sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Natal à Benfica




Uma forma inteligente, inovadora e divertida de desejar um feliz natal aos adeptos. Excelente trabalho!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Sair sem brilho e sem €



SC BRAGA vs GALATASARAY (1-2)

No estádio AXA jogava-se a despedida do SC Braga europeu época 2012/2013. Frente a um adversário que ainda aspirava ao apuramento - e conseguiu-o - os minhotos jogavam pelo prestigio, pelo seu "bom nome" e por mais 1 milhão de euros em caixa, que nos tempos que correm dão muito jeito. No final da partida, o apuramento, os 3 pontos e o Milhão de euros viajaram com o Galatasaray para a Turquia. O SC Braga abandona as competições europeias de cabeça baixa e de mãos a abanar - no que ao último jogo diz respeito.

A equipa de José Peseiro foi a que melhor entrou e percebeu o jogo. Jogando com velocidade e com a inteligência de jogadores como Alan e Mossoró, foi amarrando o Galatasaray num teia da qual os turcos não conseguiam sair. A praticar um futebol atrativo e consistente o SC Braga chegou ao merecido golo por intermédio do seu melhor jogador em campo - Mossoró. Num belo momento de inteligência e técnica, o número oito deu à sua equipa a merecida vantagem. Antes, já o brasileiro tinha servido de bandeja Éder e o compatriota Paulo Vinicious, mas estes desperdiçaram duas belas oportunidades de colocar os bracarenses em vantagem. Até ao intervalo e, com a excepção de um lance em que Quim foi obrigado a uma defesa difícil, o SC Braga continuou a dominar o jogo e a criar lances suficientemente perigosos para merecer uma vantagem maior. Alan, já perto do intervalo, falhou a derradeira oportunidade de matar o jogo. O árbitro deu por terminada a primeira parte e, a partir daqui, o jogo nunca mais iria ser o mesmo. 

Depois de uma primeira parte completamente dominada pelo SC Braga, coube ao Galatasaray assumir as despesas do segundo tempo. Os turcos a precisar, e de que maneira, da vitória em Braga, até porque o CFR Cluj ia vencendo surpreendentemente em Old Traford, fizeram pelo vida e foram atrás de um jogo no qual ainda não tinham conseguido entrar. A segunda parte no Estádio AXA foi bem mais repartida do que a primeira, com ligeiro ascendente da equipa visitante, que se mostrou bem mais certeira na finalização do que aquilo que o SC Braga tinha conseguido ser. A verdade é que enquanto os portugueses falharam inúmeras oportunidades de golo - principalmente no primeiro tempo -, os turcos em apenas três grandes momentos marcaram por duas vezes, e a terceira só não entrou porque o poste fez o papel de Quim. Num jogo que tinha tudo para ser uma despedida sorridente do SC Braga, a falta de capacidade defensiva e o nervosismo acumulado a cada lance perdido ou falhado traíram a equipa da casa, que acabou por permitir mais uma reviravolta no marcador, fechando as competições europeias sem um único ponto conquistado em casa. 

O SC Braga despediu-se sem glória das competições europeias e viu os seus adeptos despedirem-se da equipa com um enorme coro de assobios e do treinador José Peseiro com uma enorme mancha de lenços brancos acenados ao vento. No espaço de uma semana, o treinador português volta a sentir os dois lados da paixão futebolística dos adeptos. Se na sexta feira foi elevado a herói ao eliminar o FC Porto da taça de Portugal, na noite de ontem foi novamente apontado como principal culpado de mais uma derrota e, acima de tudo, da saída inglória e cabisbaixa da Champions League. Tudo isto no espaço de cinco dias. No futebol, passar de bestial a besta ainda é demasiado fácil!

Católicos traíram Jesus



FC BARCELONA vs SL BENFICA (0-0)

Estava tudo reunido para que o SL Benfica conseguisse o apuramento para os oitavos de final da Champions League. Apesar da difícil tarefa que é jogar na Catalunha, fica bem mais fácil quando a equipa da casa se apresenta com apenas um habitual titular e com cinco jogadores da equipa B e, mais ainda, quando a estrela da companhia - Leonel Messi - se lesiona 25 minutos depois de entrar. Ao SL Benfica pedia-se que jogasse bem, com cabeça, com garra e, acima de tudo, fosse eficaz - e isso é tão importante nesta competição. Os homens de Jorge Jesus foram capazes - principalmente na primeira parte - de fazer quase tudo isso, mas na hora de atirar à baliza o desperdício foi demasiado. Uns podem-lhe chamar azar, mas a meu ver os portugueses apenas se podem queixar de si próprios. Afinal de contas, haverá melhor sorte do que apanhar este FC Barcelona em plena Champions League?

Enquanto as forças duraram e os homens do FC Barcelona corriam desnorteados pelo campo, tentando imitar o "tiki taka" que os habituais titulares fazem de olhos fechados e na perfeição, o SL Benfica conseguiu impor o seu jogo, pressionar bem alto, aproveitar a velocidade dos seus alas e criar verdadeiros calafrios aos adeptos catalães. Durante o primeiro tempo foram inúmeras as oportunidades de golo que os portugueses desperdiçaram. Quando não foi Pinto e o poste a negar o golo aos encarnados, foi a falta de pontaria a trair a equipa da Luz. O FC Barcelona pouco ou nada incomodava Artur e se os portugueses chegassem ao intervalo a vencer, seria certamente um prémio justo para quem tanto trabalhou e um castigo para quem olhou de forma tão sobranceira a qualidade do adversário. É verdade que a "cantera" do FC Barcelona é excelente e de lá saíram alguns dos maiores talentos do futebol mundial, mas jogar com uma equipa construída  desta forma num jogo da Champions League é um autêntico suicídio. Os catalães deram todos os brindes e mais alguns, o SL Benfica não aproveitou. 

