguaio permitiria ao SL Benfica "amarrar" de forma mais eficaz o meio campo do FC Porto, travando aquele que é um dos sectores mais importantes do futebol do campeão nacional.

O meu onze seria: 

FC PORTO: Tendo em conta as várias ausências do ataque azul e branco - à qual se junta a do central Maicon -, é certo que Vítor Pereira vai ser obrigado a mexer e a descobrir uma solução. A saída de James Rodriguez da ala direita do ataque portista apontaria a titularidade ao jovem ganês Atsu, mas estando este ao serviço da sua selecção na CAN - e estando Iturbe com os sub20 argentinos - não sobra qualquer extremo no plantel. O treinador portista tem algumas soluções mas nenhuma delas passa pela troca directa de jogadores. Por aquilo que se viu na segunda parte do jogo frente ao CD Nacional e no jogo da Taça da Liga frente ao Vitória FC o escolhido deverá ser o belga Defour. Mas será esta adaptação do médio belga a melhor opção? A meu ver, mesmo sendo Defour um grande jogador, não me parece que a sua colocação nas alas seja benéfica para a equipa. Se é certo que, por um lado, permite mais liberdade para que Lucho Gonzalez apareça ofensivamente em zonas do terreno normalmente pisadas por James - mas Lucho não é James -, por outro lado o belga não tem rotinas de extremo e muito facilmente abandona a sua posição acabando por se perder na faixa central afunilando o jogo da equipa. O FC Porto tem outras soluções para fazer esquecer a ausência do seu numero 10. Izmaylov, recentemente contratado, poderá ser uma hipótese para ocupar a ala esquerda, desviando Varela para a direita. O russo está mais do que habituado a esta posição e seria a opção mais óbvia para o lugar, mas tendo em conta que apenas chegou a meio da semana não parece provável, nem mesmo benéfico, que Vitor Pereira lance desta maneira o seu novo reforço. Há também o miúdo Sebá que muito se destacou no jogo da Taça da Liga. O brasileiro mostrou ter imensa qualidade e vontade, mas será isso suficiente para ser lançado a titular no estádio da Luz, ao fim de apenas 90 minutos com a equipa A? Sinceramente não me parece que Sebá esteja preparado para tamanha missão. Resta uma última solução, que na minha opinião será a que mais beneficia a equipa e que passa por adiantar Alex Sandro no terreno. O lugar não é desconhecido do brasileiro - na selecção é frequente vê-lo nessa posição - e a sua capacidade técnica e de explosão poderiam ser uma mais valia para a equipa. Para que essa mudança fosse possível seria necessário colocar Mangala na esquerda - o que não seria inédito nesta época - e fazer de Abdoulaye titular ao lado de Otamendi - o senegalês já mostrou estar preparado para a tarefa -, o que a meu ver não afectaria a eficácia defensiva da equipa de Vítor Pereira. James Rodriguez é um jogador único e substitui-lo é uma tarefa impossível, ainda assim há várias soluções dentro do plantel para ocupar a sua posição. A meu ver esta opção - Alex Sandro - será a que mais benefícios pode trazer à equipa.

O meu onze seria:

O Clássico - Parte I



Joga-se amanhã o primeiro grande clássico da época, entre as duas melhores equipas do actual panorama futebolístico português e, como tal, os dois principais - e únicos - candidatos ao título nacional 2012/2013. Um jogo que coloca frente a frente duas equipas com estilos e filosofias de jogo diferentes e que ainda não conheceram o sabor da derrota na Liga Portuguesa. Duas equipas que aspiram vencer todas as provas em que entram e que muito dificilmente entram em campo à procura de um resultado útil que não seja a vitória. SL Benfica e FC Porto jogam amanhã aquele que, mesmo não sendo um jogo decisivo, poderá contribuir para uma primeira tentativa de fuga rumo ao título. 

SL Benfica: A equipa comandada por Jorge Jesus tem feito uma época exemplar no que a Liga Portuguesa diz respeito. Os encarnados chegam a esta 13ª jornada com 11 vitórias, 2 empates e 0 derrotas, contando com um registo extremamente positivo de 35 golos marcados e 9 sofridos. Apesar de ter perdido no início da temporada duas das suas principais figuras - Javi Garcia e Witsel -, Jorge Jesus soube ser capaz de "inventar" uma solução quase perfeita e fazer de Enzo Perez - que um ano antes era dado como caso perdido - o homem certo no lugar certo. Apesar dos desequilíbrios no plantel - demasiados avançados e poucos defesas - a equipa do SL Benfica tem conseguido resolver, com menor ou maior dificuldade, todos os problemas que as competições domésticas lhe proporcionam. Com Cardozo novamente em grande destaque - 13 golos marcados - os vice-campeões nacionais prometem luta até ao fim para roubar o título ao rival do Norte. O ponto negativo da época encarnada acabou por ser a Champions League. Colocado num grupo que se apresentava perfeitamente ao seu alcance, o SL Benfica bem cedo começou a sentir as dificuldades de um grupo de trabalho com desequilíbrios, e se nas competições nacionais essas lacunas não se notam, já nas competições europeias podem ter papel fundamental. Apesar da eliminação precoce e de tudo o que ela significa desportiva e financeiramente, a equipa de Jorge Jesus conseguiu "garantir" a presença na Europa League na qual será certamente um dos grandes candidatos à vitória final. 

