segunda-feira, 27 de maio de 2013

Livre de derrotas



Surpreendente ou não, a verdade é que o FC Porto treinado por Vítor Pereira conquistou a vitória na liga portuguesa e mais ainda, fê-lo sem qualquer derrota. Digo surpreendente porque, na verdade, muitos não acreditavam em tal reviravolta no desfecho da liga... eu, por exemplo, não acreditava. A verdade é que uma vez mais os comandados de Vítor Pereira foram capazes de se manter focados e fortes enquanto caminharam penosamente no segundo lugar atrás do SL Benfica e no momento decisivo, quando a equipa de Jorge Jesus escorregou, não vacilaram e foram capazes de vencer ao sprint um dos mais emocionantes campeonatos dos últimos anos. 

A liga venceu-se nos pormenores e nisso o FC Porto foi mais forte. Nos duelos entre primeiros o FC Porto não vacilou (empate na Luz e vitória no Dragão) e na altura de maior desgaste emocional e físico foi capaz de se manter unido e compacto no caminho dos seus objectivos. O SL Benfica foi a equipa que durante mais tempo apresentou melhor futebol ao longo da época (disse-o aqui várias vezes) mas, talvez fruto do excesso de frentes em que esteve envolvido, tremeu nos últimos jogos e viu-se surpreendido em casa pelo Estoril quando já ninguém esperava (nem mesmo a própria equipa como mostrara os festejos do jogo anterior na Madeira). Se este foi para muitos o jogo que decidiu o título, o que lhe seguiu carimbou definitivamente o símbolo de tri-campeão nos portistas. O SL Benfica visitou o Dragão a três dias de defrontar o Chelsea FC na final da Europa League e fê-lo com uma postura que não agourava nada de bom. Tendo a consciência de que o empate seria resultado suficiente para manter as aspirações intactas e querendo-se poupar para a final europeia que estava para vir, viu-se um SL Benfica defensivo, lento, a perder tempo e a lutar pelo resultado que lhe era conveniente. A verdade é que o desejado resultado esteve a segundos de ser uma realidade, mas costuma-se dizer que quem joga para o empate está mais perto de perder e mais uma vez foi isso que aconteceu. A inconsciência de um miúdo irreverente de apenas 19 anos mudou por completo a história do campeonato e o momento em que Jorge Jesus se "ajoelha" perante o grande golo de Kelvin fica para a história como a grande imagem desta competição. Perante a derrocada das forças anímicas dos encarnados, o FC Porto acelerou para o titulo nacional sem abrandar ou sequer olhar para trás. 

Vítor Pereira teve o mérito de ser capaz de manter a sua equipa unida e focada no objectivo mesmo quando este parecia impossível e foi capaz de, mesmo tendo menos opções que o rival (em termos ofensivos) se manter na luta até ao fim, não desistindo do seu estilo de jogo, da sua identidade e nunca alterando o seu futebol em função dos outros. Se este é ou não um estilo de jogo bonito e eficaz é conversa para outros "debates", a verdade é que Vítor Pereira se manteve fiel a si mesmo e mais uma vez (contra todos os prognósticos) acabou por vencer. 

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