Na segunda parte, mesmo não fazendo uma boa exibição, a equipa Catalã equilibrou a pouco e pouco o jogo, conseguindo impor o ritmo que lhe interessava. A culpa, ou pelo menos a grande parte dela, foi a quebra física dos jogadores do SL Benfica. Ola John, que tão bem tinha estado no primeiro tempo, tornou-se menos explosivo e mais previsível, Nolito tornou-se um jogador faltoso e, lá na frente, Lima e Rodrigo iam desaparecendo. Tornava-se confortável para os catalães trocar a bola no meio campo e, em determinados momentos, explorar a velocidade de Tello que, aproveitando a pouca ajuda de Ola John nos momentos defensivos, ia fazendo a cabeça de Maxi Pereira em água. Jorge Jesus sentiu um FC Barcelona bem mais perigoso e viu-se obrigado a mexer, mas não o fez da melhor forma. Se tirar Nolito era quase óbvio, colocar Bruno Cesar no seu lugar deixando Gaitan sentado no banco não lembra mesmo a ninguém. Os encarnados continuaram lentos nas alas e, pior ainda, perderam a raça nos momentos defensivos. Já com Messi em campo, a história prometia complicar-se um pouco mais. E na verdade, no pouco tempo que esteve em campo, o argentino criou a melhor situação de golo da segunda parte. Falhou - enorme intervenção de Artur - e saiu lesionado, nascendo nova esperança para os portugueses que enfrentariam o resto do jogo com um homem a mais. 

Nos últimos minutos do jogo e, certamente, com o conhecimento do resultado que o Celtic Glasgow ia conseguindo em casa - os escoceses venciam 2-1 - o jogo do SL Benfica foi feito muito mais com o coração do que com a cabeça. Nesta fase do jogo, em que era necessário dar o tudo por tudo para chegar ao golo, até porque tendo em conta as circunstâncias, empatar ou perder ia dar rigorosamente ao mesmo - Europa League - pedia-se mais cabeça, mais concentração e uma muito melhor capacidade de aproveitar o espaço que os catalães permitiam. A jogar com um homem a mais o SL Benfica nunca foi capaz de pegar no jogo e de se instalar com perigo perto da baliza de Pinto, conseguindo apenas no último lance da partida estar novamente perto do golo e partir o coração de milhões de adeptos. Primeiro Cardozo e depois Maxi deveriam ter feito muito melhor. O SL Benfica não foi além do empate no Camp Nou o que, tendo em conta a vitória dos escoceses em casa, deixa os encarnados no terceiro lugar do grupo. Pelo jogo que fez, pelo espirito que demonstrou e até pelas oportunidades que criou o SL Benfica podia ter conseguido mais do que um empate na Catalunha, mas quem não aproveita tamanha oportunidade para o fazer, só se pode queixar de si. 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Não houve tango em Paris



PARIS SG vs FC PORTO (2-1)

À última jornada do grupo A da Champions League 2012/2013 o FC Porto conheceu pela primeira vez o sabor da derrota, caindo para o segundo lugar e sujeitando-se a defrontar nos oitavos de final da prova um dos primeiros classificados - tendo em conta as classificação dos vários grupos até poderá nem ser mau. 

O jogo de Paris começou com a equipa da casa a toda a velocidade. Muita pressão, muita velocidade e uma qualidade técnica fabulosa só ao alcance de alguns jogadores - Ibrahimovic, Pastore e Lavezzi por exemplo - e muito poucas contas bancárias. Com o FC Porto bem organizado defensivamente - este foi mesmo o sector mais forte da equipa - mas sem conseguir criar jogo ofensivo, fruto de um meio campo muito preso de movimentos, os franceses rondavam a baliza de Helton sem o sucesso desejado. O FC Porto sacudia o perigo da forma que podia, mas não mostrava lucidez na hora de atacar. James raramente se destacava pois estava a ser bem marcado, Varela nunca apareceu no jogo e o colombiano Jackson era um homem só na frente de ataque azul e branca. Não espantou por isso que o entusiasmo dos homens da cidade luz fosse crescendo a cada minuto, sempre na esperança que o talento dos seus craques pagos a peso de ouro fizesse o resto, o golo. Ao 29 minutos e, verdade seja dita, numa fase em que os portugueses até ja tinham equilibrado o jogo, conseguindo segurar a posse de bola e partir para o ataque com cabeça e convicção, o Paris SG chega à vantagem por intermédio de Thiago Silva, que nas alturas ganhou de cabeça a Danilo. O FC Porto via-se em desvantagem - algo inédito nesta Champions League - mas não tremeu e em pouco tempo voltou a repor a igualdade. Uma assistência perfeita de Danilo e Jackson Martinez, de cabeça, colocou o resultado em 1-1 quando apenas tinham passado 4 minutos desde o golo francês. Até ao intervalo, o jogo foi disputado a um bom ritmo, com enorme equilíbrio entre as duas equipas, mas sem grandes oportunidades de golo. 

Tal como na primeira parte, os franceses regressaram do intervalo com muita força e vontade de chegar à vantagem, mas quem esperava um continuar do grande jogo que foram os primeiros 45 minutos, saiu tremendamente desiludido. Depois de 5 minutos a bom ritmo, a qualidade do jogo começou a cair a pique e aquilo que havia sido um jogo frenético estava agora transformado num jogo aborrecido. Esta toada sonolenta durou até ao minuto 61, altura em que Helton - talvez adormecido pelo tédio do jogo - deixou entrar na sua baliza uma bola de defesa fácil. Sem que nada o fizesse prever, um monumental frango de Helton - que em tantos momentos já salvou o FC Porto - colocou novamente os franceses em vantagem e voltou a dar uma sapatada no jogo. Tal como no primeiro tempo, o FC Porto reagiu de imediato ao golo e foi à procura do empate. Desta vez não houve Cha Cha Cha - Jackson falhou na cara de Sirigu o empate -, o Tango também não esteve afinado - Lucho falhou na recarga de baliza aberta - e o resultado não se alterou. 

