terça-feira, 28 de maio de 2013

Vitor Pereira... Que futuro?



Apesar dos dois títulos conquistados nos dois últimos anos, a verdade é que o treinador do FC Porto não consegue convencer os adeptos da sua própria equipa (a maioria pelo menos) e não consegue deixar de ser uma espécie de patinho feio, um mal amado no reino do dragão. Verdade seja dita que, em parte, isso acontece por culpa própria. 

Se é verdade que ao longo da época o FC Porto teve jogos em que demonstrou enorme qualidade no seu jogo e se viu elogiado por todo o mundo (lembro os jogos com Guimarães e Málaga), não é menos verdade que momentos houve de puro tédio, em que a equipa assumiu um jogo de posse que se resumia em jogar para os lados e para trás, sem conseguir ser capaz de criar qualquer situação emotiva para quem acompanhava a partir das bancadas ou da televisão. Pelo meio dos méritos de Vítor Pereira (que com certeza os tem) surgem falhas que os mais exigentes adeptos (e os do FC Porto são do mais exigente que por cá se encontra) não conseguem perdoar. A equipa é irregular a nível exibicional, a gestão do jogo e até mesmo do plantel é deficiente (se bem que na parte do plantel a culpa não é apenas do treinador) e, digam o que disserem, a verdade é que o FC Porto perdeu nos últimos anos um pouquinho da sua imagem e dimensão europeia. 

Pode parecer que vencer dois campeonatos é bom, mas para uma equipa da dimensão do FC Porto isso não chega. Não é bom vencer apenas duas ligas e ser eliminado prematuramente da taça por duas vezes (uma delas por 3-0 em Coimbra)... Não é bom vencer apenas duas ligas e ser eliminado prematuramente da Champions League por duas vezes (uma delas em plena fase de grupos). Se é certo que o treinador português, apesar das saídas de jogadores chave (Falcão e Hulk), mostrou competência suficiente para fazer do FC Porto campeão nacional contra um dos adversários mais fortes do últimos anos (o SL Benfica 2012/2013), não é menos verdade (na minha opinião) que o FC Porto necessita de mais e precisa de alguém que lhe devolva a enorme dimensão europeia que foi conquistada ao longo dos últimos vinte anos e, sinceramente, não me parece que seja Vítor Pereira o treinador capaz de o fazer.

Os últimos meses, apesar da conquista do principal objectivo da época (titulo nacional) mostraram um cenário de desgaste entre o treinador e alguns dirigentes e, principalmente, entre o treinador e a maioria dos adeptos (apesar de algumas manifestação na hora de festejar poderem fazer crer o contrário). Além de tudo mais, o FC Porto precisa de renovar a sua equipa técnica, precisa de tornar o seu futebol mais eficaz e atractivo, precisa de injectar sangue novo (o que não significa contratar um treinador jovem) e apostar em alguém que não esteja tão perto da critica logo à primeira falha, porque isso, a acontecer, afectará sempre o plantel e a própria estrutura azul e branca. 

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Könige von Europa



Num ano em que a Alemanha manda na Europa a todos os níveis, o futebol não podia ser excepção e a final da Champions League 2012/2013 veio provar a supremacia de uma liga muitas vezes desvalorizada mas, na minha opinião, das mais interessantes do mundo. Uma final entre as duas principais equipas da Bundesliga estava longe de ser desejo dos senhores do futebol, mas se há coisa bonita que estes desporto tem, é precisamente essa de ir (muitas vezes) contra os interesses de quem vive à custa dele e faz dele o seu negócio. Ainda não foi desta que o senhor Platini teve direito ao seu Real Madrid CF vs FC Barcelona, mas como isto da Uefa Champions League não é o seu recreio privado, temos pena!

