segunda-feira, 3 de junho de 2013

De pequenino...



Aquilo a que se assistiu no Olival após o jogo que colocou frente-a-frente FC Porto e SL Benfica no escalão de juvenis (meninos de 16 anos), foi uma demonstração terceiro-mundista do que é (ou no que se está a transformar) a formação de jogadores em Portugal. A vergonhosa batalha campal na qual participaram os jogadores de ambas as equipas demonstra que, para estas crianças de apenas 16 anos, o futebol já não é apenas um desporto e a rivalidade já não é (se é que alguma vez foi) uma coisa saudável que motiva e faz avançar os clubes. O futebol, principalmente nas camadas jovens, deve ser acima de tudo formação desportiva e pessoal. Nestes escalões e nesta fase precoce de uma possível carreira futebolística, deve ser incutido nos atletas o respeito pela modalidade, o respeito pelo adversário e o respeito por si próprio, devem ser ensinados valores e devem-se formar (ou pelo menos tentar) não só jogadores mas também homens. 

Os miúdos devem saber estar no desporto e na vida de forma saudável e isso só lhes pode ser incutido por aqueles que no dia-a-dia lhes servem como modelo. Pais, treinadores e dirigentes têm que assumir a responsabilidade dos seus papeis e reflectir sobre aquilo que pode estar a correr mal na educação dos seus filhos e atletas. O que aconteceu no Sábado foi uma demonstração vergonhosa de não saber ganhar por parte dos vencedores e de não saber perder por parte dos vencidos. Foi, acima de tudo, uma preocupante demonstração de falta de educação, respeito e desportivismo de miúdos que não têm mais de dezasseis anos. A continuar assim, podemos estar a criar gente com habilidade para jogar futebol mas não estamos, de modo algum, a formar homens.

O futebol jovem do nosso país precisa de uma profunda reflexão e, quem sabe, uma profunda renovação. É preciso perceber que os clubes não estão nisto sozinhos e que os pais não podem simplesmente entregar os seus filhos e depositar nas instituições desportivas todas as responsabilidades. A base da educação de cada um destes atletas vem de casa e dos valores que os pais transmitem e, verdade seja dita, também aí o trabalho deixa muito a desejar. 

1 comentário:

RF disse...

O pior de tudo foi que os próprios elementos das equipas técnicas (aqueles adultos que deviam dar os exemplos, acabar com as cenas de pancadaria e punir estas atitudes) também eles se envolveram nos confrontos.