terça-feira, 27 de novembro de 2012

Talento, sorte e liderança



SC BRAGA vs FC PORTO (0-2)


Num jogo em que a estrelinha da sorte acompanhou o talento de james Rodriguez na definição do resultado final, o FC Porto de Vítor Pereira conquistou três preciosos pontos que o colocam no primeiro lugar da classificação, em igualdade pontual com o SL Benfica. 

Se no final podemos falar em sorte, verdade seja dita que, pelo menos para o argentino Otamendi, o jogo até começou com a palavra azar. Ainda se jogava o primeiro minuto e já o defesa do FC Porto experimentava os ferros da baliza de Beto. E os primeiros minutos foram mesmo de enorme sufoco para a equipa da casa que, uma vez mais, demorou a aquecer os motores e a entrar verdadeiramente em campo. Três minutos de jogo e três oportunidades de golo que bem podiam ter decidido as contas a favor dos dragões. Falhou a finalização e a tal pontinha de sorte que no final guiou o remate de James até ao fundo da baliza do SC Braga. 

Os primeiros 20 minutos de jogo foram de claro domínio do FC Porto, que entrando forte, rápido e pressionante não dava espaços para que os médios de José Peseiro fossem capazes de sair a jogar. Nesta fase, os portistas estavam claramente por cima na partida e justificavam uma vantagem que desperdiçaram por mais do que uma vez. A partir daqui o SC Braga foi capaz de perceber o adversário e sacudir a pressão do FC Porto, equilibrando a pouco e pouco o jogo. Com um SC Braga bem mais forte do que no início, os lances de perigo sucediam-se e ficava a sensação de que o golo poderia surgir para qualquer um dos lados. Iam brilhando as defesas, que invariavelmente se superiorizavam aos ataques - Otamendi e Douglão eram claramente os elos mais fortes das suas equipas. 

Depois de uma primeira parte de bom futebol e cheia de oportunidades de golo, aquilo que se jogou - ou não se jogou - na segunda parte foi uma enorme de desilusão. Qualquer uma das equipas pareceu mais preocupada em não perder o jogo do que em arriscar para o vencer. Se durante a larga maioria do tempo, a posse de bola pertenceu aos azuis e brancos, não é menos verdade que as oportunidades de golo eram cada vez mais escassas. Jogava-se de forma demasiado receosa e lenta. Depois de uma electrizante primeira parte, assistia-se em Braga a um jogo chato e sonolento, para o qual nada contribuía a arbitragem de Carlos Xistra e dos seus auxiliares - falarei mais à frente deste senhor. 

Quando já muitos dos presentes caíam no sono e outros tantos abandonavam o estádio, o talento de James Rodriguez - porque para tirar o defesa do caminho daquela forma é preciso talento - e o azar de Douglão - o melhor jogador do SC Braga acabou por trair o seu guarda-redes - resolveram o jogo e fizeram explodir de euforia os adeptos azuis e brancos. O FC Porto chegava à vantagem num momento em que o adversário já não tinha tempo para responder. Um lance em que o talento e a sorte se misturaram, quase como que de propósito para dar razão a Jorge Jesus - a meio da semana disse que o FC Porto tinha sorte em Braga - e ao mesmo tempo a Vítor Pereira - respondeu a Jesus dizendo que a sorte se procura e dá trabalho. Ainda o SC Braga não tinha recuperado do primeiro golo portista e já Jackson Martinez acabava de vez com as esperanças minhotas - grande golo do avançado colombiano.  O resultado é claramente pesado para a equipa do SC Braga, que verdade seja dita tudo fez para não perder e merecia o seu pontinho. A estrelinha da sorte brilhou para o colombiano James Rodriguez que, numa fase de conformismo e resignação das duas equipas, foi quem tentou fazer algo mais pelo jogo. É a tal história da sorte que se procura e que dá trabalho. Enquanto outros teriam certamente segurado a bola e fazê-la circular para os lados ou para trás, o colombiano, confiante das suas qualidades e percebendo que o final se aproximava, procurou a baliza adversária. Foi audaz e é a esses que a sorte sorri!

Uma partida entre duas das melhores equipas do futebol nacional, merecia um árbitro a sério e não aquele que é, muito possivelmente, um dos piores árbitros de Portugal. O senhor Carlos Xistra - tal como o senhor Paixão - é um árbitro fraco, influenciável pelas reacções do público e sem personalidade dentro das quatro linhas. A exibição de ontem foi, uma vez mais, um absurdo e uma colecção de asneiras. Uma grande penalidade por assinalar aos 20 minutos - mão de Alex Sandro -, uma enormidade de faltas mal assinaladas, cartões mal mostrados - o amarelo a otamendi é uma comédia - e uma postura em campo que deixa muito a desejar - a forma como acaba a primeira parte, não permitindo a marcação do livre a Moutinho, depois de ele próprio ter demorado uma eternidade a "conversar" com jogadores e treinadores é um absurdo. No fundo, mais do mesmo no que a Carlos Xistra diz respeito. Invariavelmente, é o futebol português que fica a perder. 

Sem comentários: