terça-feira, 27 de novembro de 2012

Talento, sorte e liderança



SC BRAGA vs FC PORTO (0-2)


Num jogo em que a estrelinha da sorte acompanhou o talento de james Rodriguez na definição do resultado final, o FC Porto de Vítor Pereira conquistou três preciosos pontos que o colocam no primeiro lugar da classificação, em igualdade pontual com o SL Benfica. 

Se no final podemos falar em sorte, verdade seja dita que, pelo menos para o argentino Otamendi, o jogo até começou com a palavra azar. Ainda se jogava o primeiro minuto e já o defesa do FC Porto experimentava os ferros da baliza de Beto. E os primeiros minutos foram mesmo de enorme sufoco para a equipa da casa que, uma vez mais, demorou a aquecer os motores e a entrar verdadeiramente em campo. Três minutos de jogo e três oportunidades de golo que bem podiam ter decidido as contas a favor dos dragões. Falhou a finalização e a tal pontinha de sorte que no final guiou o remate de James até ao fundo da baliza do SC Braga. 

Os primeiros 20 minutos de jogo foram de claro domínio do FC Porto, que entrando forte, rápido e pressionante não dava espaços para que os médios de José Peseiro fossem capazes de sair a jogar. Nesta fase, os portistas estavam claramente por cima na partida e justificavam uma vantagem que desperdiçaram por mais do que uma vez. A partir daqui o SC Braga foi capaz de perceber o adversário e sacudir a pressão do FC Porto, equilibrando a pouco e pouco o jogo. Com um SC Braga bem mais forte do que no início, os lances de perigo sucediam-se e ficava a sensação de que o golo poderia surgir para qualquer um dos lados. Iam brilhando as defesas, que invariavelmente se superiorizavam aos ataques - Otamendi e Douglão eram claramente os elos mais fortes das suas equipas. 

Depois de uma primeira parte de bom futebol e cheia de oportunidades de golo, aquilo que se jogou - ou não se jogou - na segunda parte foi uma enorme de desilusão. Qualquer uma das equipas pareceu mais preocupada em não perder o jogo do que em arriscar para o vencer. Se durante a larga maioria do tempo, a posse de bola pertenceu aos azuis e brancos, não é menos verdade que as oportunidades de golo eram cada vez mais escassas. Jogava-se de forma demasiado receosa e lenta. Depois de uma electrizante primeira parte, assistia-se em Braga a um jogo chato e sonolento, para o qual nada contribuía a arbitragem de Carlos Xistra e dos seus auxiliares - falarei mais à frente deste senhor. 

Quando já muitos dos presentes caíam no sono e outros tantos abandonavam o estádio, o talento de James Rodriguez - porque para tirar o defesa do caminho daquela forma é preciso talento - e o azar de Douglão - o melhor jogador do SC Braga acabou por trair o seu guarda-redes - resolveram o jogo e fizeram explodir de euforia os adeptos azuis e brancos. O FC Porto chegava à vantagem num momento em que o adversário já não tinha tempo para responder. Um lance em que o talento e a sorte se misturaram, quase como que de propósito para dar razão a Jorge Jesus - a meio da semana disse que o FC Porto tinha sorte em Braga - e ao mesmo tempo a Vítor Pereira - respondeu a Jesus dizendo que a sorte se procura e dá trabalho. Ainda o SC Braga não tinha recuperado do primeiro golo portista e já Jackson Martinez acabava de vez com as esperanças minhotas - grande golo do avançado colombiano.  O resultado é claramente pesado para a equipa do SC Braga, que verdade seja dita tudo fez para não perder e merecia o seu pontinho. A estrelinha da sorte brilhou para o colombiano James Rodriguez que, numa fase de conformismo e resignação das duas equipas, foi quem tentou fazer algo mais pelo jogo. É a tal história da sorte que se procura e que dá trabalho. Enquanto outros teriam certamente segurado a bola e fazê-la circular para os lados ou para trás, o colombiano, confiante das suas qualidades e percebendo que o final se aproximava, procurou a baliza adversária. Foi audaz e é a esses que a sorte sorri!

Uma partida entre duas das melhores equipas do futebol nacional, merecia um árbitro a sério e não aquele que é, muito possivelmente, um dos piores árbitros de Portugal. O senhor Carlos Xistra - tal como o senhor Paixão - é um árbitro fraco, influenciável pelas reacções do público e sem personalidade dentro das quatro linhas. A exibição de ontem foi, uma vez mais, um absurdo e uma colecção de asneiras. Uma grande penalidade por assinalar aos 20 minutos - mão de Alex Sandro -, uma enormidade de faltas mal assinaladas, cartões mal mostrados - o amarelo a otamendi é uma comédia - e uma postura em campo que deixa muito a desejar - a forma como acaba a primeira parte, não permitindo a marcação do livre a Moutinho, depois de ele próprio ter demorado uma eternidade a "conversar" com jogadores e treinadores é um absurdo. No fundo, mais do mesmo no que a Carlos Xistra diz respeito. Invariavelmente, é o futebol português que fica a perder. 