Com o resultado desfavorável, Vítor Pereira demorou uma eternidade a mexer na equipa. A troca de Fernando por Defour era obrigatória uma vez que o brasileiro não estava em bom estado, mas depois de estar a perder e a precisar de um golo mexer na equipa apenas aos 85 minutos é algo que me ultrapassa. Atsu deveria ter entrado em jogo muito mais cedo - Varela não existiu desde o início - e a desesperada tentativa de jogar em 3-4-3, juntando Abdoulaye a Otamendi e Mangala foi tão tardia que não chegou a ter qualquer efeito. Apesar do Paris SG ser uma equipa de enorme valia financeira e ter no seu plantel jogadores tecnicamente fabulosos, a verdade é que colectivamente o FC Porto não é inferior aos franceses - isso ficou provado no jogo do Dragão - e, por isso mesmo, esperava-se muito mais da equipa de Vítor Pereira. Afinal, todas aquelas absurdas poupanças de Braga foram para quê?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O regresso do "pimbolim"



Depois de alguma especulação, eis que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciou o já esperado treinador para a selecção canarinha. Cinco anos depois, Scolari regressa à selecção do seu Brasil. Poderia a escolha ter sido pior?

Os anos que separam a saída de Scolari do Brasil e o seu regresso, são a história da decadência de um treinador que nunca foi mais do que medíocre, e de um estilo ditatorial já gasto. Nestes últimos anos, com excepção da passagem por Portugal onde conseguiu um trabalho interessante e onde lhe foram permitidas todas e mais algumas atitudes - sempre com o apoio e vassalagem da imprensa desportiva -, Scolari limitou-se a coleccionar desgraça atrás de desgraça, culminando com aquilo que conseguiu fazer ao histórico SE Palmeiras - Scolari é obra! -, recheando os bolsos com quantidades astronómicas de dinheiro - em Euros, Libras, Som Uzbeque ou reais - E o burro é ele?

Não sei se será a nossa senhora do caravaggio ou um outro santo qualquer, mas alguém anda a proteger e bem a sorte deste senhor, que apesar de espalhar incompetência futebolística por esse mundo fora, continua a cair nas graças de alguns dirigentes. Há coisas verdadeiramente inexplicáveis. 

O que não surpreende - estranho era ser ao contrário - é a forma, mais uma vez miserável, como o senhor "pimbolim" começou o seu trabalho no cargo de seleccionador do Brasil. Um discurso retrógrado e ofensivo para com o banco do Brasil e os seus funcionários. Para quê? Qual foi a lógica desta "sábia" declaração? Aos brasileiros resta esperar que Scolari escolha a sua próxima vítima. Depois de Romário - Brasil - e Vítor Baia - Portugal -, quem será o novo patinho feio do exército deste sargentão?

Eis o regresso do sargento "pimbolim", bem ao seu estilo, num início que promete...

sábado, 1 de dezembro de 2012

Guerreiros abatem dragões



SC BRAGA vs FC PORTO (2-1)

Uma semana depois, duas das maiores forças futebolísticas do nosso país voltaram a encontrar-se, desta vez para disputar a presença nos quartos de final da Taça de Portugal. Se há uma semana atrás, em jogo a contar para o campeonato, o FC Porto venceu o SC Braga por 2-0, desta vez a história do jogo foi outra e acabou com a eliminação dos portistas. O SC Braga vingou assim a derrota do campeonato, conseguindo-se manter vivo num dos objectivos que ainda lhe resta, depois da eliminação da Champions League e do  - mais do que certo - afastamento da luta pelo título nacional. 

Na semana passada o FC Porto apresentou em Braga uma equipa consistente, experiente, bem rotinada e com futebol capaz de vergar os guerreiros do minho - pese embora as dificuldades com que o fez - desta vez, Vítor Pereira resolveu operar uma revolução no 11 inicial da sua equipa - 7 titulares ficaram de fora - e pior ainda, quando mexeu na equipa não o fez da melhor forma. Por sua vez, o SC Braga de José Peseiro, apresentou-se na máxima força fazendo alinhar de início os seus melhores jogadores - é assim que deve ser - usufruindo, em fases determinantes do jogo, de uma maior experiência, consistência, ligação entre jogadores e, em certos casos, qualidade. Apesar de ter entrado melhor em jogo e chegado cedo à vantagem, o FC Porto foi perdendo fulgor e consistência com o passar do tempo. O SC Braga, a jogar em sua casa uma partida decisiva para a sua época desportiva - e talvez o futuro de José Peseiro como treinador principal - foi, mesmo não fazendo um grande jogo, uma equipa séria, guerreira e bem consciente do objectivo que estava obrigada a atingir. Mesmo com os portistas em vantagem, os minhotos nunca perderam o norte e souberam sempre explorar as deficiências de um adversário com poucas rotinas e bastante desfalcado - culpa do treinador Vítor Pereira. 

Ao longo da segunda parte, o SC Braga manteve-se unido e focado no objectivo e o FC Porto foi, inexplicavelmente, adormecendo à sombra de uma vantagem demasiado curta e perigosa, tendo em conta o futebol que a equipa apresentava. O jogo até poderia ter ficado empatado aos 57 minutos mas Olegário Benquerença - mais uma vez um mau árbitro a apitar duas grandes equipas - mandou seguir um lance que seria de grande penalidade para a equipa da casa. Ainda com o FC Porto em vantagem, Vítor Pereira mexeu mal na equipa, tirando do jogo o pêndulo do sei meio campo - Fernando -, desequilibrando por completo uma equipa que sempre que chegava à frente - e já não eram muitas vezes - via o seu futebol esbarrar na nulidade do brasileiro Kléber. Os portistas perderam o controlo do jogo e viam os bracarenses crescer e tornarem-se numa ameaça cada vez maior.

