segunda-feira, 23 de junho de 2014

Yes we can... pack and come back!



A selecção nacional voltou a mostrar-se um espelho da FPF e da corja que nela vive. São os tachos, são os negócios de amigos, são os interesses e uma incompetência atroz que acaba nas mãos de Paulo Bento, o melhor "pau mandado" que os senhores da gravata poderiam ter arranjado para dar a cara às decisões que eles próprios tomam nos corredores. A selecção voltou a ser um grupo de amigos, um grupo de protegidos comandados (se é que se pode dizer isso) por um treinador sem voz própria que serve apenas para dar "corpo" a atitudes e decisões que não tem outro objectivo que não seja agradar a certas figuras que continuam a ter demasiada importância no negócio em que se tornou o futebol. 

O que a selecção precisa é de uma revolução gigantesca desde as bases da sua própria federação. Precisa de afastar dos corredores do poder os senhores de sempre e substitui-los por gente que olhe bem mais para o bem estar do futebol português do que para o seu próprio umbigo. A Federação portuguesa de Futebol precisa (de uma vez por todas) de deixar de ser um antro de interesses e de negócios e, se assim não for, vamos continuar a ter jogadores que jogam a convite mesmo que não estejam nas melhores condições ou existam colegas de qualidade superior, vamos continuar a ter uma exposição pública absurda da selecção portuguesa que mais se assemelha a um "reality show" do que a um estágio de preparação para uma competição internacional, vamos continuar a ter as "tournées" pagas por patrocinadores para jogos amigáveis em datas que são no mínimo discutíveis (o que andava Portugal a fazer nos EUA numa altura em que todas as outras selecções estavam no Brasil a adaptar-se ao ambiente e ao clima?). Enquanto essa revolução não acontecer não vai existir selecção de Portugal, não vai existir aposta de formação de jogadores portugueses nem vai existir uma verdadeira "escola" no futebol português. 

Existem outras questões relevantes, como uma convocatória que de tão ridícula chega a ser provocatória, uma atitude de um orgulho exacerbado e de uma arrogância absurda de um seleccionador que nunca mostrou ter qualidade para o ser e não faz mais do que cumprir ordens, uma falta de atitude e entendimento entre os jogadores dentro do campo que faz confusão a qualquer amador, uma falta de frescura física que é apenas a prova da incompetência de quem prepara este grupo de jogadores... e existe muito mais, mas tudo  vai continuar exactamente na mesma enquanto uma verdadeira mudança não acontecer e o mal não for cortado pela raiz. Se não for com Paulo Bento será com outro treinador igualmente incompetente e sem voz própria, se não for com este grupo de jogadores medianos (para ser simpático) será com outros de igual valor, se não for para agradar aos senhores que mandam agora será para agradar a outros que vivem o futebol da mesma forma que os anteriores. 

Conclusão: O problema de Portugal não é ter menos opções, não é ser futebolisticamente mais fraco. O verdadeiro problema da selecção portuguesa é a incompetência da sua Federação e de quem para ela trabalha. E não vale a pena usar a desculpa mais do que batida de sermos um país pequeno (se o tamanho realmente contasse o que seria da Holanda e da Bélgica?). A única coisa em que somos realmente pequenos é na mentalidade e na forma de estar e de agir e enquanto assim for continuaremos a embalar malas mais cedo, a despedir-nos com as desculpas e a arrogância do costume e a chegar a casa com atitude, com estilo e com os bolsos cheios de dinheiro. Se calhar é mesmo isso que interessa a alguns...

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