Cair com estrondo



BASILEIA vs SC PORTUGAL (3-0)

Se o Sporting CP não tem muito de que se orgulhar nesta caminhada europeia 2012/2013, a forma como se despediu dela foi verdadeiramente desastrosa. Numa palavra, a carreira do Sporting CP nas competições europeias deste ano foi vergonhosa - nas provas nacionais não anda longe disso. 

Num jogo em que os leões eram obrigados a vencer para manter esperanças de qualificação - mesmo assim dependiam de terceiros - tudo correu demasiado mal. A equipa treinada por Vercauteren nunca se encontrou no jogo, andou perdida, sem fio de jogo, sem imaginação, sem velocidade e pior do que tudo, sem a garra e a determinação que apesar de tudo eram características dos tempos de Sá Pinto. Talvez o português não fosse o treinador ideal para o Sporting CP, mas  verdade é que com o belga as coisas continuam na mesma, o que me leva a uma conclusão que há muito defendo: O problema do Sporting CP está muito para lá de maus jogadores ou maus treinadores. 

Falar de um jogo em que o Sporting CP simplesmente não quis participar, sem criticar severamente a equipa de Alvalade é tarefa ingrata e quase impossível. Os leões, que uma vez mais, entraram mal no jogo e se apanharam a perder relativamente  cedo, nunca foram capazes de dar uma resposta e contrariar o futebol eficaz mas previsível de um Basileia que está longe de ser um colosso europeu. Tinha obrigação de fazer muito mais. 

A perder, e mesmo sabendo que o outro jogo do grupo corria a seu favor - o Genk venceu o Videoton - o Sporting CP foi sempre uma equipa incapaz de esboçar uma reacção que animasse os seus jogadores, a sua equipa técnica e os seus adeptos. Cabisbaixos, os homens de verde e branco desesperavam pelo fim de mais um pesadelo. Mas o mais incrível estava para vir. Ao minuto 58 Cabral é expulso e do céu cai uma divinal ajuda para os leões. A jogar contra dez era possível voltar a erguer a cabeça e sonhar com o resultado positivo. Nada mais errado! Nesta fase, o Sporting CP não só não foi capaz de se superiorizar ao Basileia, como ainda conseguiu a proeza de jogar pior e cometer mais erros do que anteriormente. Resultado: Os leões conseguiram sofrer mais 2 golos e deixar a europa debaixo de uma enorme humilhação. 

No meio de tanta desgraça, o Sporting continua a cometer os mesmos erros do início da temporada. As alterações ao 11 continuam a não fazer sentido. A táctica não convence minimamente e as exibições variam entre o sofrível e o miserável. Vai-se aproveitando Rui Patricio, que cada vez mais se afirma como um dos melhores guarda-redes da actualidade. Se o Sporting CP é obrigado a vender este seu activo - talvez o único com mercado - nem quero imaginar onde vai parar esta equipa. 

Champions league: Resultados




GRUPO A









FC PORTO vs DINAMO ZAGREB (3-0)

DYNAMO KYIV vs PARIS SG (0-2)


GRUPO B










SCHALKE 04 vs OLYMPIACOS (1-0)

ARSENAL FC vs MONTPELLIER HSC (2-0)


GRUPO C








FK ZENIT vs MÁLAGA CF (2-2)

RSC ANDERLECHT vs AC MILAN (1-3)


GRUPO D








MANCHESTER CITY vs REAL MADRID CF (1-1)

AJAX vs BORUSSIA DORTMUND (1-4)


GRUPO E








JUVENTUS vs CHELSEA FC (3-0)

NORDSJAELLAND vs SHAKHTAR DONETSK (2-5)


GRUPO F








BATE BORISOV vs LILLE OSC (0-2)

VALENCIA CF vs BAYERN MUNCHEN (1-1)


GRUPO G








SPARTAK MOSKVA vs FC BARCELONA (0-3)

SL BENFICA vs CELTIC GLASGOW (2-1)


GRUPO H








GALATASARAY vs MANCHESTER UNITED (1-0)

CFR CLUJ vs SC BRAGA (3-1)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Não foi preciso carregar muito



FC PORTO vs DINAMO ZAGREB (3-0)

Depois de algumas tarefas bem mais complicadas, o FC Porto recebia uma equipa teoricamente frágil e demasiado limitada para fazer frente ao poder de fogo dos dragões. Seja como for, o treinador Vítor Pereira não foi em cantigas e, dos habituais titulares, apenas os recém regressados de lesão Fernando e Alex Sandro e o ainda lesionado Maicon, ficaram fora do jogo - os dois primeiros no banco e o último na bancada. O treinador portista deixava a mensagem de que queria uma equipa séria, forte e a dar espectáculo.

Verdade seja dita que na primeira parte o espectáculo foi lento. O FC Porto, apesar de dois sustos, percebeu que não precisava de correr e pressionar muito para ultrapassar sem dificuldades a equipa Croata. Assim, foi trocando os olhos ao adversário com o habitual carrossel do meio campo. Com uma circulação quase sempre acertada e, aqui e ali, abrilhantada com alguns momentos de classe, os portistas foram esgotando o seu adversário a todos os níveis. Num desses momentos de classe a equipa de Vítor Pereira chegou mesmo ao golo, por autoria do seu capitão - Lucho Gonzalez -, alcançando uma vantagem que obviamente não mais iria largar.

