domingo, 9 de junho de 2013

Um Vítor das Arábias



Muito se falou em campeonato inglês, muito se falou numa suposta renovação (que sempre pareceu impossível), muito se falou em campeonato russo mas, na verdade, Vítor Pereira (e toda a sua equipa técnica) ruma à Arábia Saudita para liderar o Al-Ahli a troco de um principesco salário.

Desportivamente gostava de ver o treinador bi-campeão nacional numa liga diferente, mais competitiva, mais valiosa e mais interessante. Gostava de ver Vítor Pereira provar (ou pelo menos tentar) o seu valor noutras paragens e sem a pressão e o olhar desconfiado que cedo ganhou em Portugal e do qual nunca se conseguiu livrar, nem mesmo depois de vencer por duas vezes a nossa liga (com apenas uma derrota no total). Gostava de perceber se Vítor Pereira era capaz de crescer fora de Portugal e chegar  a uma equipa de grande estofo para, como o próprio disse, tentar um dia vencer a Champions League. Infelizmente nada disso vai acontecer!

O espinhense parte para uma aventura em paragens estranhas, para se dedicar a um futebol habitualmente pobre e a uma liga que não terá muito para lhe dar e muito menos para o melhorar. Em contrapartida, assina um contrato milionário num valor quase dez vezes acima do que auferia no FC Porto. Três milhões de euros por ano são sempre três milhões de euros por ano e percebe-se que no mundo do futebol (assim como em todos os outros) por vezes o dinheiro faz com que seja fácil colocar as aspirações e os sonhos de lado por algum tempo.

Se esta aposta foi um passo atrás na carreira de Vítor Pereira ou não só o futuro o dirá, mas uma coisa é certa: na vida há objectivos e sonhos que nem o dinheiro pode comprar!

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