domingo, 7 de setembro de 2014

Mercado dos grandes - Sporting CP



Dos três grandes clubes nacionais o Sporting CP era claramente aquele que precisava de mais e melhores reforços mas, apesar de ter sido o dono da contratação mais mediática do mercado nacional, foi aquele que menos e pior se reforçou. Nem é que o Sporting CP tenha comprado poucos jogadores, mas a verdade é que não adquiriu nenhum (excepção feita a Nani) para se afirmar no onze inicial, tornando-o mais forte do que em épocas anteriores. Depois de uma época de sucesso e muito bem conseguida com Leonardo Jardim ao leme, o clube leonino que até teve ambição e olho para a escolha do novo treinador, precisava de dotar de mais qualidade um plantel que fica claramente abaixo do dos seus rivais (o início de época já está a mostrar isso). Para "imitar" o ano passado era preciso mais e melhor do mercado e para fazer ainda melhor, assumindo-se como claro candidato ao título, o jovem Marco Silva precisa de operar um autêntico milagre com aquilo que tem em mãos.

Em relação à época passada o Sporting CP viu sair apenas um jogador da sua estrutura base (Marcos Rojo) e com algum esforço conseguiu segurar as outras duas "pérolas" da equipa (Slimani e William Carvalho), o que por si só já pode ser uma boa notícia. Olhando bem as contratações percebemos que os leões foram muito menos gastadores do que os rivais (normal tendo em conta a situação do clube) mas aquilo que gastaram não foi gasto da forma mais inteligente. O Sporting CP, claramente necessitado de um central de grande qualidade para substituir o argentino Rojo contratou dois jogadores de qualidade claramente inferior para a posição (Sarr e Oliveira) e ainda conseguiu deixar sair (em litígio é certo) aquele que era, a meu ver, o mais talentoso e promissor jogador do sector (Eric Dier).... a defesa apresenta-se como o sector mais frágil dos leões, onde os laterais não são de extrema competência (Jonathan curiosamente demora a aparecer) e os centrais revelam lacunas por vezes gritantes, com um brasileiro que não mostra ser um poço de qualidade (é estranho como Maurício pode ser titular num clube grande quando anda Marcelo a jogar num Rio Ave) e um miúdo africano que promete muito mas tem igualmente muito para crescer e aprender. Curiosamente onde o sporting gastou mais dinheiro foi em sectores onde até nem precisava de reforcos com tanta urgência e só isso explica que Gould seja jogador da equipa B e Rosell, depois de confirmada a permanência de William Carvalho, esteja condenado ao banco de suplentes. Com tão boas opções de mercado (até mesmo a nível interno), a acção do Sporting CP pareceu demasiado ingénua para o que a equipa precisava. A verdade é que olhando para o plantel do Sporting CP nota-se claramente que falta qualidade na defesa, falta alguma coisa no meio campo e na frente de ataque, embora o trio inicial seja de enorme qualidade (Carrillo, Nani e Slimani), faltam depois as opções porque Capel está visto que não dá mais do que já mostrou (estranho até não ter sido transferido), Shikabala já mostrou que apesar do talento a cabeça não o acompanha, Heldon dificilmente se impõe, Montero desapareceu e não se sabe bem até quando. Apenas Tanaka e o jovem Mané se mostram minimamente à altura das exigências o que, para um clube que este ano vai jogar quatro competições é pouco... muito pouco mesmo.

A grande diferença do Sporting CP e o seu grande problema (talvez mesmo o grande erro de análise e preparação da época) é que o Sporting CP deste ano vai jogar numa realidade diferente da do ano passado e vai enfrentar muito mais dificuldades. Em primeiro lugar, além de um SL Benfica igualmente forte, enfrentará um FC Porto muito mais forte do que no passado e um SC Braga também ele com mais qualidade. Depois, ao contrário da época anterior, a equipa deixa de trabalhar e de se focar apenas numa competição e em um jogo por semana para agora enfrentar o desafio da Champions League e a realidade de jogar de três em três dias. Enquanto o físico permitir e a equipa aguentar o Sporting CP vai ter competência para estar nos lugares da frente a morder os calcanhares aos principais rivais, mas quando a época começar a apertar e a exigência aumentar vão por certo faltar opções e profundidade ao plantel de Marco Silva. Com o fecho do mercado de verão fica uma certeza, a de que muito possívelmente o Sporting CP necessitará de reajustes no mercado de inverno.



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