Se o árbitro havia errado aos 57 minutos, não permitindo à equipa da casa a oportunidade de empatar o jogo e voltar a entrar na eliminatória, voltou a errar aos 72 minutos, expulsando sem qualquer razão o médio portistas Castro, deixando os azuis e brancos a jogar com uma unidade a menos. Se o meio campo azul e branco já não funcionava, após a expulsão de Castro o descalabro foi total. A expulsão virou ainda mais o jogo e o SC Braga nunca mais deixou de mandar. Bastaram 3 minutos de superioridade numérica para os bracarenses chegarem à igualdade, beneficiando de um erro infantil do lateral Danilo. O "castelo" portista começava a ruir, e se uma expulsão e um auto-golo já eram um rude golpe no objectivo azul e branco, o golo de Éder ao 80 minutos - o internacional português parte de posição irregular - deixava a equipa de Vítor Pereira com um pé fora da Taça de Portugal. Nos minutos finais ainda se viu um esboço de reacção azul e branca, mas nem Lucho nem Kléber foram capazes de bater Quim.

O FC Porto perde pela primeira vez nesta temporada e Vítor Pereira tem que ser apontado como grande culpado da derrota portista. O treinador azul e branco "desrespeitou" a competição e olhou com sobranceria para um adversário de grande qualidade. Só isso explica jogar no Estádio AXA sem sete dos habituais titulares. Mérito para a equipa do minho que apostou todas as suas fichas neste jogo e saiu dele com a vitória. José Peseiro volta a respirar de alivio depois de uma semana extremamente complicada e o internacional português Éder volta a marcar e a decidir. 

Infelizmente, SC Braga e FC Porto voltaram a encontrar um árbitro sem qualidade. Depois do miserável trabalho de Carlos Xistra no jogo do campeonato, desta vez foi Olegário Benquerença a não estar ao nível do desafio. Uma grande penalidade por assinalar, um vermelho mal mostrado, um golo decisivo em fora de jogo, um mau acompanhamento dos lances e uma inacreditável facilidade em mostrar cartões, são sinónimo de uma nota extremamente negativa para o trio de arbitragem presente na cidade de Braga. SC Braga, FC Porto e o futebol português merecem muito melhor.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Talento, sorte e liderança



SC BRAGA vs FC PORTO (0-2)


Num jogo em que a estrelinha da sorte acompanhou o talento de james Rodriguez na definição do resultado final, o FC Porto de Vítor Pereira conquistou três preciosos pontos que o colocam no primeiro lugar da classificação, em igualdade pontual com o SL Benfica. 

Se no final podemos falar em sorte, verdade seja dita que, pelo menos para o argentino Otamendi, o jogo até começou com a palavra azar. Ainda se jogava o primeiro minuto e já o defesa do FC Porto experimentava os ferros da baliza de Beto. E os primeiros minutos foram mesmo de enorme sufoco para a equipa da casa que, uma vez mais, demorou a aquecer os motores e a entrar verdadeiramente em campo. Três minutos de jogo e três oportunidades de golo que bem podiam ter decidido as contas a favor dos dragões. Falhou a finalização e a tal pontinha de sorte que no final guiou o remate de James até ao fundo da baliza do SC Braga. 

Os primeiros 20 minutos de jogo foram de claro domínio do FC Porto, que entrando forte, rápido e pressionante não dava espaços para que os médios de José Peseiro fossem capazes de sair a jogar. Nesta fase, os portistas estavam claramente por cima na partida e justificavam uma vantagem que desperdiçaram por mais do que uma vez. A partir daqui o SC Braga foi capaz de perceber o adversário e sacudir a pressão do FC Porto, equilibrando a pouco e pouco o jogo. Com um SC Braga bem mais forte do que no início, os lances de perigo sucediam-se e ficava a sensação de que o golo poderia surgir para qualquer um dos lados. Iam brilhando as defesas, que invariavelmente se superiorizavam aos ataques - Otamendi e Douglão eram claramente os elos mais fortes das suas equipas. 

Depois de uma primeira parte de bom futebol e cheia de oportunidades de golo, aquilo que se jogou - ou não se jogou - na segunda parte foi uma enorme de desilusão. Qualquer uma das equipas pareceu mais preocupada em não perder o jogo do que em arriscar para o vencer. Se durante a larga maioria do tempo, a posse de bola pertenceu aos azuis e brancos, não é menos verdade que as oportunidades de golo eram cada vez mais escassas. Jogava-se de forma demasiado receosa e lenta. Depois de uma electrizante primeira parte, assistia-se em Braga a um jogo chato e sonolento, para o qual nada contribuía a arbitragem de Carlos Xistra e dos seus auxiliares - falarei mais à frente deste senhor. 

Quando já muitos dos presentes caíam no sono e outros tantos abandonavam o estádio, o talento de James Rodriguez - porque para tirar o defesa do caminho daquela forma é preciso talento - e o azar de Douglão - o melhor jogador do SC Braga acabou por trair o seu guarda-redes - resolveram o jogo e fizeram explodir de euforia os adeptos azuis e brancos. O FC Porto chegava à vantagem num momento em que o adversário já não tinha tempo para responder. Um lance em que o talento e a sorte se misturaram, quase como que de propósito para dar razão a Jorge Jesus - a meio da semana disse que o FC Porto tinha sorte em Braga - e ao mesmo tempo a Vítor Pereira - respondeu a Jesus dizendo que a sorte se procura e dá trabalho. Ainda o SC Braga não tinha recuperado do primeiro golo portista e já Jackson Martinez acabava de vez com as esperanças minhotas - grande golo do avançado colombiano.  O resultado é claramente pesado para a equipa do SC Braga, que verdade seja dita tudo fez para não perder e merecia o seu pontinho. A estrelinha da sorte brilhou para o colombiano James Rodriguez que, numa fase de conformismo e resignação das duas equipas, foi quem tentou fazer algo mais pelo jogo. É a tal história da sorte que se procura e que dá trabalho. Enquanto outros teriam certamente segurado a bola e fazê-la circular para os lados ou para trás, o colombiano, confiante das suas qualidades e percebendo que o final se aproximava, procurou a baliza adversária. Foi audaz e é a esses que a sorte sorri!