Saído para intervalo com um resultado positivo e a promessa do primeiro lugar - sem esquecer 1 milhão de euros pela vitória -, faltava ao campeão nacional trazer para o jogo mais agressividade e velocidade para, quem sabe, conseguir um resultado histórico. A segunda parte, uma vez mais dominada - sem espanto - pela equipa portuguesa, foi bem mais agradável de ver. Com o meio campo do FC Porto bastante inspirado - Lucho e Moutinho estão em grande forma - os croatas foram condenados a ver jogar. Nestes segundos 45 minutos o FC Porto chegou ao golo por duas vezes - Moutinho e Varela - mas, verdade seja dita, os golos poderiam ter sido mais, não fosse alguma falta de eficácia na hora de rematar.

No final, o resultado de 3-0 aceita-se perfeitamente. O FC Porto venceu sem qualquer dificuldade, num jogo em que foi claramente superior. Destaque para mais uma grande exibição de Moutinho coroada com um golo de belo efeito. Os portistas continuam no primeiro lugar do grupo e discutirão o topo da classificação em Paris. Para já fica a garantia de mais três pontos - o FC Porto já é a equipa com mais pontos conquistados na Champions League 2012/2013 - e 1 milhão de euros em caixa. Excelente percurso europeu da equipa de Vítor Pereira.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Di Matteo despedido



Depois de há mais ou menos 6 meses atrás ter sido campeão europeu com uma equipa por quem ninguém dava nada, o italiano Di Matteo - até começou muito bem a época - não resistiu a uma série de maus resultados que atiraram a sua equipa para o 3º lugar da Premiere League e para o 3º lugar do Grupo E da Champions League, acabando despedido pelo russo Roman Abramovich. 

Já se percebeu que a capacidade do russo para entender futebol é proporcional à dificuldade que tem em esbanjar dinheiro, ou seja, nenhuma. Já se percebeu também, que o russo tem tanta facilidade em apaixonar-se pela capacidade de um treinador como em fartar-se do mesmo - veja-se o exemplo Villas-Boas que custou uns belos milhões e poucos meses aguentou no comando do Chelsea. Roman Abramovich, como qualquer pessoa que nada percebe de futebol, exige resultados imediatos a um "projecto" novo, não admitindo sequer dar aos intervenientes o tempo necessário para construir uma verdadeira equipa de futebol - talvez tenha sido mal habituado pela extraordinária capacidade de Mourinho. Tal como qualquer pessoa que nada percebe de futebol, Roman Abramovich acha que trocar de treinador a cada seis meses é a solução para os problemas de uma equipa que o que precisa é de crescer. Ter dinheiro para ser dono de um grande clube não faz deste russo um "expert" em futebol.

Desde que José Mourinho saiu do Chelsea FC - 2007/2008 - já passaram pelos blues de Londres seis treinadores - Avram Grant; Scolari; Guus Hiddink; Ancelotti; Villas Boas e Di Matteo. Neste mesmo período de tempo o Chelsea FC conseguiu vencer a Premiere League uma única vez, curiosamente com Ancelotti ao comando - o treinador que por lá permaneceu mais tempo.

Resta esperar pela decisão de Abramovich e ver para que lado acorda o milionário russo. Muitos presidentes de clubes por esse mundo fora devem estar a fazer figas para que o senhor do Chelsea FC decida bater mais uma clausula de rescisão. 

Triste adeus



CFR CLUJ vs SC BRAGA (3-1)

A derrota do SC Braga na Roménia colocou a equipa de José Peseiro fora das competições europeias, transformando toda esta caminhada numa enorme desilusão. Os minhotos não podem olhar para si próprios e ver a equipa mais fraca do grupo, pois claramente não o são. Nem CFR Cluj nem Galatasaray são equipas superiores ao SC Braga e, por isso mesmo, pedia-se muito mais a esta equipa. O último lugar não espelha, nem de longe nem de perto, a qualidade destes jogadores.

O jogo da Roménia voltou a mostrar um SC Braga irreconhecível. Uma equipa errada nos seus processos, sem fio de jogo, sem sentido colectivo - principalmente a defender - e pior ainda, uma equipa muito mal preparada para o adversário que ia enfrentar. É estranho e imperdoável, que a equipa do SC Braga perca duas vezes contra o mesmo adversário - de qualidade inferior aos minhotos - cometendo os mesmos erros e expondo-se desta forma ao contra ataque dos romenos. Aqui a nota negativa só pode ir para José Peseiro e aquilo que é, a meu ver, uma má preparação do jogo. Ao contrário dos minhotos, o CFR Cluj de Paulo Sérgio mostrou ter o SC Braga bem estudado, percebendo a forma de jogar da equipa e sabendo onde estavam os elementos chave a anular. Muito mérito dos romenos na forma como venceram a partida.

Se a ideia do SC Braga era entrar no jogo para ganhar - tinha que o fazer -, bem cedo se percebeu que tudo iria sair ao contrário. O CFR Cluj apresentava uma linha defensiva muito sólida e bem dura e lá na frente colocava dois homens de grande mobilidade - Rafael Bastos e Rui Pedro - acrescentando-lhes um rapidíssimo Sougou. Inacreditavelmente, até porque todos estes jogadores passaram muito tempo no campeonato português, os minhotos pareceram surpreendidos com esta forma de jogar e, pior ainda, mostraram que não vinham preparados para lhe fazer frente. Foi nesta constante luta desequilibrada entre uma perdida defesa do SC Braga e um inteligente e eficaz ataque do CFR Cluj, que Rui Pedro construiu a sua noite de ouro - negra para os de Braga - em pouco mais de 30 minutos. O avançado, que passou pelo futebol português sem grande destaque, fez um hat trick na maior prova do futebol mundial. Para ajudar à festa e como se 3 golos sofridos não fossem o suficiente, o central Douglão teve a irreflectida e infeliz ideia de agredir um adversário, deixando a sua equipa a jogar apenas com dez unidades. Aqui morreu o SC Braga europeu. Pelo meio de tanta desgraça, o brasileiro Alan ainda foi capaz de marcar um golo, que para os minhotos não foi mais do que uma amarga consolação.

Depois de arrumar com todas as hipóteses que tinha nos primeiros 45 minutos, restava ao SC Braga subir ao relvado na segunda parte para, pelo menos, se redimir da má imagem deixada. Mas a tarefa era extremamente complicada. O SC Braga jogava apenas com dez e tinha pela frente um adversário motivado e um público eufórico com a exibição, com o resultado e com a real possibilidade de ver os romenos nos oitavos de final da prova. Durante os segundos 45 minutos o CFR Cluj continuou a ser superior ao SC Braga e a mandar completamente no jogo. Soube gerir os tempos, o ritmo e principalmente o cansaço - seu e do adversário - escolhendo criteriosamente os momentos certos para atacar. Até ao final da partida o marcador não sofreu qualquer alteração mas, verdade seja dita, bem podia ter acontecido não fosse a eficácia de Beto e a ajuda dos postes da sua baliza - por duas vezes negaram o golo a Camora.

No final, fica a enorme desilusão de ver um SC Braga bem reforçado e repleto de bons jogadores ficar fora das competições europeias. Agora que os minhotos estão fora, esperemos que os romenos do CFR Cluj avancem para os oitavos de final. Afinal de contas são uma das equipas mais "portuguesas" da Champions League. 

Olá esperança



SL BENFICA vs CELTIC GLASGOW (2-1)

Um jogo muito bem conseguido e dois golos - Ola John e Garay - que poderiam ter sido muitos mais, mantêm o SL Benfica no sonho do apuramento e, tal como o próprio treinador admite, garantem o segundo objectivo europeu da época: pelo menos a Europa League já não foge. 

Aquilo que o SL Benfica fez no estádio da luz ao longo dos 90 minutos de jogo, assim como aquilo que o Celtic Glasgow não fez - não sei se por não saber ou não querer mas estes escoceses fora de casa são irreconhecíveis - mostrou bem a realidade deste grupo. Apesar da classificação actual e seja qual for o duo de apurados, não me restam dúvidas nenhumas de que os encarnados são a segunda melhor equipa. O problema foi começar a mostra-lo demasiado tarde e a este nível isso paga-se. Na minha opinião - e já o digo desde essa altura - o jogo que "tramou" a equipa de Jorge Jesus não foi a surpreendente vitória dos escoceses na recepção ao FC Barcelona, mas sim a vitória dos mesmos escoceses na visita à Rússia. Nessa altura, parecia-me que o Celtic Glasgow iria ser o verdadeiro rival dos portugueses. Assim foi!

A verdade é que entre portugueses e escoceses, se já havia ficado a ideia - na altura do jogo da Escócia - que o SL Benfica era muito superior, ontem foram retiradas todas as dúvidas. A precisar de vencer para manter a esperança, os encarnados entraram em jogo motivados e com vontade de resolver a partida rapidamente. Com Ola John e Salvio a emprestar muita velocidade e irreverência às alas, a equipa de Jorge Jesus criava perigo lance após lance. Não espantou que logo aos 7 minutos o holandês inaugurasse o marcador, num lance pleno de oportunidade. Com o golo, o SL Benfica cresceu ainda mais e os escoceses que até então estavam remetidos à sua defesa, por lá continuaram explorando a única coisa em que são realmente perigosos, as bolas paradas. É precisamente num lance de bola parada que o gigante Samaras, contra a corrente do jogo, empata a partida - muitas culpas para Artur - e leva a sua equipa para intervalo com um injusto ponto no bolso.

Se o SL Benfica tinha entrado em jogo com vontade de mostrar a sua supremacia e tinha sentido na boca o amargo de um empate injusto, voltou a mostrar no início do segundo tempo a determinação necessária para levar de vencida os escoceses. Estes, por sua vez, voltaram a confiar na sorte que os tem protegido para levar da Luz o apuramento. Os encarnados fizeram por não deixar e lançaram-se para uma segunda parte de absoluto domínio e constante assalto à baliza de Forster - grande exibição - que ia segurando o empate conforme podia. Mas nem mesmo a grande exibição do guarda-redes inglês foi capaz de "roubar" pontos à equipa portuguesa e, depois de muito insistir - e merecer - o golo do argentino Garay - um grande jogador a merecer destaque - ao 70 minutos de jogo colocou o SL Benfica na frente do marcador, fazendo renascer a esperança da qualificação e dos milhões que esse feito representa.

