sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Fado lusitano



Se era obrigatório entrar com garra, determinação, concentração e vontade para atingir uma vitória fundamental na caminhada até ao Mundial 2014, Portugal fez tudo ao contrário e entrou a perder, com um golo logo aos 6 minutos fruto de um enorme erro da equipa das quinas. 

A partir daí, é verdade, que durante os 10 minutos que se seguiram, Portugal foi muito superior à Russia e criou nesse curto espaço de tempo três belas oportunidades para chegar à igualdade. A equipa de Paulo Bento não foi capaz de ter a eficácia necessária, as contrariedades aumentaram com mais uma lesão - Coentrão teve que ser substituído - e Portugal, mesmo dominando territorialmente, nunca mais se conseguiu mostrar verdadeiramente mais forte do que os russos e foi a pouco e pouco perdendo o "gás" e a confiança que poderiam trazer a vitória. 

A selecção russa que, na verdade, é mais fraca do que a portuguesa, mostrou-se bem preparada para defender os três pontos e o primeiro lugar e, durante grande parte do jogo não se importou em ser defensiva e dura - um pouco à imagem do futebol italiano do seu treinador. Os russos não jogam - nem hoje nem nos últimos dois jogos - um futebol bonito, não apresentam grande qualidade técnica - pelo menos não aproveitam a que alguns dos seus jogadores têm para dar e vender - e, acima de tudo, jogam unicamente para o resultado. A equipa de Fabio Capello limitou-se a ser eficaz no aproveitamento dos erros portugueses e acabou premiada por isso. 

A Portugal faltou velocidade, imaginação e faltou o brilho das grandes estrelas - Nani e Ronaldo - sem as quais a equipa se tornou pouco mais do que banal. O resultado até pode ter sido injusto - Portugal teve oportunidades mais do que suficientes para, pelo menos, empatar - mas castiga a forma desleixada como a equipa de Paulo Bento entrou em campo. Num jogo desta importância era necessário outro tipo de postura e de atitude e, não são as condições de um sintético "manhoso" ou a dureza por vezes exagerada do adversário, que vão servir de desculpa para a primeira derrota de Portugal no apuramento para o Mundial 2014. A partir de agora é preciso muito mais, até porque o triste fado do play-off se começa novamente a desenhar no horizonte dos portugueses. 

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