Uma partida entre duas das melhores equipas do futebol nacional, merecia um árbitro a sério e não aquele que é, muito possivelmente, um dos piores árbitros de Portugal. O senhor Carlos Xistra - tal como o senhor Paixão - é um árbitro fraco, influenciável pelas reacções do público e sem personalidade dentro das quatro linhas. A exibição de ontem foi, uma vez mais, um absurdo e uma colecção de asneiras. Uma grande penalidade por assinalar aos 20 minutos - mão de Alex Sandro -, uma enormidade de faltas mal assinaladas, cartões mal mostrados - o amarelo a otamendi é uma comédia - e uma postura em campo que deixa muito a desejar - a forma como acaba a primeira parte, não permitindo a marcação do livre a Moutinho, depois de ele próprio ter demorado uma eternidade a "conversar" com jogadores e treinadores é um absurdo. No fundo, mais do mesmo no que a Carlos Xistra diz respeito. Invariavelmente, é o futebol português que fica a perder. 

Cair com estrondo



BASILEIA vs SC PORTUGAL (3-0)

Se o Sporting CP não tem muito de que se orgulhar nesta caminhada europeia 2012/2013, a forma como se despediu dela foi verdadeiramente desastrosa. Numa palavra, a carreira do Sporting CP nas competições europeias deste ano foi vergonhosa - nas provas nacionais não anda longe disso. 

Num jogo em que os leões eram obrigados a vencer para manter esperanças de qualificação - mesmo assim dependiam de terceiros - tudo correu demasiado mal. A equipa treinada por Vercauteren nunca se encontrou no jogo, andou perdida, sem fio de jogo, sem imaginação, sem velocidade e pior do que tudo, sem a garra e a determinação que apesar de tudo eram características dos tempos de Sá Pinto. Talvez o português não fosse o treinador ideal para o Sporting CP, mas  verdade é que com o belga as coisas continuam na mesma, o que me leva a uma conclusão que há muito defendo: O problema do Sporting CP está muito para lá de maus jogadores ou maus treinadores. 

Falar de um jogo em que o Sporting CP simplesmente não quis participar, sem criticar severamente a equipa de Alvalade é tarefa ingrata e quase impossível. Os leões, que uma vez mais, entraram mal no jogo e se apanharam a perder relativamente  cedo, nunca foram capazes de dar uma resposta e contrariar o futebol eficaz mas previsível de um Basileia que está longe de ser um colosso europeu. Tinha obrigação de fazer muito mais. 

A perder, e mesmo sabendo que o outro jogo do grupo corria a seu favor - o Genk venceu o Videoton - o Sporting CP foi sempre uma equipa incapaz de esboçar uma reacção que animasse os seus jogadores, a sua equipa técnica e os seus adeptos. Cabisbaixos, os homens de verde e branco desesperavam pelo fim de mais um pesadelo. Mas o mais incrível estava para vir. Ao minuto 58 Cabral é expulso e do céu cai uma divinal ajuda para os leões. A jogar contra dez era possível voltar a erguer a cabeça e sonhar com o resultado positivo. Nada mais errado! Nesta fase, o Sporting CP não só não foi capaz de se superiorizar ao Basileia, como ainda conseguiu a proeza de jogar pior e cometer mais erros do que anteriormente. Resultado: Os leões conseguiram sofrer mais 2 golos e deixar a europa debaixo de uma enorme humilhação. 

No meio de tanta desgraça, o Sporting continua a cometer os mesmos erros do início da temporada. As alterações ao 11 continuam a não fazer sentido. A táctica não convence minimamente e as exibições variam entre o sofrível e o miserável. Vai-se aproveitando Rui Patricio, que cada vez mais se afirma como um dos melhores guarda-redes da actualidade. Se o Sporting CP é obrigado a vender este seu activo - talvez o único com mercado - nem quero imaginar onde vai parar esta equipa. 

Champions league: Resultados




GRUPO A









FC PORTO vs DINAMO ZAGREB (3-0)

DYNAMO KYIV vs PARIS SG (0-2)


GRUPO B










SCHALKE 04 vs OLYMPIACOS (1-0)

ARSENAL FC vs MONTPELLIER HSC (2-0)


GRUPO C








FK ZENIT vs MÁLAGA CF (2-2)

RSC ANDERLECHT vs AC MILAN (1-3)


GRUPO D








MANCHESTER CITY vs REAL MADRID CF (1-1)

AJAX vs BORUSSIA DORTMUND (1-4)


GRUPO E








JUVENTUS vs CHELSEA FC (3-0)

NORDSJAELLAND vs SHAKHTAR DONETSK (2-5)


GRUPO F








BATE BORISOV vs LILLE OSC (0-2)

VALENCIA CF vs BAYERN MUNCHEN (1-1)


GRUPO G








SPARTAK MOSKVA vs FC BARCELONA (0-3)

SL BENFICA vs CELTIC GLASGOW (2-1)


GRUPO H








GALATASARAY vs MANCHESTER UNITED (1-0)

CFR CLUJ vs SC BRAGA (3-1)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Não foi preciso carregar muito



FC PORTO vs DINAMO ZAGREB (3-0)

Depois de algumas tarefas bem mais complicadas, o FC Porto recebia uma equipa teoricamente frágil e demasiado limitada para fazer frente ao poder de fogo dos dragões. Seja como for, o treinador Vítor Pereira não foi em cantigas e, dos habituais titulares, apenas os recém regressados de lesão Fernando e Alex Sandro e o ainda lesionado Maicon, ficaram fora do jogo - os dois primeiros no banco e o último na bancada. O treinador portista deixava a mensagem de que queria uma equipa séria, forte e a dar espectáculo.