O SL Benfica foi sempre superior aos escoceses e tirando os lances de bola parada, só mesmo nos últimos minutos, com os encarnados mais recuados, é que o Celtic Glasgow conseguiu ter espaço e vontade para criar relativo perigo. Seja como for, nunca esteve verdadeiramente perto do empate e o resultado final acaba por ser justíssimo para a equipa de Jorge Jesus. O SL Benfica parte agora para a última jornada com a difícil tarefa de fazer em Barcelona - contra a melhor equipa do mundo - o mesmo resultado que os escoceses forem capazes de fazer em casa frente ao frágil Spartak Moskva. Depois de duas belas exibições em casa, esperemos que o acordar do SL Benfica europeu não tenha surgido tarde demais. Caso contrário resta a Europa League, o que seria uma enorme desilusão!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Três tristes tigres



Daquilo que foi o jogo no Gabão nem sequer vou falar porque não vale o esforço. Tudo correu mal e foi demasiado ridiculo para merecer qualquer tipo de destaque. O que me parece verdadeiramente lamentável no meio disto tudo, é o ping pong de acusações/insultos que o treinador Paulo Bento, a FPF e o dirigente Jorge Nuno Pinto da Costa fizeram questão de protagonizar. Mas vamos por partes:

1- Que as convocatórias de Paulo bento são uma comédia todos nós sabemos e, como parece óbvio, não vai mudar. O que me parece de todo absurdo, é que o seleccionador português venha a público dizer que não tem que se justificar perante ninguém! Caríssimo Paulo Bento, que tal justificar-se perante um país inteiro? Afinal de contas é seleccionador de Portugal e não de um qualquer Paulo Bento Futebol Clube - embora por vezes pareça. Claro que pode convocar quem quer e lhe apetece mas, se de repente, as exibições e os resultados deixam de ser aqueles que os adeptos exigem - o que por acaso até está a acontecer -, então terá muito que explicar. 

Como é possível que um jogador em grande forma como Eliseu continue de fora das opções, mesmo quando Fábio Coentrão está lesionado? Pior ainda, como é possível que Sílvio apareça nesta convocatória - nem suplente é no Atl. Madrid - e o mesmo Eliseu continue de fora? Infelizmente não fica por aqui e o caso mais paradigmático é mesmo o de Hugo Viana. O médio do SC Braga sofre um tratamento por parte do seleccionador que faz lembrar os tempos de escola e aqueles miúdos que são sempre excluídos dos jogos da bola e colocados de parte, até ao dia em que falta alguém para fazer número e não há outra hipótese senão colocar o excluído em jogo. Há coisas inexplicáveis e nem mesmo a história do "é preciso observar jogadores" justifica tantas asneiras numa convocatória só. Aliás, se a ideia era observar jogadores, então não faz sentido nenhum que Custódio, João Moutinho e Varela - muito utilizados noutras ocasiões - tenham sido alguns dos mais utilizados e jogadores como Hélder Barbosa tenha jogado apenas 10 minutos e outros como Neto e Rúben Ferreira nem sequer tenham jogado. Afinal de contas o jogo era contra o Gabão! Enfim... muito mais havia para falar sobre as convocatórias de Paulo Bento e a suposta independência com que as faz, mas por hoje vamos ficar por aqui.

2- Que a Federação Portuguesa de Futebol não funciona e está recheada de gente duvidosa, que eleição após eleição lá vai permanecendo e fazendo vida, não é novidade para ninguém. O que é inacreditavel é a forma "manhosa" como vários elementos tentam justificar uma injustificável ida ao Gabão, para disputar um jogo que, tal como todos sabiam menos os senhores dos oito andares da FPF, não iria trazer nada de positivo para ninguém. Como todos perceberam, a equipa de Paulo Bento viajou para África com o objectivo de ganhar dinheiro e não para preparar o que quer que seja. Ao contrário do que foi possível ler no comunicado da FPF, não existe qualquer "entusiasmo crescente" dos adeptos portugueses - muito pelo contrário - e a ver pelas últimas exibições da equipa das quinas - em jogos oficiais e particulares - este "entusiasmo" que se tem traduzido em audíveis coros de assobios, corre um sério risco de continuar a aumentar. Para quem não "promove nem alimenta polémicas", a FPF tem mostrado uma postura e um comportamento - ano após ano, década após década - completamente errado. Mudam-se alguns rostos, mas não se mudam as tendências e muito menos os maus vícios.

