quinta-feira, 26 de junho de 2014

Acabaram-se as férias no Brasil...



Depois do teor do post anterior (que se seguiu ao jogo com os Estados Unidos da América) não me vou alongar muito mais sobre o estado da selecção nacional e da Federação Portuguesa de Futebol, pela simples razão de que nada mudou e porque tenho a certeza absoluta de que nada irá mudar num futuro próximo... ou acham que a forma peremptória como Paulo Bento garante que vai continuar é por acaso?

Paulo Bento precisa da Federação Portuguesa de Futebol pois tendo em conta a sua qualidade como treinador dificilmente entraria num outro projecto minimamente interessante (talvez houvesse um lugar de comentador disponível numa qualquer estação televisiva) da mesma forma que a Federação Portuguesa de Futebol precisa dele (dificilmente os senhores da FPF arranjariam um "fantoche" tão fácil de usar como este), por isso nada de novo nas mútuas declarações de amor entre treinador e presidente. Estes românticos e deliciosos momentos servem apenas para explicar  o porquê da renovação de Paulo Bento poucos meses antes da fase final do Mundial. Afinal de contas, está à vista de todos que o treinador não tem capacidade para um cargo destes e não iria ser fácil justificar uma renovação após o desastre a que o mundo inteiro assistiu. Já diz o outro: "O pior cego é aquele que não quer ver", ou será "Federação prevenida vale por duas"?

Apesar de ver nos "grandes" senhores da FPF os principais culpados do estado em que está o futebol português e que se reflecte na selecção nacional, Paulo Bento deveria ser obrigado a explicar a todos os que sentem Portugal e sofrem pela selecção o porquê de alguns jogadores terem lugar cativo no onze (Tem mesmo que haver sempre lugar para o Miguel Veloso seja qual for a posição? Este é apenas um caso), o porquê de alguns jogadores terem ficado de fora da convocatória em detrimento de outros claramente mais fracos ou em piores condições, o porquê de tantas lesões musculares... e muitas outras coisas. 

Apesar de tudo, eu dou toda a razão a Paulo Bento quando este diz que estes jogadores são os mesmos que há uns meses eliminaram a Suécia. Mas se o seleccionador pensasse um bocadinho (está visto que não é para isso que lhe pagam) percebia que essa conclusão não abona em nada a seu favor e muito menos a favor da qualidade do seu grupo de jogadores. Realmente estes são os mesmos jogadores que fizeram um apuramento miserável para o Mundial 2014 (houve jogos a roçar o ridículo num grupo que era extremamente fácil) e são os mesmos que eliminaram a Suécia naquele épico jogo que tanto jeito dá para defender a selecção, mas esquece-se o senhor Paulo Bento que existe um pequena (que é bem grande) diferença: de todos os jogadores presentes no Mundial o único que não é verdadeiramente o mesmo, por estar fisicamente limitado, é Ronaldo e esquece-se Paulo Bento (ou quer-se esquecer por dar jeito) que foi ele quem "sozinho" arrumou com o conjunto sueco e carimbou o nosso bilhete para o Brasil. E a verdade é que sem um Ronaldo a 100% a nossa selecção (esta escolhida por Paulo Bento e pela FPF) é pouca mais do que medíocre. Paulo Bento joga melhor com as palavras do que a sua equipa com a bola mas não engana muita gente... talvez só se engane mesmo a si. 

Nota final: Já ouvimos, após o jogo com o Gana, o presidente da FPF fazer referência às grandes selecções que foram eliminadas e às selecções europeias com dificuldades no apuramento. Querem apostar que vamos usar a eliminação da Espanha, da França e da Inglaterra como atenuante para a figura ridícula que andamos a fazer no Brasil? Eu fico à espera das futuras declarações do senhor presidente mas até parece que já sei de cor as palavras...

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Yes we can... pack and come back!



A selecção nacional voltou a mostrar-se um espelho da FPF e da corja que nela vive. São os tachos, são os negócios de amigos, são os interesses e uma incompetência atroz que acaba nas mãos de Paulo Bento, o melhor "pau mandado" que os senhores da gravata poderiam ter arranjado para dar a cara às decisões que eles próprios tomam nos corredores. A selecção voltou a ser um grupo de amigos, um grupo de protegidos comandados (se é que se pode dizer isso) por um treinador sem voz própria que serve apenas para dar "corpo" a atitudes e decisões que não tem outro objectivo que não seja agradar a certas figuras que continuam a ter demasiada importância no negócio em que se tornou o futebol. 

O que a selecção precisa é de uma revolução gigantesca desde as bases da sua própria federação. Precisa de afastar dos corredores do poder os senhores de sempre e substitui-los por gente que olhe bem mais para o bem estar do futebol português do que para o seu próprio umbigo. A Federação portuguesa de Futebol precisa (de uma vez por todas) de deixar de ser um antro de interesses e de negócios e, se assim não for, vamos continuar a ter jogadores que jogam a convite mesmo que não estejam nas melhores condições ou existam colegas de qualidade superior, vamos continuar a ter uma exposição pública absurda da selecção portuguesa que mais se assemelha a um "reality show" do que a um estágio de preparação para uma competição internacional, vamos continuar a ter as "tournées" pagas por patrocinadores para jogos amigáveis em datas que são no mínimo discutíveis (o que andava Portugal a fazer nos EUA numa altura em que todas as outras selecções estavam no Brasil a adaptar-se ao ambiente e ao clima?). Enquanto essa revolução não acontecer não vai existir selecção de Portugal, não vai existir aposta de formação de jogadores portugueses nem vai existir uma verdadeira "escola" no futebol português. 

Existem outras questões relevantes, como uma convocatória que de tão ridícula chega a ser provocatória, uma atitude de um orgulho exacerbado e de uma arrogância absurda de um seleccionador que nunca mostrou ter qualidade para o ser e não faz mais do que cumprir ordens, uma falta de atitude e entendimento entre os jogadores dentro do campo que faz confusão a qualquer amador, uma falta de frescura física que é apenas a prova da incompetência de quem prepara este grupo de jogadores... e existe muito mais, mas tudo  vai continuar exactamente na mesma enquanto uma verdadeira mudança não acontecer e o mal não for cortado pela raiz. Se não for com Paulo Bento será com outro treinador igualmente incompetente e sem voz própria, se não for com este grupo de jogadores medianos (para ser simpático) será com outros de igual valor, se não for para agradar aos senhores que mandam agora será para agradar a outros que vivem o futebol da mesma forma que os anteriores. 

Conclusão: O problema de Portugal não é ter menos opções, não é ser futebolisticamente mais fraco. O verdadeiro problema da selecção portuguesa é a incompetência da sua Federação e de quem para ela trabalha. E não vale a pena usar a desculpa mais do que batida de sermos um país pequeno (se o tamanho realmente contasse o que seria da Holanda e da Bélgica?). A única coisa em que somos realmente pequenos é na mentalidade e na forma de estar e de agir e enquanto assim for continuaremos a embalar malas mais cedo, a despedir-nos com as desculpas e a arrogância do costume e a chegar a casa com atitude, com estilo e com os bolsos cheios de dinheiro. Se calhar é mesmo isso que interessa a alguns...