Verdade seja dita que na primeira parte o espectáculo foi lento. O FC Porto, apesar de dois sustos, percebeu que não precisava de correr e pressionar muito para ultrapassar sem dificuldades a equipa Croata. Assim, foi trocando os olhos ao adversário com o habitual carrossel do meio campo. Com uma circulação quase sempre acertada e, aqui e ali, abrilhantada com alguns momentos de classe, os portistas foram esgotando o seu adversário a todos os níveis. Num desses momentos de classe a equipa de Vítor Pereira chegou mesmo ao golo, por autoria do seu capitão - Lucho Gonzalez -, alcançando uma vantagem que obviamente não mais iria largar.

Saído para intervalo com um resultado positivo e a promessa do primeiro lugar - sem esquecer 1 milhão de euros pela vitória -, faltava ao campeão nacional trazer para o jogo mais agressividade e velocidade para, quem sabe, conseguir um resultado histórico. A segunda parte, uma vez mais dominada - sem espanto - pela equipa portuguesa, foi bem mais agradável de ver. Com o meio campo do FC Porto bastante inspirado - Lucho e Moutinho estão em grande forma - os croatas foram condenados a ver jogar. Nestes segundos 45 minutos o FC Porto chegou ao golo por duas vezes - Moutinho e Varela - mas, verdade seja dita, os golos poderiam ter sido mais, não fosse alguma falta de eficácia na hora de rematar.

No final, o resultado de 3-0 aceita-se perfeitamente. O FC Porto venceu sem qualquer dificuldade, num jogo em que foi claramente superior. Destaque para mais uma grande exibição de Moutinho coroada com um golo de belo efeito. Os portistas continuam no primeiro lugar do grupo e discutirão o topo da classificação em Paris. Para já fica a garantia de mais três pontos - o FC Porto já é a equipa com mais pontos conquistados na Champions League 2012/2013 - e 1 milhão de euros em caixa. Excelente percurso europeu da equipa de Vítor Pereira.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Di Matteo despedido



Depois de há mais ou menos 6 meses atrás ter sido campeão europeu com uma equipa por quem ninguém dava nada, o italiano Di Matteo - até começou muito bem a época - não resistiu a uma série de maus resultados que atiraram a sua equipa para o 3º lugar da Premiere League e para o 3º lugar do Grupo E da Champions League, acabando despedido pelo russo Roman Abramovich. 

Já se percebeu que a capacidade do russo para entender futebol é proporcional à dificuldade que tem em esbanjar dinheiro, ou seja, nenhuma. Já se percebeu também, que o russo tem tanta facilidade em apaixonar-se pela capacidade de um treinador como em fartar-se do mesmo - veja-se o exemplo Villas-Boas que custou uns belos milhões e poucos meses aguentou no comando do Chelsea. Roman Abramovich, como qualquer pessoa que nada percebe de futebol, exige resultados imediatos a um "projecto" novo, não admitindo sequer dar aos intervenientes o tempo necessário para construir uma verdadeira equipa de futebol - talvez tenha sido mal habituado pela extraordinária capacidade de Mourinho. Tal como qualquer pessoa que nada percebe de futebol, Roman Abramovich acha que trocar de treinador a cada seis meses é a solução para os problemas de uma equipa que o que precisa é de crescer. Ter dinheiro para ser dono de um grande clube não faz deste russo um "expert" em futebol.

Desde que José Mourinho saiu do Chelsea FC - 2007/2008 - já passaram pelos blues de Londres seis treinadores - Avram Grant; Scolari; Guus Hiddink; Ancelotti; Villas Boas e Di Matteo. Neste mesmo período de tempo o Chelsea FC conseguiu vencer a Premiere League uma única vez, curiosamente com Ancelotti ao comando - o treinador que por lá permaneceu mais tempo.

Resta esperar pela decisão de Abramovich e ver para que lado acorda o milionário russo. Muitos presidentes de clubes por esse mundo fora devem estar a fazer figas para que o senhor do Chelsea FC decida bater mais uma clausula de rescisão. 

Triste adeus



CFR CLUJ vs SC BRAGA (3-1)

A derrota do SC Braga na Roménia colocou a equipa de José Peseiro fora das competições europeias, transformando toda esta caminhada numa enorme desilusão. Os minhotos não podem olhar para si próprios e ver a equipa mais fraca do grupo, pois claramente não o são. Nem CFR Cluj nem Galatasaray são equipas superiores ao SC Braga e, por isso mesmo, pedia-se muito mais a esta equipa. O último lugar não espelha, nem de longe nem de perto, a qualidade destes jogadores.

O jogo da Roménia voltou a mostrar um SC Braga irreconhecível. Uma equipa errada nos seus processos, sem fio de jogo, sem sentido colectivo - principalmente a defender - e pior ainda, uma equipa muito mal preparada para o adversário que ia enfrentar. É estranho e imperdoável, que a equipa do SC Braga perca duas vezes contra o mesmo adversário - de qualidade inferior aos minhotos - cometendo os mesmos erros e expondo-se desta forma ao contra ataque dos romenos. Aqui a nota negativa só pode ir para José Peseiro e aquilo que é, a meu ver, uma má preparação do jogo. Ao contrário dos minhotos, o CFR Cluj de Paulo Sérgio mostrou ter o SC Braga bem estudado, percebendo a forma de jogar da equipa e sabendo onde estavam os elementos chave a anular. Muito mérito dos romenos na forma como venceram a partida.