3- Que Jorge Nuno Pinto da Costa tem toda a razão quando critica o jogo da selecção no que a adversário e data diz respeito, parece-me indiscutível. Que a FPF nunca foi independente e tem uma postura completamente diferente perante os grandes clubes europeus e os clubes portugueses, também me parece óbvio. Pinto da Costa encheu-se de razão para dizer o que todos sabem há muitos anos. O que Jorge Nuno Pinto da Costa não pode exigir, é que o seleccionador nacional - seja ele qual for - trate os jogadores da forma que ele quer. Mesmo não concordando com a gestão de Paulo Bento - e é difícil concordar -, o presidente do FC Porto não pode nunca dizer algumas das coisas que disse. Ficou mal ao líder portista a forma desproporcional como se referiu a Paulo Bento. Se o presidente do FC Porto já tinha ficado mal nesta triste fotografia, o clube não ficou melhor depois do comunicado que decidiu publicar. É certo que muitas verdades estão escritas no comunicado dos azuis e brancos, mas outras coisas há que eram totalmente escusadas. Paulo Bento foi rude - para ser simpático - na forma como respondeu às criticas de Jorge Nuno Pinto da Costa, mas o FC Porto foi pelo mesmo caminho publicando um comunicado que em nada dignifica a sua instituição e quem a dirige.  


Mais um triste episódio que só prejudica o futebol português. Pessoas como Paulo Bento, Jorge Nuno Pinto da Costa e Fernando Gomes - não sei se foi ele que escreveu o comunicado mas é ele o presidente da FPF - tinham obrigação de se comportar muito melhor. Aguardemos os próximos episódios para ver onde isto vai parar!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Godinho montou o circo



Depois da saloia e provocadora ideia de receber o presidente do SC Braga no seu museu - à qual Salvador respondeu com educação, dignidade e alguma ingenuidade - agora, depois daquilo que foi o jogo de domingo, o Sporting CP, presidido por Godinho Lopes, tornou público um comunicado de ir às lágrimas - só faltam os erros ortográficos para ser brincadeira de criança. O comunicado em questão, que faz do Sporting CP uma pobre vítima de perseguição, é um chorrilho de asneiras e de "queixinhas" que deveria envergonhar o artista que teve a "coragem" de o escrever.

Godinho Lopes e os seus (novos) comparsas não acertam uma e, de cada vez que decidem usar munições, têm a masoquista tendência de apontar ao próprio pé. Como é possível que alguém com dois dedos de testa publique, ou permita a publicação, de um comunicado destes nesta altura? A má arbitragem do jogo de domingo, claramente prejudicial ao SC Braga, até poderia cair no esquecimento agora que o povo focou na selecção nacional e na parcial cegueira de Cristiano Ronaldo, mas após uma pérola destas o assunto voltará a estar na ordem do dia. 

Uma das coisas mais mirabolantes deste comunicado - e são muitas - é a contabilidade de pénaltis, cartões e faltas que os senhores de Alvalade decidiram fazer - dá mesmo para rir. Se calhar, seria bem mais útil contabilizar o número de contratações falhadas, o número de treinadores despedidos, o número de oportunidades de golo desperdiçadas, o número de passes errados ou até, quem sabe, o diâmetro dos buracos que a sua defesa abre a cada jogo que faz e, aí sim, perceber as verdadeiras lacunas do Sporting CP. Verdade seja dita, no meio da desgraça que está a ser a época leonina, não tenho qualquer dúvida de que os árbitros são os menos culpados.

Parece-me no mínimo ridículo que o Sporting CP tenha estado à espera de vencer um jogo - ainda por cima da forma que venceu - para publicar esta verdadeira obra de arte. Atacar arbitragens dois dias depois de um apito desastrado ter permitido o regresso ás vitórias que fugiam há oito jogos, é realmente digno de um enorme aplauso. Não consigo perceber a estratégia desportiva dos leões - falo apenas do futebol - e com dirigentes desta categoria não sei, sinceramente, onde irá parar a respeitável instituição Sporting CP.

Perdoem-lhe sportinguistas porque este senhor não sabe o que faz!

El Matador Cavani



Edison Cavani é, nos dias que correm, um dos melhores avançados do Mundo. O jogador de apenas 25 anos, formado no Danubio Fútbol Club, alia uma enorme qualidade técnica e uma garra que não tem fim, a uma incrível capacidade de fazer golos. Fora da área o uruguaio é um jogador veloz, elegante e com magia nos pés e dentro da área, na hora de finalizar, Cavani é um avançado frio, decidido, oportunista e fatal. Este leque de características e qualidades fazem do número 7 do SSC Napoli um dos jogadores mais cobiçados do momento. Chelsea FC e Manchester City são alguns dos "tubarões" que tudo têm feito para contratar o avançado, esbarrando constantemente nos 63 Milhões da sua cláusula de rescisão.

Edison Cavani, profissional desde 2005, tem até ao momento mais de 250 jogos efectuados por 3 clubes diferentes - Danubio, Palermo e Napoli - e contabiliza um total de 128 golos marcados. O avançado é uma das figuras de maior destaque da selecção celeste - Uruguai - que já representou por 44 vezes, marcando um total de 12 golos. Edison Cavani é sinónimo de muitos golos e espectáculo

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O dilema da grandeza



Se alguém tinha dúvidas quanto à grandeza do SC Braga em relação a FC Porto, SL Benfica e Sporting CP, os jornais desportivos portugueses fizeram questão de explicar que, pelo menos no que a poder sobre o público e influência sobre os media diz respeito, os minhotos ainda estão a anos luz dos três grandes.

