terça-feira, 2 de outubro de 2012

Erros do passado



RIO AVE FC vs FC PORTO (2-2)

No estádio dos Arcos, Rio Ave FC e FC Porto ofereceram um fraco espectaculo de futebol, do qual se destacam o grande golo de Tarantini e um Vítor Pereira a insistir nos mesmos erros do passado.

Se o FC Porto entrou no jogo demasiado lento e parco de ideias, o Rio Ave FC durante os primeiros 45 minutos nem sequer tentou existir, fazendo da defesa a sua arma e tapando os caminhos do golo portista conforme podia. A equipa de Vítor Pereira bem insistia, mas o seu futebol era demasiado lento e previsível. James voltou-se a perder encostado a uma ala - Vítor Pereira faz questão de insistir no erro -, Atsu foi inconsequente nos seus rasgos individuais e Jackson Martinez viveu isolado numa frente de ataque onde a bola raramente chegava - assim não há avançado que resista. Só mesmo de bola parada o FC Porto conseguiu levar pânico à grande área vilacondense, fazendo, por intermédio de Miguel Lopes, um golo que premiava mais a insistência do que a qualidade futebolística dos azuis e brancos.

Na segunda parte o FC Porto até pareceu entrar no jogo com maior mobilidade e, como o Rio Ave FC se soltou um pouco mais para participar no jogo, teve espaços e oportunidades para fechar o encontro com o 2-0, mas nunca o conseguiu fazer - James esteve perto mas a barra não deixou. A partir do minuto 65 - demasiado cedo -, com o resultado ainda em aberto e com o Rio Ave FC a crescer, entrou em jogo Vítor Pereira para ser principal protagonista da perda de dois pontos da sua própria equipa. Se não é dificil perceber a troca de Atsu por Varela, já a de Lucho por Fernando roça o ridículo e é completamente incompreensível. Vítor Pereira opta por tirar o seu médio de maior capacidade ofensiva e que mais aparece em zonas de finalização para colocar em jogo um trinco puro. Com o Rio Ave FC  a tentar crescer no jogo e o FC Porto a precisar de marcar o segundo golo com a maior brevidade possível, o treinador portista consegue tornar a sua equipa mais defensiva, retirar-lhe a ligação ao ataque, desequilibrando por completo o coração do jogo - meio campo. A partir daqui o FC Porto nunca mais foi capaz de dominar e bastou uma falha de Maicon para Tarantini empatar a partida e toda a equipa portista abanar. A equipa da casa animou e logo na oportunidade seguinte chega à vantagem com um golo fabuloso, novamente por Tarantini. 

O FC Porto precisava de voltar a ganhar o meio campo e precisava de criar jogo para os seus avançados mas Vítor Pereira optou, mais uma vez - já em desespero de causa -, por fazer o contrário e dar uma nova machadada na equipa ao trocar Defour por Kleber - James continuava colado a uma ala com a equipa a precisar de um 10. Se com três médios o meio campo do FC Porto estava ofensivamente frágil, com apenas dois passou a ser inexistente e, não fosse uma excelente jogada individual de Miguel Lopes - grande exibição do lateral - que culminou numa assistência perfeita para Jackson Martinez marcar o golo da igualdade, o prejuízo causado pela incapacidade de Vítor Pereira ler o jogo a partir do banco, teria sido ainda maior.

O empate não foi um mau resultado para o FC Porto, foi mesmo péssimo. Os portistas estavam a ser superiores ao Rio Ave FC desde o início do jogo - mesmo não estando a jogar com grande qualidade -, mas o seu treinador deu um autêntico tiro no pé logo na primeira substituição que fez, acabando por ser penalizado. É certo que houve lances em que a arbitragem também prejudicou os azuis e brancos - fica por assinalar um penalti claro sobre Kleber aos 89 minutos -, mas depois de Vítor Pereira ter ferido de morte a sua equipa quando ainda faltavam 25 minutos para jogar, nem sequer faz sentido falar nisso. Não tirando o mérito ao jogo do Rio Ave FC, acabou por ser o treinador portista a "roubar" os dois pontos ao campeão nacional.

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