Se a ideia do SC Braga era entrar no jogo para ganhar - tinha que o fazer -, bem cedo se percebeu que tudo iria sair ao contrário. O CFR Cluj apresentava uma linha defensiva muito sólida e bem dura e lá na frente colocava dois homens de grande mobilidade - Rafael Bastos e Rui Pedro - acrescentando-lhes um rapidíssimo Sougou. Inacreditavelmente, até porque todos estes jogadores passaram muito tempo no campeonato português, os minhotos pareceram surpreendidos com esta forma de jogar e, pior ainda, mostraram que não vinham preparados para lhe fazer frente. Foi nesta constante luta desequilibrada entre uma perdida defesa do SC Braga e um inteligente e eficaz ataque do CFR Cluj, que Rui Pedro construiu a sua noite de ouro - negra para os de Braga - em pouco mais de 30 minutos. O avançado, que passou pelo futebol português sem grande destaque, fez um hat trick na maior prova do futebol mundial. Para ajudar à festa e como se 3 golos sofridos não fossem o suficiente, o central Douglão teve a irreflectida e infeliz ideia de agredir um adversário, deixando a sua equipa a jogar apenas com dez unidades. Aqui morreu o SC Braga europeu. Pelo meio de tanta desgraça, o brasileiro Alan ainda foi capaz de marcar um golo, que para os minhotos não foi mais do que uma amarga consolação.

Depois de arrumar com todas as hipóteses que tinha nos primeiros 45 minutos, restava ao SC Braga subir ao relvado na segunda parte para, pelo menos, se redimir da má imagem deixada. Mas a tarefa era extremamente complicada. O SC Braga jogava apenas com dez e tinha pela frente um adversário motivado e um público eufórico com a exibição, com o resultado e com a real possibilidade de ver os romenos nos oitavos de final da prova. Durante os segundos 45 minutos o CFR Cluj continuou a ser superior ao SC Braga e a mandar completamente no jogo. Soube gerir os tempos, o ritmo e principalmente o cansaço - seu e do adversário - escolhendo criteriosamente os momentos certos para atacar. Até ao final da partida o marcador não sofreu qualquer alteração mas, verdade seja dita, bem podia ter acontecido não fosse a eficácia de Beto e a ajuda dos postes da sua baliza - por duas vezes negaram o golo a Camora.

No final, fica a enorme desilusão de ver um SC Braga bem reforçado e repleto de bons jogadores ficar fora das competições europeias. Agora que os minhotos estão fora, esperemos que os romenos do CFR Cluj avancem para os oitavos de final. Afinal de contas são uma das equipas mais "portuguesas" da Champions League. 

Olá esperança



SL BENFICA vs CELTIC GLASGOW (2-1)

Um jogo muito bem conseguido e dois golos - Ola John e Garay - que poderiam ter sido muitos mais, mantêm o SL Benfica no sonho do apuramento e, tal como o próprio treinador admite, garantem o segundo objectivo europeu da época: pelo menos a Europa League já não foge. 

Aquilo que o SL Benfica fez no estádio da luz ao longo dos 90 minutos de jogo, assim como aquilo que o Celtic Glasgow não fez - não sei se por não saber ou não querer mas estes escoceses fora de casa são irreconhecíveis - mostrou bem a realidade deste grupo. Apesar da classificação actual e seja qual for o duo de apurados, não me restam dúvidas nenhumas de que os encarnados são a segunda melhor equipa. O problema foi começar a mostra-lo demasiado tarde e a este nível isso paga-se. Na minha opinião - e já o digo desde essa altura - o jogo que "tramou" a equipa de Jorge Jesus não foi a surpreendente vitória dos escoceses na recepção ao FC Barcelona, mas sim a vitória dos mesmos escoceses na visita à Rússia. Nessa altura, parecia-me que o Celtic Glasgow iria ser o verdadeiro rival dos portugueses. Assim foi!

A verdade é que entre portugueses e escoceses, se já havia ficado a ideia - na altura do jogo da Escócia - que o SL Benfica era muito superior, ontem foram retiradas todas as dúvidas. A precisar de vencer para manter a esperança, os encarnados entraram em jogo motivados e com vontade de resolver a partida rapidamente. Com Ola John e Salvio a emprestar muita velocidade e irreverência às alas, a equipa de Jorge Jesus criava perigo lance após lance. Não espantou que logo aos 7 minutos o holandês inaugurasse o marcador, num lance pleno de oportunidade. Com o golo, o SL Benfica cresceu ainda mais e os escoceses que até então estavam remetidos à sua defesa, por lá continuaram explorando a única coisa em que são realmente perigosos, as bolas paradas. É precisamente num lance de bola parada que o gigante Samaras, contra a corrente do jogo, empata a partida - muitas culpas para Artur - e leva a sua equipa para intervalo com um injusto ponto no bolso.

Se o SL Benfica tinha entrado em jogo com vontade de mostrar a sua supremacia e tinha sentido na boca o amargo de um empate injusto, voltou a mostrar no início do segundo tempo a determinação necessária para levar de vencida os escoceses. Estes, por sua vez, voltaram a confiar na sorte que os tem protegido para levar da Luz o apuramento. Os encarnados fizeram por não deixar e lançaram-se para uma segunda parte de absoluto domínio e constante assalto à baliza de Forster - grande exibição - que ia segurando o empate conforme podia. Mas nem mesmo a grande exibição do guarda-redes inglês foi capaz de "roubar" pontos à equipa portuguesa e, depois de muito insistir - e merecer - o golo do argentino Garay - um grande jogador a merecer destaque - ao 70 minutos de jogo colocou o SL Benfica na frente do marcador, fazendo renascer a esperança da qualificação e dos milhões que esse feito representa.