Haverá outra explicação para que, depois do que aconteceu ontem em Alvalade, nenhum dos três jornais faça qualquer referência ao erro de Pedro Proença na sua primeira página?


Não sou apologista de um jornalismo desportivo que dê mais destaque aos erros de arbitragem do que ao jogo em si, mas tendo em conta aquilo que costuma ser prática comum nos nossos três jornais da especialidade - A Bola, O Jogo e Record -, acho no mínimo estranho que desta vez não seja assim. 

Leão foi feliz



SPORTING CP vs SC BRAGA (1-0)

Depois de oito jogos seguidos sem conseguir sentir o sabor de uma vitória, eis que o Sporting CP volta a vencer. Um golo a frio de Wolfswinkel aos 4 minutos foi o suficiente para os leões levarem de vencida os minhotos e reduzirem a distância que os separa de 10 para 7 pontos. Vercauteren consegue vencer pela primeira vez no comando do Sporting CP - ao segundo jogo realizado -, num jogo contra uma das melhores equipas do futebol português. Poderá este triunfo ser um tónico de mudança para os leões de Alvalade, num momento em que já muita coisa se perdeu esta época? Os próximos jogos encarregar-se-ão de responder.

O jogo de Alvalade começou com o golo do Sporting CP numa altura em que nenhuma das equipas tinha tido tempo de se superiorizar ao adversário. O golo madrugador dos leões teve um efeito devastador no futebol do SC Braga que, durante largos minutos, andou à procura do seu próprio futebol e era uma equipa completamente perdida em campo. A equipa da casa, a jogar melhor do que nos últimos jogos, sentia-se confortável com o nervosismo do adversário mas, ainda assim, não conseguia garantir superioridade e bastou um lance para o jogo voltar a mudar. Aos 15 minutos, Éder teve na cabeça o empate mas Patrício foi soberbo na forma como evitou o golo dos minhotos. Com este lance, a equipa de José Peseiro parece ter percebido do que era capaz e voltou a equilibrar um jogo que acabou por ser disputado até ao fim.

Com o resultado desequilibrado ao intervalo, a equipa do SC Braga, não querendo deixar fugir ainda mais os dois primeiros classificados, apostou tudo na reviravolta. José Peseiro fez questão de manter a sua equipa bastante ofensiva e motivada no assalto à baliza de Patrício. O problema estava precisamente aqui. O guarda-redes português fez uma exibição de tal forma brilhante que foi, sem qualquer tipo de dúvida, a figura maior do jogo. O número 1 dos leões e da selecção nacional foi enorme a segurar os três pontos da sua equipa, principalmente nos últimos 20 minutos de jogo, altura em que o Sporting CP começou a cair e o SC Braga dominava. Os minhotos lutaram até ao fim  por um golo que insistiu em não aparecer. Os leões, ao contrários de outras ocasiões, viram a felicidade sorrir em alguns momentos decisivos do jogo e conseguem conquistar 3 pontos que afastam um pouco mais a equipa da linha de água. Ainda assim há muito trabalho a fazer.

No final da partida, o SC Braga bem se pode queixar da sorte que traiu a equipa em vários momentos e do árbitro Pedro Proença, que de forma inacreditável anulou um golo limpo ao capitão Alan. A vitória acaba por ser um prémio feliz para a forma como o Sporting CP se bateu, mas não deixa de ficar manchada por um erro grosseiro da equipa de arbitragem que, quer se queira quer não, acabou por ser determinante na atribuição do resultado final. Por tudo o que fez no jogo - inclusive o golo limpo que marcou - o SC Braga merecia mais. 

Uma lima bem doce



RIO AVE FC vs SL BENFICA (0-1)


Sabendo que o FC Porto tinha vencido no Estádio do Dragão, o SL Benfica só tinha um objectivo possível em mente, que passava por levar os três pontos do Estádio dos Arcos e partir para mais uma pausa do campeonato lado a lado com os azuis e brancos no topo da classificação - FC Porto e SL Benfica são claramente duas equipas à parte nesta liga.

Ao contrário do seu rival, o SL Benfica resolveu a partida durante uma primeira parte em que foi sempre superior. O jogo até começou mal para ambos os lados e, durante os primeiros 20 minutos, pouco ou nenhum futebol se viu em Vila do Conde. Os encarnados, apesar de superiores, jogavam mal e falhavam imenso nas transições e os vila condenses não conseguiam sequer chegar perto do guarda redes Artur. A partir desta fase, com o Rio Ave FC ainda fechado na sua defesa, a equipa de Jorge Jesus foi crescendo, aumentando a velocidade do seu jogo, corrigindo os erros que cometia na construção do futebol ofensivo e, por isso mesmo, foi-se tornando cada vez mais perigosa. Apesar de tudo, ia falhando na finalização e o resultado mantinha-se num nulo que já começava a ser injusto. Mas quando já quase todos pensavam no intervalo, o brasileiro Lima apareceu rapidíssimo a "explodir" uma autêntica bomba na baliza de Oblak, oferecendo a justíssima vantagem com que o SL Benfica saía para o descanso. É certo que os encarnados deveriam ter ficado reduzidos a 10 jogadores logo no primeiro minuto de jogo - Enzo Perez tinha que ser expulso depois da bárbara entrada sobre Filipe Augusto - e talvez isso alterasse o rumo do jogo, mas nunca o iremos saber. 