Desde o início da temporada que vi no FC Bayern Munchen uma equipa de enorme qualidade, defendendo sempre que os bávaros eram, sem sombra de dúvidas, um dos grandes favoritos à vitória final da prova e, já agora, que os seus adversários (Borussia Dortmund) poderiam ser uma das grandes surpresas... felizmente não me enganei, a final foi totalmente alemã e o vencedor foi talvez a equipa que mais merecia o triunfo nestes últimos anos. O crescimento da equipa da Baviera tem sido extraordinário. O colosso alemão foi a pouco e pouco reconquistando o seu espaço na Europa do futebol à custa de treinadores de enorme competência e de planteis construídos com régua e esquadro. Tal como defendi no inicio da temporada, se o FC Bayern Munchen já era uma equipa de enorme valor no ano passado (mesmo tendo perdido quase tudo), este ano era sem dúvida uma equipa ainda melhor. Não tenho reservas em afirmar que, mesmo não tendo um Ronaldo, um Messi ou um Iniesta, o campeão alemão é, nesta altura, a equipa da Europa mais bem apetrechada de talentos, mais homogénea,  mais equilibrada e consistente. Depois de alguns anos de reconstrução, depois de um crescimento sustentado e feito passo a passo, depois de três presenças em finais de Champions League nos últimos quatro anos, eis a afirmação do gigante alemão como rei da europa.

Este título europeu é também um prémio justo para um treinador de enorme qualidade e muitas vezes "injustiçado" no mundo do futebol. Jupp Heynckes soube criar uma equipa que joga com uma qualidade e um rigor impressionantes, soube criar um grupo coeso onde não faltam opções de grande valor, soube fazer evoluir os jogadores que tinha ao seu dispor e soube gerir os egos de tanto talento na perfeição (por vezes é mesmo a tarefa mais difícil). É certo que quando se conta com Ribéry, Robben, Muller, Mandzukic, Gomez ou Schweinsteiger a tarefa até pode parecer mais fácil, mas a história já provou que nem sempre é assim. O treinador alemão é um dos grandes obreiros deste novo FC Bayern Munchen e grande responsável pela enorme temporada da sua equipa. Estando a partir do final da época no "desemprego", parece-me que será um dos técnicos mais cobiçados do mercado europeu... bem merece! 

Livre de derrotas



Surpreendente ou não, a verdade é que o FC Porto treinado por Vítor Pereira conquistou a vitória na liga portuguesa e mais ainda, fê-lo sem qualquer derrota. Digo surpreendente porque, na verdade, muitos não acreditavam em tal reviravolta no desfecho da liga... eu, por exemplo, não acreditava. A verdade é que uma vez mais os comandados de Vítor Pereira foram capazes de se manter focados e fortes enquanto caminharam penosamente no segundo lugar atrás do SL Benfica e no momento decisivo, quando a equipa de Jorge Jesus escorregou, não vacilaram e foram capazes de vencer ao sprint um dos mais emocionantes campeonatos dos últimos anos. 

A liga venceu-se nos pormenores e nisso o FC Porto foi mais forte. Nos duelos entre primeiros o FC Porto não vacilou (empate na Luz e vitória no Dragão) e na altura de maior desgaste emocional e físico foi capaz de se manter unido e compacto no caminho dos seus objectivos. O SL Benfica foi a equipa que durante mais tempo apresentou melhor futebol ao longo da época (disse-o aqui várias vezes) mas, talvez fruto do excesso de frentes em que esteve envolvido, tremeu nos últimos jogos e viu-se surpreendido em casa pelo Estoril quando já ninguém esperava (nem mesmo a própria equipa como mostrara os festejos do jogo anterior na Madeira). Se este foi para muitos o jogo que decidiu o título, o que lhe seguiu carimbou definitivamente o símbolo de tri-campeão nos portistas. O SL Benfica visitou o Dragão a três dias de defrontar o Chelsea FC na final da Europa League e fê-lo com uma postura que não agourava nada de bom. Tendo a consciência de que o empate seria resultado suficiente para manter as aspirações intactas e querendo-se poupar para a final europeia que estava para vir, viu-se um SL Benfica defensivo, lento, a perder tempo e a lutar pelo resultado que lhe era conveniente. A verdade é que o desejado resultado esteve a segundos de ser uma realidade, mas costuma-se dizer que quem joga para o empate está mais perto de perder e mais uma vez foi isso que aconteceu. A inconsciência de um miúdo irreverente de apenas 19 anos mudou por completo a história do campeonato e o momento em que Jorge Jesus se "ajoelha" perante o grande golo de Kelvin fica para a história como a grande imagem desta competição. Perante a derrocada das forças anímicas dos encarnados, o FC Porto acelerou para o titulo nacional sem abrandar ou sequer olhar para trás. 