O SL Benfica foi sempre superior aos escoceses e tirando os lances de bola parada, só mesmo nos últimos minutos, com os encarnados mais recuados, é que o Celtic Glasgow conseguiu ter espaço e vontade para criar relativo perigo. Seja como for, nunca esteve verdadeiramente perto do empate e o resultado final acaba por ser justíssimo para a equipa de Jorge Jesus. O SL Benfica parte agora para a última jornada com a difícil tarefa de fazer em Barcelona - contra a melhor equipa do mundo - o mesmo resultado que os escoceses forem capazes de fazer em casa frente ao frágil Spartak Moskva. Depois de duas belas exibições em casa, esperemos que o acordar do SL Benfica europeu não tenha surgido tarde demais. Caso contrário resta a Europa League, o que seria uma enorme desilusão!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Três tristes tigres



Daquilo que foi o jogo no Gabão nem sequer vou falar porque não vale o esforço. Tudo correu mal e foi demasiado ridiculo para merecer qualquer tipo de destaque. O que me parece verdadeiramente lamentável no meio disto tudo, é o ping pong de acusações/insultos que o treinador Paulo Bento, a FPF e o dirigente Jorge Nuno Pinto da Costa fizeram questão de protagonizar. Mas vamos por partes:

1- Que as convocatórias de Paulo bento são uma comédia todos nós sabemos e, como parece óbvio, não vai mudar. O que me parece de todo absurdo, é que o seleccionador português venha a público dizer que não tem que se justificar perante ninguém! Caríssimo Paulo Bento, que tal justificar-se perante um país inteiro? Afinal de contas é seleccionador de Portugal e não de um qualquer Paulo Bento Futebol Clube - embora por vezes pareça. Claro que pode convocar quem quer e lhe apetece mas, se de repente, as exibições e os resultados deixam de ser aqueles que os adeptos exigem - o que por acaso até está a acontecer -, então terá muito que explicar. 

Como é possível que um jogador em grande forma como Eliseu continue de fora das opções, mesmo quando Fábio Coentrão está lesionado? Pior ainda, como é possível que Sílvio apareça nesta convocatória - nem suplente é no Atl. Madrid - e o mesmo Eliseu continue de fora? Infelizmente não fica por aqui e o caso mais paradigmático é mesmo o de Hugo Viana. O médio do SC Braga sofre um tratamento por parte do seleccionador que faz lembrar os tempos de escola e aqueles miúdos que são sempre excluídos dos jogos da bola e colocados de parte, até ao dia em que falta alguém para fazer número e não há outra hipótese senão colocar o excluído em jogo. Há coisas inexplicáveis e nem mesmo a história do "é preciso observar jogadores" justifica tantas asneiras numa convocatória só. Aliás, se a ideia era observar jogadores, então não faz sentido nenhum que Custódio, João Moutinho e Varela - muito utilizados noutras ocasiões - tenham sido alguns dos mais utilizados e jogadores como Hélder Barbosa tenha jogado apenas 10 minutos e outros como Neto e Rúben Ferreira nem sequer tenham jogado. Afinal de contas o jogo era contra o Gabão! Enfim... muito mais havia para falar sobre as convocatórias de Paulo Bento e a suposta independência com que as faz, mas por hoje vamos ficar por aqui.

2- Que a Federação Portuguesa de Futebol não funciona e está recheada de gente duvidosa, que eleição após eleição lá vai permanecendo e fazendo vida, não é novidade para ninguém. O que é inacreditavel é a forma "manhosa" como vários elementos tentam justificar uma injustificável ida ao Gabão, para disputar um jogo que, tal como todos sabiam menos os senhores dos oito andares da FPF, não iria trazer nada de positivo para ninguém. Como todos perceberam, a equipa de Paulo Bento viajou para África com o objectivo de ganhar dinheiro e não para preparar o que quer que seja. Ao contrário do que foi possível ler no comunicado da FPF, não existe qualquer "entusiasmo crescente" dos adeptos portugueses - muito pelo contrário - e a ver pelas últimas exibições da equipa das quinas - em jogos oficiais e particulares - este "entusiasmo" que se tem traduzido em audíveis coros de assobios, corre um sério risco de continuar a aumentar. Para quem não "promove nem alimenta polémicas", a FPF tem mostrado uma postura e um comportamento - ano após ano, década após década - completamente errado. Mudam-se alguns rostos, mas não se mudam as tendências e muito menos os maus vícios.

3- Que Jorge Nuno Pinto da Costa tem toda a razão quando critica o jogo da selecção no que a adversário e data diz respeito, parece-me indiscutível. Que a FPF nunca foi independente e tem uma postura completamente diferente perante os grandes clubes europeus e os clubes portugueses, também me parece óbvio. Pinto da Costa encheu-se de razão para dizer o que todos sabem há muitos anos. O que Jorge Nuno Pinto da Costa não pode exigir, é que o seleccionador nacional - seja ele qual for - trate os jogadores da forma que ele quer. Mesmo não concordando com a gestão de Paulo Bento - e é difícil concordar -, o presidente do FC Porto não pode nunca dizer algumas das coisas que disse. Ficou mal ao líder portista a forma desproporcional como se referiu a Paulo Bento. Se o presidente do FC Porto já tinha ficado mal nesta triste fotografia, o clube não ficou melhor depois do comunicado que decidiu publicar. É certo que muitas verdades estão escritas no comunicado dos azuis e brancos, mas outras coisas há que eram totalmente escusadas. Paulo Bento foi rude - para ser simpático - na forma como respondeu às criticas de Jorge Nuno Pinto da Costa, mas o FC Porto foi pelo mesmo caminho publicando um comunicado que em nada dignifica a sua instituição e quem a dirige.  


Mais um triste episódio que só prejudica o futebol português. Pessoas como Paulo Bento, Jorge Nuno Pinto da Costa e Fernando Gomes - não sei se foi ele que escreveu o comunicado mas é ele o presidente da FPF - tinham obrigação de se comportar muito melhor. Aguardemos os próximos episódios para ver onde isto vai parar!