Talvez por ter percebido que ficar remetido à defesa não levava a lado nenhum, Nuno Espirito santo mandou a sua equipa subir no terreno e jogar olhos nos olhos com o SL Benfica. O Rio Ave FC surgiu na segunda parte como se fosse uma nova equipa, mais atrevido, mais ofensivo, mais perigoso e sempre com muita personalidade. A equipa da casa começava a ser capaz de levar perigo à baliza de Artur e de construir oportunidades para chegar ao empate. Com o jogo equilibrado e o golo a poder surgir para qualquer um dos lados, esteve bem o treinador do SL Benfica que, numa leitura perfeita do jogo, soube fechar o resultado e garantir três preciosos pontos, colocando em campo o defesa Miguel Vítor no lugar do avançado Lima. A substituição permitiu ao SL Benfica passar André Almeida para o meio campo defensivo - sua posição de origem - e reforçar a zona mais importante do campo. Foi aqui que o SL Benfica segurou o jogo e estancou o caudal ofensivo do Rio Ave FC, que nos 10 minutos que faltavam jogar apenas conseguiu criar verdadeiro perigo no último lance do jogo. Os da casa quase gritaram golo, mas o cruzamento de Esmael já foi feito fora das quatro linhas e, de qualquer forma, na baliza dos encarnados estava o "gigante" Artur para garantir o triunfo da sua equipa com uma defesa monstruosa.

A equipa de Jorge Jesus consegue três pontos num jogo complicado, contra uma das equipas mais surpreendentes do campeonato. A vitória dos encarnados é justa e premeia aquela que foi, ao longo de quase todo o jogo, a melhor equipa. Por aquilo que fez no segundo tempo talvez o Rio Ave FC merecesse mais, mas o futebol joga-se em 90 minutos e, verdade seja dita, durante os primeiros 45 só existiu SL Benfica.

Campeão a meio gás



FC PORTO vs ACADÉMICA COIMBRA (2-1)


Depois do empate em Kiev e da festa do apuramento para os oitavos de final da Champions League, o campeão FC Porto voltou a casa para defrontar uma motivadissima Académica de Coimbra - vinha de uma vitória a meio da semana sobre o Atl. Madrid, a contar para a Europa league - com um único objectivo: vencer. Só assim a equipa de Vítor Pereira podia garantir o seu lugar no topo da Liga Zon Sagres. O FC porto conseguiu o que queria e, verdade seja dita, precisou de jogar apenas 45 minutos para o conseguir.

A primeira parte do encontro do Estádio do Dragão foi de total ausência de futebol. Com a equipa da casa a jogar a um ritmo demasiado baixo - com o motor quase desligado - e os visitantes refugiados na sua defensiva, o máximo a que se assistiu foi a um chapéu de Jackson Martinez a Ricardo que quase deu golo. O lance do colombiano foi mesmo o único lance de relativo interesse numa primeira parte cheia de coisa nenhuma. 

Se há jogos em que o intervalo faz bem às equipas, este foi sem dúvida um deles. Depois de 45 minutos demasiado gelados sobre um relvado do dragão em cada vez pior estado - quem viu o tapete verde do FC Porto e quem o vê -, FC Porto e Académica de Coimbra vieram para jogo decididos a mudar o rumo dos acontecimentos. Os dragões pegaram no jogo, aumentaram o ritmo à procura do golo e os estudantes, mesmo tendo o resultado a seu favor, foram à procura de mais qualquer coisa e apareceram mais atrevidos - vénia a Pedro Emanuel pela coragem. O inicio da segunda parte fica marcado por uma entrada fortissima da equipa de Vítor Pereira, não espantou por isso que nesta fase começassem a aparecer as grandes estrelas do jogo - Moutinho e James -, assim como não espantou que o FC porto inaugurasse o marcador por intermédio do colombiano James e, apenas 7 minutos mais tarde, aumentasse a vantagem num grande golo de João Moutinho. Numa fase em que o dominio do FC Porto era total, a Académica de Coimbra tentava ser atrevida e responder com a velocidade dos seus avançados, mas a defesa dos azuis e brancos mantinha-se concentrada e eficaz - Danilo vai crescendo e ganhando confiança, Otamendi continua em grande forma, Abdoulaye começa a mostrar muita qualidade e Mangala é uma adaptação que não compromete minimamente -  e apenas um tremendo erro de Helton permitiu a Wilson Eduardo reduzir a vantagem para 2-1, depois dos dragões terem desperdiçado várias oportunidades de chegar ao terceiro golo. Apesar do contratempo a equipa de Vítor Pereira não se deixou afectar pelo golo e, até ao final, continuou dona e senhora do jogo, não permitindo qualquer lance de perigo perto da sua baliza.

O FC Porto conquistou no Dragão mais três pontos que lhe permitem manter o primeiro lugar, em igualdade pontual com o SL Benfica. Ao fim de oito meses os campeões nacionais voltam a sofrer um golo em casa, mas nem isso mancha o excelente inicio de época que os azuis e brancos estão a fazer.