FC Porto: A equipa comandada por Vítor Pereira entrou na época 2012/2013 com o grande objectivo de revalidar o titulo nacional, chegando assim ao tri-campeonato. Os campeões nacionais chegam à 13ª jornada sem qualquer derrota - tal como o seu adversário -, com 10 vitórias, 2 empates e 0 derrotas - com um jogo em atraso por disputar - e com um registo de 28 golos marcados e apenas 6 golos sofridos. O FC Porto que no início da época apresentava, apesar da saída do seu principal jogador, uma equipa bem equilibrada e homogénea, chega a esta fase da época com um plantel desfalcado de opções ofensivas -  James, Atsu, Iturbe e Kleber estão fora de competição nos próximos tempos - o que obriga os dragões a investir no mercado de Inverno - Izmailov foi o primeiro reforço. Apesar das contrariedades, a verdade é que o FC Porto tem o mérito de manter a sua equipa extraordinariamente sólida. Um meio campo fortíssimo, cheio de talento e experiência e uma defesa que se tem mostrado praticamente intransponível. O ponto negativo da equipa comandada por Vítor Pereira foi a eliminação da Taça de Portugal aos pés do SC Braga. Os portistas têm apostado todas as fichas na revalidação do título e numa grande campanha europeia e isso já lhes custou uma competição. Falta saber se irá compensar. Após uma fase de grupos disputada em grande nível e discutida até ao fim com o Paris SG os campeões nacionais conseguiram o apuramento no segundo lugar do grupo saindo-lhes em sorte o surpreendente Malaga FC. Apesar da qualidade dos espanhóis, o FC Porto tem tudo para marcar presença nos quartos de final e isso, por si só, já será o significado de uma bela prestação europeia e de um objectivo - desportivo e financeiro - atingido com sucesso. 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Dream Team 2012 (Nacional)

Negócio entre grandes




Poucos dias depois da reabertura do mercado de transferências, dois dos principais clubes portugueses fecharam mais uma troca de jogadores envolvendo, desta vez, Izmailov e Miguel Lopes. Terá sido um negócio positivo para ambas as equipas?

Por um lado, temos o FC Porto que se encontra, de momento, com um plantel bastante desequilibrado - a saída de Atsu para a CAN e a lesão de James contribuem para isso - e a precisar de jogadores com qualidade e experiência, ou seja, jogadores que sejam capazes de assumir uma posição e não entrem no clube apenas como apostas de futuro. Neste aspecto, Izmailov encaixa como uma luva no plantel do FC Porto, assim como na sua forma de jogar. A grande dúvida em relação à contratação do jogador russo está no seu estado físico e na sua capacidade para poder jogar e contribuir para a equipa. Estando essa questão ultrapassada - e não me parece que um clube como o FC Porto fosse buscar um jogador com limitações - o FC porto ganha um reforço de peso para o que resta da temporada. Izmailov tem qualidade técnica, tem qualidade táctica, tem inteligência de jogo, é um jogador polivalente, tem experiência no nosso futebol, chega de borla - troca com Miguel Lopes - pelo que não traduz um grande risco financeiro e pode jogar as competições europeias, o que significa que Vítor Pereira ganha uma opção de grande valor.

Do outro lado da barricada, temos o Sporting CP que, mergulhado numa situação extraordinariamente difícil, decidiu ver-se livre de alguns dos seus jogadores mais bem pagos. Para os leões, Marat Izmailov já há muito não contava - mesmo sendo claramente o melhor jogador do plantel -, ou porque estava lesionado, ou porque pensava estar lesionado, ou porque psicologicamente não estava em condições ou porque qualquer outra razão desconhecida. Assim sendo, o Sporting CP vê-se livre de um jogador que já não contribuia para a equipa e ao mesmo tempo vê-se reforçado numa posição necessitada por um jogador relativamente jovem - 26 anos -, internacional português, que entra com vontade de triunfar no "clube do coração" e chegar novamente à selecção portuguesa, ou seja, o Sporting CP ganha um jogador motivado, coisa que vai faltando para os lados de Alvalade. O que me faz alguma confusão neste negócio e no que ao Sporting CP diz respeito é o salário do jogador. Não consigo perceber como é que elementos da direcção do Sporting CP vêm falar da redução da folha salarial com a saída de Izmailov que auferia um ordenado anual à volta do Milhão de Euros e oferecem a Miguel Lopes um contrato cujo ordenado anual ronda o mesmo valor. 