Vítor Pereira teve o mérito de ser capaz de manter a sua equipa unida e focada no objectivo mesmo quando este parecia impossível e foi capaz de, mesmo tendo menos opções que o rival (em termos ofensivos) se manter na luta até ao fim, não desistindo do seu estilo de jogo, da sua identidade e nunca alterando o seu futebol em função dos outros. Se este é ou não um estilo de jogo bonito e eficaz é conversa para outros "debates", a verdade é que Vítor Pereira se manteve fiel a si mesmo e mais uma vez (contra todos os prognósticos) acabou por vencer. 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Fatídico minuto 92!



Infelizmente escrevo para lamentar a derrota do SL Benfica aos pés do Chelsea FC e não para parabenizar a equipa de Jorge Jesus pela conquista europeia. Se houvesse um vencedor neste jogo teria de ser o SL Benfica (concordo em absoluto com Jorge Jesus) e, por tudo aquilo que a equipa portuguesa fez ao longo da competição assim como nesta final, não tenho dúvida nenhuma de que deveria ter sido assim. 

Ao contrário do que aconteceu no fim de semana passado, o SL Benfica entrou no jogo de forma personalizada, com pressão alta, forte, rápido e com vontade de vencer, reduzindo o Chelsea FC a uma insignificância à qual não está habituado mas, talvez fruto dos nervos ou da pressão, pecando imenso na hora da finalização. Não é normal ver o ataque do SL Benfica desperdiçar tantas jogadas, tantas oportunidades e tantos lances de golo eminente. Sinceramente, ao fim dos primeiros 15 minutos de jogo pensei que o SL Benfica vencesse o jogo com relativa facilidade. O Chelsea FC, por sua vez, foi sempre uma equipa retraída, cínica e com um futebol triste que tenta apostar no erro do adversário, ou seja, apresentou um futebol à imagem do seu treinador Rafa Benitez, talvez um dos mais sortudos (e já agora mal amados) treinadores do mundo. Se neste momento Jorge Jesus ainda deve estar a tentar perceber como perdeu este jogo, Rafa Benitez estará certamente a tentar perceber como o ganhou. Não merecia o primeiro o sofrimento da derrota e certamente não merecia o segundo a felicidade da vitória, mas o futebol é isto mesmo, é um jogo onde não há justiça ou injustiça e onde a lógica não impera. O futebol é esta coisa maravilhosa onde só reina a paixão. 

Por tudo aquilo que mostrou até ao apito final deste jogo, a equipa encarnada merece ser recebida em Lisboa debaixo de uma enorme ovação dos seus adeptos. É certo que perdeu e é certo que regressa sem a tão desejada taça mas, mesmo sabendo que o que fica são os resultados e os títulos,  mesmo sabendo que as finais são para ganhar, os jogadores do SL Benfica merecem o calor dos seus adeptos e não merecem que uma final perdida apague todo o brilhantismo de uma excelente temporada desportiva (principalmente nesta competição).  

Os jogadores do SL Benfica jogaram com alma, lutaram e carregaram com orgulho o escudo que ostentam e defendem, merecendo por isso os parabéns dos seus adeptos e dos adeptos portugueses em geral.

Parabéns à equipa do SL Benfica por tudo o que fez na prova!


nota: Se há jogador que não merecia mesmo perder este jogo era Matic. Mais uma enorme exibição de um jogador extraordinário.  

Uefa Europa League (final)



Que comecem os pontapés na bola