No fundo, o FC Porto deixa sair um jogador que estava descontente - e verdade seja dita não tinha mostrado valor suficiente para a equipa - e recebe alguém que poderá ser uma mais valia para posições em que necessitava de reforço. Já o Sporting CP deixa sair aquele que em forma era o seu melhor jogador mas ao mesmo tempo um dos seus casos mais problemáticos e consegue adquirir um jogador que poderá trazer alguma estabilidade e experiência ao sector defensivo - talvez o mais frágil desde o inicio da época. Ambos os clubes mantêm uma percentagem financeira de futuras vendas dos seus ex-jogadores. Na minha opinião, caso as limitações de Izmailov - sejam elas físicas ou psicológicas - estejam definitivamente resolvidas, o FC Porto sai beneficiado deste negócio pois, verdade seja dita, a qualidade do russo é incomparavelmente superior à do lateral português.  Em todo o caso, o Sporting CP também ganha um jogador de qualidade e, verdade seja dita, passa a ter menos um problema no seu balneário.

Melhor do Mundo? Melhor de sempre



Uma vez mais, a entrega da bola de ouro não surpreendeu - embora alguns se mostrem estupefactos e até revoltados com a derrota de Cristiano Ronaldo - e o argentino Lionel Messi foi considerado, pela quarta vez consecutiva, o melhor jogador do mundo. Prémio justo para o pequeno fenómeno que o FC Barcelona criou? Mais do que justo!

Lionel Messi é realmente dono de um talento "absurdo" e vê-lo jogar é uma delícia para os olhos de qualquer amante do futebol.

Para Cristiano Ronaldo e para Portugal - já agora, para os portugueses - é um enorme orgulho e prestígio estar entre os três melhores do mundo - vencendo uma vez - por cinco vezes nos últimos seis anos. Cristiano Ronaldo é um jogador tremendo e só não é o melhor do mundo - na minha opinião - porque a sua geração também viu nascer Lionel Messi... essa é que é essa!

O que não compreendo é a portuguesa ideia de ter o dever de defender Cristiano Ronaldo como melhor do mundo custe o que custar, só porque é nascido em Portugal. Lionel Messi é o melhor jogador que vi jogar em toda a minha vida e, por muito jeito que desse ele ter nascido em Viseu ou no Barreiro, não tenho culpa que o rapaz seja argentino. O que não posso - ou pelo menos não consigo - é fazer de conta que não gosto de o ver jogar mais do que a qualquer outro jogador, só porque existe um português na "luta". Não me parece que por causa disso eu seja mais ou menos português que os restantes. Na minha opinião Lionel Messi é, sem sombra de dúvidas, o melhor jogador do mundo - e pelos vistos não sou só eu que penso assim -.

Ainda sobre a entrega da bola de ouro, apenas mais uma nota para o fato com que Lionel Messi se apresentou. Sorte do argentino que é eleito apenas e só pelas qualidades dentro de campo porque um fato daqueles merece castigo pesado e, quem sabe, desclassificação!  

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

2013


Ano novo, vida nova para o Suor & Cerveja!

Já muito tempo passou desde o último post que publiquei no blogue. Ainda assim pouco ou nada mudou nestas "férias" cibernauticas. FC Porto e SL Benfica continuam a vencer e a mandar no futebol nacional, SC Braga continua a assumir-se como terceiro grande do nosso país, Paços de Ferreira FC continua a mostrar-se como uma das equipas mais competentes do campeonato e o Sporting CP - ah o Sporting - insiste em jogar mal e torna-se um candidato cada vez mais sério à luta pela manutenção!

Entretanto, abriu o mercado de transferências e a loucura da silly season já "lançou" nomes como Quaresma, Centurion, Corona, Herrera, Fariña, Izmailov, Miguel Lopes, Dzsudzsák e muitos mais - do mercado falarei mais tarde... e enquanto escrevo Leonel Messi vence a bola de ouro da Fifa pela quarta vez consecutiva, levando a melhor sobre o português Cristiano Ronaldo e o espanhol Iniesta...

Nada de novo no mundo do futebol!